PASSE FÁCIL DE ÔNIBUS É USADO COMO CARTÃO DE CRÉDITO EM ÉPOCA DE MAIOR CONSUMO PELAS CLASSES MAIS POPULARES

Transportes Coletivos Cidade Canção

Ônibus da Transportes Coletivos Cidade Canção, empresa que venceu a licitação em Maringá, no Paraná, realizada em março. O certame previa uma bilhetagem de ônibus moderna. Foi instituído o Passe Fácil que, além de oferecer as vantagens da bilhetagem eletrônica, como controle de evasão de dinheiro do sistema, tem as funções de passe de ônibus e cartão de crédito e vai de acordo com a atual tendência econômica de maior participação no mercado consumidor das classes C, D e E pelo micricédito. O passageiro não é obrigado a usar a função cartão de crédito, mas se optar por ela, já tem um valor pré aprovado de R$ 200 na rede conveniada da empresa operadora do cartão, Coopercard.

Passe de ônibus em Maringá pode ser usado como cartão de crédito
Iniciativa é inédita. Além de pagar as passagens de ônibus, o usuário tem disponíveis R$ 200 reais em crédito pré-aprovado para o comércio local

ADAMO BAZAN – CBN

As chamadas classes econômicas mais populares, dos patamares C,D e E, entraram no Brasil definitivamente na era do consumo.
A Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência divulgou um estudo no qual revela que nos últimos dez anos 31 milhões de pessoas entraram na classe média brasileira. Segundo o estudo Classe Média em Números, baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – Pnad, aproximadamente 95 milhões de pessoas pertencem à chamada classe média no Brasil. Esse grupo é formado por pessoas com renda familiar entre R$ 1 mil e R$ 4 mil, com predominância de jovens solteiros, que possuem emprego formal e que apresentam hábitos de vida diferentes.
É um público que mostra alto potencial de consumo, antes ignorado por diversos setores da indústria, do comércio e da prestação de serviços.
E o que incentivou a entrada da classe média para parcelas importantes do mercado consumidor foi a concessão do microcrédito.
Polêmico, por muitas vezes receber críticas de que é concedido a uma classe com alto risco de inadimplência, o microcrédio é apontado por especialistas como grande aquecedor da economia, se for disponibilizado com responsabilidade e limite.
Em Maringá, no Paraná, foi criada uma modalidade inédita e interessante de microcrédito: para passageiros de ônibus.
Como previsto no edital de licitação dos transportes de Maringá, realizada em março e vencida pela TCCC (Transportes Coletivos Cidade Canção), um dos objetivos era pulverizar por toda a cidade o acesso à nova bilhetagem eletrônica: o cartão Passe Fácil, que hoje possui cerca de 100 pontos de recarga espalhados por toda a Maringá e que funcionam em estabelecimentos comerciais, como supermercados, padarias, farmácias e estabelecimentos comerciais.
Além da possibilidade de recarga em vários pontos, de forma inédita no Brasil, o cartão de ônibus em Maringá serve também como cartão de crédito.
Idealizado pela empresa Multipass Cartões Inteligentes e operado pela administradora de cartões de Maringá, Coopercred, que atua em 550 cidades, principalmente nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraná, o Passe Fácil pode ser usado para realização de compras no comércio local, como cartão de crédito.
O cartão tem duas funções, uma para pagamento da passagem de ônibus e outra para consumo. As funções e os créditos são independentes. Os valores correspondentes à passagem de ônibus não podem ser usados para compras.
Quem possui o Passe Fácil já tem pré-aprovado um crédito de R$ 200, valor que se consumido pode ser pago por meio de fatura, como qualquer outro cartão. Isso é possível porque os cartões são personalizados e contém os dados dos passageiros.
Ninguém é obrigado a usar a função de cartão de crédito. Mas se quiser, deve ligar para a central da Coopercred (0 800 – 44 62 63). Para usar o crédito, o passageiro deve ter 18 anos ou mais. Ele está sujeito à análise dos dados cadastrais.
O vale transporte atual deve ser trocado pelo Passe Fácil nas empresas adeptas ao sistema. A troca é imediata.
O diretor da Multipass, Luiz Gruber Filho, afirmou que a bilhetagem eletrônica traz diversas vantagens para o sistema: evita desvio de dinheiro, agiliza os embarques, pois basta aproximar o cartão do validador, permite melhor fiscalização sobre os números de passageiros pagantes e que desfrutam de gratuidade e permite que menos dinheiro circule nos ônibus, diminuindo a possibilidade de assaltos aos veículos e passageiros.
A estimativa é que essa forma de crédito, pelo Passe Fácil, movimente cerca de R$ 100 milhões por ano, no comércio local.
Essa estimativa reflete exatamente o momento de maior participação das classes C, D e E no mercado consumidor.
O diretor da Coopercred, Pedro Silveira, vê no Passe Fácil um instrumento de inclusão econômica:
“Com o Passe Fácil, pessoas até então excluídas das possibilidades do microcrédito terão acesso a esse universo de maneira simples e rápida”, disse o executivo da empresa que tem em sua rede mais de 11 mil estabelecimentos comerciais conveniados.
O sistema já está em funcionamento desde o dia 10 de agosto, quando foi apresentado pelos diretores da Coopercred, Pedro Silveira e da Multipass, Luiz Gruber Filho, por Roberto Jacomelli, diretor executivo da empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), e pelo prefeito Silvio Barros.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. Luiz Vilela disse:

    Chamem do que quiser, mas meio eletrônico de pagamento de transporte coletivo precisa ser administrado pelas empresas players do setor, como VISA e Mastercard. Como acontece com os cartões-refeição, um cartão de débito assim precisaria ser creditável

    Não é difícil implantar terminais dentro e (de preferência!!) próximo – estações, plataformas, etc, balsas, etc. – ao modal. Na Dutra, no mínimo em 2004 e 2005 o usuário podia usar seu cartão de crédito que o atendente apenas passava pelo terminal, retornando em poucos segundos um comprovante de papel. Sem digitar senha e preencher valores.

    Uma SPTRANS da vida, com um sistema assim.em funcionamento, poderia e deveria retornar bonus a usuários que fazem uso eficiente da malha de transportes. Bem como promover descontos que induziriam o usuário a optar por determinado modal e/ou ocupar a malha por menos tempo.

    O usuário poderia contratar serviços de Faturas descrevendo a utilização no período. As empresas teriam ferramentas úteis para remunerar deslocamento de funcionários a trabalho.

    Isto auxiliaria de forma determinante a integração entre os modais, uma necessidade atávica.

    1. GABRIEL HEG disse:

      A COOPERCRED é uma Administradora de Cartões de Crédito, à exemplo das players citadas por você. Já possui mais de 11 mil estabelecimentos credenciados no Brasil e, através de parceria com a REDECARD, ampliará sem barreiras geográficas e de acordo com o interesse da empresa, sua área de atuação. O CARTÃO PASSE FÁCIL é também um CARTÃO DE CRÉDITO. Tem o chip para o controle do VT e a faixa magnetica, pela qual circulam as informações das compras feitas e pagas com o mesmo.
      E tecnologicamente, muitas das suas citações são perfeitamente possíveis de implantação. O que se buscou foi oferecer o acesso aos usuários do sistema de Transporte Coletivo ao Microcrédito, coisa até entao não disponibilizada por outras emissoras de cartões.

      Abraços.

  2. Gustavo Cunha disse:

    Bom dia.

    Interessante. Contudo, diante de colocações aqui postadas, anteriormente, penso que, independente de propiciar outros benefícios ao passageiro, há uma necessidade ainda mais urgente de, ELIMINARMOS, o uso de dinheiro dentro dos ônibus urbanos e, nos suburbanos na medida do possível, através de tecnologias simples e eficazes.

    Esta é uma delas. Precisamos mais.

    1. Luiz Vilela disse:

      Gustavo
      Perfeito!
      Penso num cartão, antes de mais nada, simples e rápido. Havendo um pequeno visor ao lado do terminal, nem precisaria imprimir comprovante.
      A sofisticação dos relatórios, promoções, demonstrativos de viagens a trabalho, etc,seriam serviços agregados, contratados e cobrados à parte.em função da necessidade e interesse de cada usuário. Exceto eventuais promoções da SPTRANS: aí não deveria haver custo para usuário checar bonus, descontos, etc.
      Ou seja: na hora de entrar/sair do modal tudo tem que ser muito simples, rápido, ágil e objetivo.

      1. Gustavo Cunha disse:

        SIM, SIM !!!

        SIMPLICIDADE, RAPIDEZ E EFICIÊNCIA.

        Forte abraço.

  3. Luizinho disse:

    O usuário precisa de facilidade na hora de comprar suas passagens. Um só local de venda inibe o uso do cartão. Agora com esses 100 pontos, os usuários poderão adquirir seus passes perto da sua casa e trabalho, diminuindo consideravelmente o dinheiro dentro do onibus…

  4. Luizinho disse:

    Maringá tambem sai na frente oferecendo ao usuário um mix de tarifas onde, fora de horário de pico, as passagens são mais baratas.

  5. PARABÉNS a Maringá e à COOPERCRED, isto me traz um enorme orgulho de já ter participado efetivamente do quadro de funcionários desta punjante empresa… Um Viva a todos os profissionais envolvidos neste valoroso projeto.

    1. Gabriel Heg disse:

      Marcos Jr,
      Foi muito bom ter visto sua mensagem. Agradecemos muito pela sua mensagem. Abraços e boa sorte.

  6. HEMERSON disse:

    Não seria assim tão interessante passar a adm do crédito destes cartões para Visa e Mastercard. Temos que diversificar este mercado. Logo, se o crédito concedido pode ser utilizado mais de 11.000 estabelecimentos, não há a necessidade de ser uma empresa como as acima citadas, visto que o vale transporte é regional. Além do mais, o maior intuito desta nova modalidade é simplesmente aumentar a abrangência pela utilização do cartão eletrônico e pulverizar os postos de venda/atendimento deste.

    1. Luiz Vilela disse:

      Hemerson
      Não pensei em passar a administração mas sim a estrutura dos grandes cartões. Os recursos para creditá-los de muitas formas diferentes. O maior trunfo seria “vender” alternativas de rota mais eficientes/convenientes por preços diferenciados em horários diferenciados, em função dos modais e das regiões. Um trabalho imenso de softwares e TI, mas com possibilidades de todos ganharem, empresas de transporte e usuários.

  7. Rebeca Samira guimaraes disse:

    Quero sb como faz a senha para o cartao

    1. Gabriel Heg disse:

      Prezada REbeca. Favor entrar em contato com a Loja da TCCC ou diretamente na COOPERCARD, fone 3220 5400.

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