História

PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ MENTE USANDO DINHEIRO PÚBLICO

SA TRANS

Capa do Panfleto distribuído pela Prefeitura de Santo André que diz que a gerenciadora criada em 2009 tem 20 anos. Idade aproximada de gestora de transportes públicos criada pelo partido rival do prefeito Aidan Ravin, de Santo André.

SATRANS

Logo no início folheto, é informado de maneira errada que a SATrans começou a operar em 01/05/1990. A data remete ao início do funcionamento da EPT como operadora e não apenas como gestora. E, ao contrário do que diz o folheto, a empresa pública não possuía nesta data 109 ônibus. O município comprou 35 veículos O 371. O restante era formado da frota apropriada da Viação Alpina

ônibus de Santo André

Monobloco O 371 comprado pela Prefeitura de Santo André para a operação da EPT. Ônibus tiveram as pinturas padronizadas. Cada empresa tinha uma cor, mas seguiam o mesmo desenho: uma faixinha com as letras ST, de Secretaria de Transportes, pasta criada por Celso Daniel em 1989. Foto: Wilson Bazani

ônibus de Santo André

Modelo de operação pública na prática não foi bem sucedido e, em 1997, a EPT foi privatizada. As linhas começaram a ser prestadas pelo Consórcio União Santo André, formado na proporção pro cada empresa já presente no sistema. Como marketing foi criada a Onda Azul, uma padronização de pintura na qual todos os ônibus foram pintados nesta cor. Foto: Adamo Bazani

ônibus Santo André

Em 2008, outra padronização de pinturas. No final do seu mandato, já depois da licitação que de forma polêmica foi vencida pelo Consórcio União Santo André (das mesmas empresas do ABC), o prefeito petista João Avamileno determinou novas cores nos ônibus de Santo André. Todos deveriam ter um desenho na cor vermelha na lataria. Foto: Adamo Bazani

ônibus de Santo André

Ao assumir em 2009, depois de vitória em 2008 de forma surpreendente, Aidan Ravin, do PTB, determinou nova mudança de cor nos ônibus. A alegação foi para deixar a cidade com as cores da bandeira, mas a crítica política entendeu que era para apagar as marcas deixadas pelo PT, o histórico rival andreense. Ocorre que mal os ônibus estavam sendo pintados para o vermelho do Avamileno, tiveram de trocar de cor de novo. A cidade ficou uma bagunça com a padronização mais despadronizada que já se viu. Uma única linha tinha ônibus de 3 cores diferentes, o que confundia o passageiro. Foi nesta época, em 2009, e não em 1990, que surgia o nome da SATrans. Surgia também uma quarta pintura provisória na cidade. O nome EPT teve de ser abolido mesmo em ônibus que já seriam pintados na mesma semana. As letras tiveram de ser pintadas de qualquer jeito o que deixou os ônibus todo azuis, literalmente, e com menos identidade. Foto: Adamo Bazani

ônibus de Santo André

A Expresso Guarará, que serve o sistema de Vila Luzita, não faz parte do consórcio União Santo André e tinha uma pintura diferenciada para identificar o serviço no corredor segregado da Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo e do sistema tronco-alimentador. Quando Aidan Ravin assumiu até a Expresso Guarará teve de adotar as cores que ele determinou. As cores da Guarará também eram da administração petista e foram modificadas. Foto: Adamo Bazani

ônibus Santto André

Pintura estabelecida por Aidan Ravin usa o mesmo desenho da época de João Avamileno, mas sem o vermelho. Empresas de ônibus tiveram de pagar mais uma pintura, dinheiro que poderia ser usado para outros fins nas viações ou para fortalecimento do caixa das companhias. Ônibus na foto é da ETURA, que remete a EPT. Quando a EPOT foi privatizada, surgiu o Consórcio Expresso Nova Santo André. Na renovação dos contratos, a formação do Expresso Nova Santo André foi alterada, com a saída de alguns empresários, o que ensejou a criação da ETURSA – Empresa de Transportes Urbanos Rodoviários de Santo André, de Ronan Maria Pinto. Foto: Adamo Bazani

Prefeitura de Santo André esconde passado e omite informações reais sobre a história dos transportes na cidade
Em folheto distribuído pela Prefeitura, com dinheiro público, à população, Prefeitura de Santo André diz que SATRANS tem 20 anos, sendo que na verdade tem pouco mais que 2.Nos 20 anos é contada a fundação da EPT, nome ignorado pela prefeitura, só porque autarquia foi criada por partido rival

ADAMO BAZANI – CBN

A memória dos transportes públicos é importante porque ajuda a explicar sob um ângulo diferente a história de uma cidade e de seu povo. Afinal, o serviço de transportes faz parte das transformações urbanas e interfere nelas e também participa do dia a dia das pessoas.
Como as cidades cresceram, como as regiões deixaram de ser rurais para industriais e depois de industriais para os setores de serviços e comércio, como os hábitos mudaram, a cultura e o comportamento da população, a situação econômica geral, as políticas públicas, com seus sucessos e fracassos em prol da população, e várias recordações pessoais. Tudo isso pode ser revelado pela história dos transportes.
Por isso, acima de preferências, interesses pessoais e empresarias e partidarismos, a memória dos transportes deve ser preservada e respeitada.
E esse respeito à história da mobilidade é que a Prefeitura de Santo André não teve ao gastar uma pequena fortuna para confeccionar panfletos e informar de maneira errada a população sobre as evoluções do setor na cidade.
Na capa do panfleto, de 10 páginas, que na verdade são dobraduras de um pôster impresso em papel nobre, é informado que a SATrans (Santo André Transportes) possui 20 anos.
Isso é, no mínimo, insultar a inteligência de qualquer cidadão minimamente informado que sabe que a SATrans só possui pouco mais de 2 anos de existência.
O nome SATrans foi criado pelo Prefeito Aidan Ravin, do PTB, com o intuito de apagar as marcas do partido rival, o PT, que em 1989 criou a EPT – Empresa Pública de Transportes. O que ocorreu foi a mudança de nome de EPT para SATrans (Santo André Transportes), o que custou dinheiro aos cofres públicos, para bancar os gastos burocráticos da transformação de nome.
Poderia ser um slogan apenas SATRans 20 anos?
Não, não foi isso. Logo na segunda página do folheto pago pela população, de maneira errada é dito:

“A Santo André Transportes – SATRANS – é a empresa pública responsável pela formulação, implantação, planejamento, supervisão, controle, execução e fiscalização da política de transportes de Santo André.Com a operação iniciada em 01/05/1990, possuía 103 ônibus e operava 09 linha. Em 1997 a AS TRANS deixou de operar p serviço de transporte coletivo urbano, o qual passou a ser executado por empresas privadas, permanecendo como gestora do transporte público de Santo André (ônibus, táxis e transporte escolar)…”

Sinceramente, este texto revela , no mínimo, que a Prefeitura de Santo André pensa que seus cidadãos são tolos e que não têm memória.
O leitor pode estar afirmando: “Pouco me importa se é EPT, SATrans, etc, o que me importa é ser bem transportado”.
Mas é pelo real conhecimento da história que entendemos em diversas áreas, inclusive nos transportes, o que fez com que a sociedade e a realidade se tornassem como são hoje e podemos projetar o futuro.
Saber da exata e imparcial história é essencial.
E mais, a Prefeitura de Santo André, com o dinheiro público nestes panfletos, não errou. Foi proposital.
A intenção de apagar as marcas do partido político anterior e rival custou verbas particulares e públicas desnecessárias sob o pretexto de deixar Santo André com as cores de sua bandeira e não com as cores do PT.
Assim, escolas, pontes, viadutos, pontos de ônibus e latarias dos veículos de transporte coletivo tiveram de ser repintados.
Tudo para apagar o passado da cidade.
Não se trata de defender ou atacar qualquer partido político, nem o anterior e nem o atual, mas é pedir um pouco mais de respeito à população.
Enquanto a administração de Aidan Ravin, do PTB, faz de conta que não houve partido anterior e que provavelmente o fundador de Santo André, João Ramalho, em 1553 era do PTB, e gasta dinheiro para apagar do “imaginário de Santo André seu passado”, o sistema de transporte coletivo da cidade ainda não tem integração suficiente e de verdade. Só no sistema tronco-alimentador de Vila Luzita e em algumas linhas. De resto, para andar 5 quilômetros, muitas vezes o passageiro precisa se deslocar ate o cento de Santo André e pagar uma segunda passagem, aumentando o custo das viagem, o tempo e a quilometragem percorrida, desestimulando totalmente o uso do transporte público em Santo André, cidade com quase 700 mil habitantes e aproximadamente 50 linhas municipais.
Isso sem contar que os custos para apagar a imagem do PT poderiam ajudar no combate às enchentes, em Santo André, no viário, que é lastimável em algumas regiões, na fiscalização do trânsito, em escolas públicas e no tão crítico sistema de saúde da cidade.
É claro que não se espera que o poder público atual de Santo André faça apologia a administração petista, quer teve sua tentativa de implementar um sistema de transporte de Santo André com maior intervenção municipal, totalmente frustrada. Nem se exige acordo de cavalheiros, mas nem por isso é necessário mentir para a população.

A VERDADE DOS FATOS HISTÓRICOS:

A SATrans foi o nome novo dado à EPT (Empresa Pública de Transportes) pelo Prefeito Aidan Ravin, do PTB, em 2009, quando as pinturas do ônibus, que mal ainda estavam sendo trocadas por determinação do antecessor João Avamileno (PT) tiveram de ser mudadas novamente. Em 2009, a padronização da frota de Santo André virou bagunça e não padronizava nada na verdade. Na mesma linha, rodavam ônibus azulões, da época do Celso Daniel,com faixa vermelha, de Avamileno e com faixa azul clara de Aidan Ravin.
Por isso que muitos, com razão, são contra as padronizações de pinturas nos ônibus. Pos em vez de elas serem elaboradas de maneira racional, para distinguir serviços e empresas, em boa parte das cidades, elas só servem para ostentar cores de partidos políticos ou símbolos da Prefeitura maiores que o nome da empresa. Isso quando o nome da empresa que o cidadão tem o direito de saber quem está prestando serviços a ele aparece na lataria. Isso porque, em Santo André, só é pintado o nome do Consórcio União Santo André e nos ônibus, a não ser por um número antes do prefixo do carro, a empresa não é identificada.
Até hoje, muito cidadão de Santo André pensa que União Santo André é uma mega-empresa que opera todos os ônibus da cidade.
Mas se, por exemplo, um ônibus arranca o espelho do carro no trânsito e vai embora ou se o motorista não para no ponto, os munícipes não têm o direito de saber se o condutor era da Guaianazes, Curuçá, Parque das Nações, Vaz, ETURSA (Empresa de Transportes Urbanos Rodoviários de Santo André), EUSA (Empresa Urbana Santo André).
Sói a Expresso Guarará tem a identificação nos ônibus porque não faz parte do Consórcio União Santo André e opera o Sistema de Vila Luzita. A empresa tinha uma pintura diferenciada, mas foi obrigada também a aderir à pintura de Aidan, para apagar de vez o simples fato de que o PT administrou a cidade de Santo André por 12 anos.
A EPT – Empresa Pública de Transportes essa sim que completaria os 20 anos se não tivesse o nome trocado foi criada na época em que o PT criava uma onda de maior intervenção do poder público sobre os serviços, inclusive o de transportes, entre o final dos anos de 1980 e início dos anos de 1990.
Quase toda média ou grande cidade, nesta época, administrada pelo PT, teve o serviço “municipalizado” (um termo equivocado, pois as empresas particulares nunca deixaram de existir) e as cidades que não tinham passaram a contar com empresas públicas para operar o sistema juntamente com as empresas privadas.
O sistema de pagamento das empresas era pelo chamado “quilômetro rodado”, outro termo, no mínimo, simplista. Pois as empresas particulares que operavam mesmo com o controle maior por parte do poder público, eram contratadas e remuneradas pelos serviços prestados. A quilometragem, na verdade o quanto o ônibus percorria e o número de viagens, era apenas um dos fatores componentes da remuneração destinada às empresas.
Em São Paulo, Luíza Erundina, em 28 de janeiro de 1991, na época pelo PT, enviou à Câmara proposta para que o sistema de transportes fosse dessa maneira. As empresas de ônibus eram contratadas, houve nova divisão de lotes, e a pintura dos ônibus foi padronizada. As empresas tiveram de pintar os veículos de branco com uma faixa vermelha. No meio dessa faixa havia a letra “M”, que variava de cor de acordo com a região atendida. Amarelo, zona Leste, azul, Zona Sul, por exemplo.
Essa padronização, na época, recebeu várias críticas, pois além de dificultar a identificação por parte da população que estava acostumada com a padronização mais colorida do “saia e Blusa” de Olavo Setúbal, implantada em 1978, e muitos críticos disseram que a intenção também era “partidarizar” os transportes deixando os ônibus nas cores de seu partido: vermelho e branco.
O sistema durou pouco tempo. Quando assumiu a Prefeitura, em 1993, Paulo Maluf, decidiu voltar à remuneração das empresas pelas tarifas e não mais pelos serviços e privatizou a CMTC, que estava afundada em dívidas. A privatização, que foi feita em etapas até 1994, quando a última fase foi realizada, a venda dos sistemas de trólebus, também levantou polêmica. A cidade sabia do papel social, de estado e das inovações que a CMTC representou para os transportes na América Latina, já que por ela, o poder público realizava investimentos em novos sistemas e tecnologias que a iniciativa privada não faria. Seria melhor tentar salvar a CMTC ou ela não tinha mais jeito e significaria uma eterna sangria aos cofres públicos? É uma pergunta que até hoje têm várias respostas. Nenhuma certa e nenhuma errada.
No ABC Paulista, entre o final dos anos de 1980 e início dos anos de 1990, as cidades administradas pelo PT também investiam nos sistemas de transportes com maior controle do poder público e na criação de empresas municiais operadoras.
Em 1986, Diadema era a primeira cidade da região a ter uma operadora pública. A ETCD – Empresa de Transportes Públicos de Diadema. As operações iniciaram em 1987, ainda no governo de Gilson Menezes, coma ETCD controlando todas as linhas. Mais tarde, com as novas necessidades de transportes que contemplavam a criação de mais linhas e o aumento na frota, o poder público viu que tal ampliação poderia ser muito dispendiosa e contratou empresas particulares para prestar serviços. Inicialmente Riacho Grande e Imigrantes e depois Viação Alpina. O sistema se mostrou deficitário ao longo do tempo, não pelo fato de existir uma empresa pública, mas da forma desrespeitosa que o dinheiro da companhia era gerido, com falta de equilíbrio de receitas e excesso de empregos. A ETCD está atualmente (abril de 2011) em fase de privatização. Um certame polêmico, cujo edital teve de ser refeito 3 vezes até agora. A ETCD finaliza sua existência com uma dívida de R$ 110 milhões, sendo R$ 20 milhões aproximadamente para a Viação Alpina, por conta de falta de repasses relativos aos vales recebidos pela empresa dos passageiros.
Em São Bernardo do Campo, também sob administração do PT, foi criada a ETCSBC – Empresa de Transportes Coletivos de São Bernardo do Campo, em agosto de 1989. O prefeito era Maurício Soares, do PT, que depois em 1993 se filiou ao rival PSDB. Todas as operações foram assumidas pela prefeitura. A exemplo de outros municípios petistas que padronizaram suas frotas no sistema de contratação de empresas, os ônibus da ETC SBC eram vermelhos. A Viação Cacique, do mesmo grupo da Auto Viação ABC e da Alpina, que sofreu intervenção no processo de “municipalização” de Santo André, também teve os serviços tomados pelo poder público.
E também a exemplo de São Paulo, Santo André e Diadema, como operadora, a ETCSBC acumulou dívidas, além de onerar os cofres públicos.
O sistema foi passado a iniciativa privada. Inicialmente, a título de empresa permissionária, foi contratado o Consórcio ABC – Riacho Grande com cerca de 100 ônibus, metade da Viação Riacho Grande outra metade da Auto Viação ABC.
Em setembro de 1998, vencia a concessão para os transportes públicos da cidade, o Consórcio SBCTRans, liderado pelo grupo controlador da Auto Viação ABC.
Como foi visto, seguindo a tendência das administrações do PT, grandes e médias cidades contrataram as empresas particulares para prestarem serviços e, também seguindo a tendência mundial do neoliberalismo, a partir da segunda metade dos anos de 1990 e, principalmente, pela administração inadequada e trato não compromissado com o dinheiro público, além do excesso número de empregados, em especial dos setores administrativos, essas empresas públicas e os sistemas de remuneração por serviços com a falta de planejamento racional de linhas acabaram ruindo.
Com o sistema de Santo André – SP, a história foi praticamente a mesma. Poderia haver alguma diferença, mas a essência era igual.
Mas, de forma contrária ao que diz o folheto da Prefeitura de Santo André das gestão Aidan Ravin do PTB, não foi a SATRans que começou o novo processo de transportes pelo qual vivia a cidade no início dos anos de 1990. Nesta época, a SATrans nem cabeça da atual administração existia. Foi a EPT, que como operadora não deu certo, a exemplo de outras empresas públicas, continuou como gerenciadora e teve o nome trocado em 2009 por Aidan Ravin.
Como a Prefeitura de Santo André não fez o papel de informar de forma correta o contribuinte com o folheto que custou dinheiro, cabe a este humilde espaço resumir a história certa e imparcial dos transportes da cidade, em forma de tópicos.
Acompanhe:

– 1988 – Celso Daniel (PT) ganha as eleições municipais e assume a administração de Santo André em 1989.

– maio de 1989. Com o objetivo de reestruturar os transportes na cidade, que estava defasado e com serviços considerados inadequados para a população, Celso Daniel cria a Secretaria de Transportes, formada por 2 órgãos: DST – Departamento de Serviços de Trânsito, que cuidaria das vias, e o DTP – Departamento de Transportes Públicos, responsável pelos ônibus.

– junho de 1989: A Prefeitura enviou à Câmara Municipal projeto de lei para organizar o sistema municipal de transportes urbanos de passageiros e para a criação da EPT – Empresa Pública de Transportes.

– julho de 1989: Aprovada a lei que criava a EPT – Empresa Pública de Transportes. Ela tinha direito a concessão por 30 anos e poderia contratar serviços de terceiros, no caso as viações particulares para executar os serviços de transportes. A remuneração era de acordo com o trabalho prestado pelas empresas e não mais pela receita tarifária, concentrada pela Prefeitura. Nesta época, foi rompido o regime de permissão de operação de linhas em vigor pelas empresas particulares.
A AETC/ABC – Associação das Empresas de Transportes Coletivos do ABC formalizou documento público mostrando que os empresários estavam insatisfeitos com essa proposta e que não estavam interessados no sistema de contratação de serviços. A entidade ameaçou entrar na Justiça contra a medida de prefeitura com base no decreto de 1988 que dava às empresas direito de operar o sistema até 1993. Esse decreto foi suspenso por Celso Daniel que substituiu a contratação das empresas para caráter de título precário até 1º de maio de 1990. Os empresários queriam repasses diários e não mensais, como propunha a Prefeitura.
Na época, o presidente da AETC / ABC, João Antônio Setti Braga, tornou pública sua insatisfação com o modelo proposto por Celso Daniel.
Ele teria vendido 05 ônibus novos vinculados ao serviço municipal sem permissão da Prefeitura.

– fevereiro de 1990. Por conta dessa venda de ônibus e como retaliação às pressões e a postura de João Antônio Setti Braga, a EPT – Empresa Pública de Transportes – assumiu, inicialmente por 20 dias, os serviços da empresa de Setti Braga, Viação Alpina.
As demais empresas reagiram e por notificação judicial ameaçavam abandonar os serviços em 45 dias.
As licitações para a compra de veículos novos e distribuição dos lotes, feitas pela EPT e dirigidas para as empresas particulares foram boicotadas.
Nesta época, a EPT comprava 35 ônibus 0 km, os modernos e inovadores para a época, monoblocos O 371. Mas a empresa pública não tinha garagem. Foi quando, alegando fins de utilidade pública, o poder público pela sua empresa EPT desapropria bens, garagens, imóveis, equipamentos e frotas da Viação Alpina que havia sofrido processo de intervenção.

– Agosto de 1990: Finalmente foi realizada a licitação. Foram contratadas a Viação Alpina (João Antônio Setti Braga), Viação São José (Duílio Pisaneschi, família Gabrilli e Sebastião Passarelli), Viação Curuçá (Ronan Maria Pinto), Viação Humaitá (Ronan Maria Pinto), Transportes Coletivos Parque das Nações (Carlos Sófio), Viação São Camilo (Baltazar José de Sousa) e Viação Padroeira do Brasil (à época, Baltazar José de Sousa e família Romano).

– 22 de setembro de 1990: Começa de fato a operar o novo sistema de transportes de Santo André. A intervenção na Viação Alpina foi suspensa e, depois de acordo, todos os bens foram finalmente transferidos para a EPT – Empresa Pública de Transportes. A exemplo de outras cidades que escolheram o regime de contratação de serviços das empresas particulares e a criação da empresas públicas, a pintura foi padronizada, mas de uma forma menos radical. Os ônibus eram brancos com uma faixinha no meio da lataria, que formava as letras ST (Secretaria de Transportes). Cada empresa tinha sua cor. A EPT, como não poderia deixar de ser, era de faixinha vermelha. A Humnaitá, verde escuro, com a saia (parte inferior da carroceria, abaixo do friso na altura das rodas) também pintada de verde escuro. A Curuçá tinha a cor verde claro com saia pintada nesta mesma coloração e a Transportes Coletivos Parque das Nações era verde claro, mas com a parte inferio da carroceria branca. A Viação São José era de cor azul escuro. A Viação São Camilo, laranja, com saia pintada, e a Viação Padroeira do Brasil, também com a faixinha laranja, mas com a saia branca.

– Agosto de 1993: Já na gestão do prefeito Newton da Costa Brandão, pelo decreto de Regulamento de Operação do Serviço Público Essencial de Transporte Coletivo Urbano de Santo André, foi derrubada a remuneração por serviço prestado e as empresas voltavam a ganhar pelas catracas. Brandão alegava que o sistema de remuneração de Celso Daniel onerava os cofres públicos além das receitas com transportes. Para ganhar mais, algumas empresas colocavam vários veículos numa mesma linha, o que não fariam se elas tivessem gerenciando a arrecadação. Além disso, havia algumas linhas que custavam aos cofres públicos e que transportavam poucos passageiros, apesar de algumas terem um papel mais social que econômico e que nunca seriam prestadas por operadores particulares. A operadora EPT – Empresa Pública de Transportes estava endividada e Brandão ameaçou por várias vezes devolver as linhas, carros, garagem e operações à Viação Alpina. Mas isso não ocorreu. Nesta época, a EPT ainda operava alguns ônibus dos anos de 1970 da Alpina, como o Caio Gabriela I, prefixo 419 (119 da Alpina) e dos anos de 1980, como os Amélias.

– Janeiro de 1997: De volta à Prefeitura de Santo André, em seu segundo mandato, Celso Daniel criou uma secretaria. Era a Secretaria de Serviços Municipais, que englobava diversos atendimentos à população e autarquias, entre elas a EPT – Empresa Pública de Transportes. A situação financeira da EPT já era bem conhecida: atoleiro em dívidas. Mas uma das causas dessas dívidas foi dimensionada neste ano. A má administração e a falta de gerenciamento e planejamento de linhas fazia com que o custo por passageiro transportado fosse 19,7% maior que a arrecadação por este mesmo passageiro. Nos dias de hoje, usando a tarifa de R$ 2,90, se a EPT tivesse operando nos mesmos moldes, a cada R$ 2,90 recebidos do passageiro, a PT gastaria R$ 3,47. Não tinha como sobreviver. Ou era reestruturar a empresa ou vendê-la. E seguindo a tendência de todos os outros municípios, inclusive São Paulo, onde Paulo Maluf entre 1993 e 1994 privatizou o ícone dos transportes CMTC, Celso Daniel, mesmo sendo do PT, optou pela venda do braço operacional da EPT, deixando-a como gestora.

– Fevereiro de 1997: Ao mesmo tempo que a Prefeitura ensaiava a privatização da EPT, era necessária a reestruturação das linhas operadas pelas empresas particulares. Em 1993, Newton Brandão terminava o regime de remuneração por serviços prestados (o de maneira simplista chamado quilômetro rodado). As empresas começaram a operar a título precário. Sendo assim, em 1997, as empresas que já eram de Santo André ganharam a licitação que dava o direito de operação nos transportes da cidade por cinco anos, até 2002, prorrogáveis por mais cinco anos até 2007. As empresas vencedoras pagaram R$ 7 milhões pela outorga. Venceram as mesmas: Viação Humaitá, Viação Curuçá, Transportes Coletivos Parque das Nações, Viação São José e Viação Padroeira do Brasil e Viação São Camilo.

– 3 de julho de 1997: Finalmente a EPT era privatizada. Quem arrematou a Empresa Pública de Transportes foram os mesmos empresários que já operavam com outras viações na cidade. Para isso formaram o Consórcio Expresso Nova Santo André. Chegava na cidade a era dos consórcios operacionais, que davam mais forças aos empresários e poder de negociação. O papel e a presença do poder público diminuíam drasticamente. A participação de cada empresário no Expresso Nova Santo André era a mesma do nível de participação no sistema. Assim, quem tinha mais linhas e ônibus em Santo André teria também a maior parte no Expresso Nova Santo André. Foi criada também a Onda Azul, uma estratégia de marketing para passar uma boa imagem à população. Não a imagem de que “estamos vendendo a EPT porque ela não deu certo”. Mas o objetivo era passar o raciocínio de que “Estamos iniciando uma nova era nos transportes, vejam, os ônibus até mudaram de cor”. Na Onda Azul, todos os ônibus eram pintados com essa coloração. O nome EPT, que ficaria apenas como gerenciadora e fiscalizadora do sistema era pintado em letras garrafais, na cor vermelha, ocupando boa parte da lataria dos ônibus. O nome da empresa aparecia com discrição na cor branca, na parte traseira da lateral do veículo. Profissionais da época diziam que era uma vergonha para o PT que uma empresa e um sistema que o partido implantou operassem em débito, no vermelho, motivo de piada entre opositores que ligavam i operar no vermelho às cores do partido. A escolha da cor azul foi para mostrar, pela semi-ótica, talvez, que os transportes em Santo André operavam agora sem débitos, no azul. Muito mais importante do ponto de vista prático que a cor dos ônibus era a implantação da bilhetagem eletrônica com o Cartão que trazia na frente uma foto de um ônibus Ciferal GLS (que compunha a nova frota da recém criada Expresso Nova Santo André) e o tipo de serviço: Escolar, Comum, Vale Transporte, etc. Na parte de trás do cartão a imagem de um largo sorriso e as inscrições SAUT (Serviço de Atendimento ao Usuário de Transporte) e EPT (Empresa Pública de Transporte). Veja que sempre o objetivo era mostrar a EPT como algo maior, que prestava serviços e que comandava o sistema. A EPT que não deu certo como operadora, era deixada para trás, pelo menos no marketing político.

– 28 de julho de 1997: Depois de muita propaganda que se mesclava a campanhas de orientação ao passageiro, neste dia o Consórcio Expresso Nova Santo André começava a operar na cidade. As demais empresas de ônibus aos poucos renovavam sua frota e já pintavam seus ônibus de azuis. Os Gabrielas e Amélias já surrados a Alpina, que foram usados por todo o tempo como operadora pela EPT, deixavam o sistema, assim como os Monoblocos O 371 e alguns poucos O 364 da Mercedes Benz.

– 2002: O contrato de 5 anos feito entre a Prefeitura de Santo André e as empresas no ano de 1997 testava terminando neste ano. Mas ele poderia ser prorrogado por mais 05 anos. Então, houve uma pequena modificação do sistema, mais com vistas ao aspecto jurídico de algumas empresas e proprietários que estava numa situação não muito confortável. Para renovar o contrato, as empresas não poderiam ter pendências judiciais, fiscais e trabalhistas. O prefeito Celso Daniel, neste ano foi assassinado. O Ministério Público relacionou a morte do prefeito a um suposto esquema de corrupção envolvendo empresários de ônibus, que tinham seus nomes investigados e arrolados na Justiça. Isso sem contar que algumas empresas deviam ao INSS ou pelo FGTS quantias superiores aos seus patrimônios. Elas, em tese, não poderiam renovar o contrato de prestação de serviços públicos de transportes por questões legais. A lei não permite empresas nestas condições a firmarem contrato. Então a solução adotada foi mudar a razão social das empresas de ônibus, colocá-las em nome de parentes e pessoas de confiança. Tudo isso, no entanto, com os mesmos ônibus, funcionários, garagens, estrutura e donos. A Viação Humaitá, de Ronan Maria Pinto, se transformaria em Viação Guaianazes. A Viação Padroeira do Brasil era de Baltazar José de Sousa e da família Romano. Pressionada, a família tradicional deixou a empresa. Em 1999, as linhas intermunicipais que ficaram com Baltazar José de Sousa começaram a ser operadas pela Empresa Urbana Santo André, de Baltazar. Em 2002, participaram da licitação e renovação de contrato o empresário Ozias Vaz e seus filhos Gustavo Vaz e Thiago Vaz. Ozias já tinha operado na Capital Paulista com a Viação Tupã, em Guarulhos com participação na Transguarulhense e entrara na região como sócio de Baltazar na Viação Riacho Grande, de São Bernardo do Campo. A família Vaz assumiu as linhas municipais, carros e garagem da Viação Padroeira do Brasil, que passou a existir apenas como pessoa jurídica. O Consórcio Expresso Nova Santo André tinha sua formação original modificada.

– 2007/2008: A renovação dos cinco anos a mais do contrato com as empresas de ônibus tinha vencido em 2007. Era necessária nova licitação para o sistema de transportes de Santo André. As empresas chegaram a operar nesta época quase um ano sem contrato. Mas em 2008, na gestão de João Avamileno do PT, a licitação dos transportes foi marcada por polêmicas. Foi tido como vencedor o Consórcio União Santo André, formado pelos mesmos empresários desde a época da EPT e Nova Santo André. (alguns bem antes disso). Outro grupo empresarial, porém, contestou a decisão. Era o Grupo da Júlio Simões, grande operador de logística, do ramo de celulose, de ônibus de fretamentos e urbanos da região de Mogi das Cruzes. O ABC Paulista sempre foi um dos objetivos da Júlio Simões. A empresa foi desqualificada por critérios técnicos e por não apresentação de um plano de demanda no longo prazo, segundo a Prefeitura. Algo que foi contestado pela empresa que dizia achar estranho ter perdido mesmo oferecendo um repasse das tarifas mais de 4 vezes superior ao oferecido pelo Consórcio União Santo André. Enquanto a Júlio Simões oferecia para os cofres públicos 2,2% de tudo o que faturaria nas catracas, os empresários da região ofereceram 0,5% e ganharam. A Prefeitura alegou que não foi este o único critério analisado na licitação e que a Júlio Simões não ofereceria, de uma maneira geral, a melhor proposta.
Para marcar a fase União Santo André, nova padronização de pintura de ônibus. Mais um marketing político nas latarias. Os ônibus teriam de deixar de ser azuis para terem um desenho em forma de onda vermelho com o nome Santo André dentro. A maior parte da carroceria era branca.
Os nomes das empresas que eram pequenos nas latarias na época do Onda Azul simplesmente desapareceram, furtando do usuário, da população ou até de alguém que se envolvesse num acidente com o ônibus o direito de saber a qual empresa de ônibus pertence o veículo a linha é operada por quem. Atrás dos ônibus, só aparecia o nome União Santo André, como se União Santo André fosse uma empresa operadora. É um consórcio que administra os recursos das tarifas e bilhetagem eletrônica, junto com a AESA (Associação das Empresas do Sistema de Santo André) intervém a favor das empresas perante o poder público, mas que não opera nada. As operadoras são identificadas penas por um número na frente do prefixo do ônibus. As integrantes do Consórcio União Santo André são:

01 – Viação Guaianazes e Viação Curuçá (Ronan Maria Pinto, em nome da mulher);
02 – Viação Vaz (correspondente a Viação Padroeira do Brasil), de Thiago e Gustavo Vaz
03 – TCPN – Transportes Coletivos Parque das Nações, de Carlos Sófio
04 – ETURSA – Empresa de Transportes Urbanos Rodoviários de Santo André, advinda da Expresso Nova Santo André, de Ronan Maria Pinto
05 – EUSA – Empresa Urbana Santo André (ex Viação São Camilo municipal, a intermunicipal ainda existe,m pelo menos até a licitação da área 5 da EMTU não sair do papel), de Baltazar José de Sousa.

A Expresso Guarará, que opera o sistema tronco-alimentador com corredor segregado na Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo e Terminal Na Viça Luzita, não pertence ao Consórcio União Santo André por ter participado de uma licitação diferente para o sistema de Vila Luzita. É proveniente da Viação São José e tem como principal sócio o empresário Sebastião Passarelli. A família Gabrilli tamnbém pertencia, mas em 2009 decide de vez abandonar Santo André por ainda dizer que sofria retaliações e as marcas do caso Celso Daniel. A família Gabrili foi a que denunciou de maneira mais enfática o suposto esquema de recolhimento de propina das garagens de ônibus. Segundo os Gabrili, eles não aceitavam o esquema e denunciaram, sofrendo retaliações por conta disso. Exemplo foi ainda na época da Onda Azul a criação para a Viação Padroeira do Brasil (apontada como um dos pontos de arrecadação do suposto esquema) da linha B 47, servindo a região do Jardim Santo André e Vila Luzita sobreposta a uma das principais linhas da São José, dos Gabrili e de Passarelli, a T 45. Mas a B 47 tinha permissão de servir mais ruas com mais carros, o que prejudicou a arrecadação correspondente a T 45.

2008/2009 – De maneira surpreendente, nas eleições de 2008, Aidan Ravin (PTB) desbanca os candidatos à Prefeitura mais cotados: Vanderlei Siraque (PT) e Raimundo Salles (DEM). PT e PTB sempre foram rivais históricos em Santo André, desde a época dos revezamentos entre Celso Daniel (PT) e Newton da Costa Brandão (PTB).
Em suas primeiras ações, em 2009, ficou clara a intenção de Aidan Ravin apagar tudo o que lembrava o partido historicamente rival. Isso começou novamente pela cor dos ônibus, por isso que as padronizações são tão contestadas, pois em vezes de serem usadas para diferenciar linhas, empresas e serviços, acabam se prestando a este tipo de ação administrativa. Só que os ônibus, por ordem do antecessor João Avamileno, ainda estavam sendo pintados de vermelho e ainda existiam veículos na cor do Onda Azul, de Celso Daniel.
Ainda, sob a justificativa de deixar a cidade com as cores de sua bandeira, aproveitou o mesmo desenho de João Avamileno, mas trocou o vermelho elo azul. Foi incrível ver a despadronização da padronização. Numa mesma linha havia por uns 3 ou 4 meses consecutivos, até as empresas cumprirem a nova determinação, ônibus de três cores diferentes: o azulão de Celso Daniel, os vermelhos de Avamileno e os azul mais claro de Aidan Ravin. O curioso é que a ordem foi primeiro era pintar os vermelhos de Avamileno, que ram ônibus mais novos, e depois os mais velhos azuis.
Foi em 2009 e não em 01 de maio de 1990, como diz o panfleto distribuído pela Prefeitura atual de Santo André, que era criada a SATrans, na verdade o nome novo para a EPT. Mas a mudança de nome teve custos burocráticos pagos pela população. As grandes letras que formavam a sigla EPT tiveram de ser apagadas às pressas dos ônibus ainda azulões de Celso Daniel. Na pressa, as empresas tinham de fazer de qualquer jeito e esteticamente o resultado era horrível. Fora isso, a população se confundia com qual ônibus tomar: o azul escuro, o azul claro ou o vermelho, sendo que eram das mesmas linhas e empresas.

Claro que ninguém esperava que toda essa história, que acreditem, aqui foi resumida, fosse contada num folheto da Prefeitura. Ninguém seria ingênuo também ao esperar que uma administração exaltasse a rival. Mas pelo menos a população merece ser informada corretamente. O folheto é bom: descreve as linhas, os itinerários, os principais serviços atendidos por estas linhas, os telefones das empresas, mas mente ao se referir sobre dados históricos dos transportes. E mente com o dinheiro da população.
Dizer que a SATrans tem 20 anos é o mesmo que dizer que a SPTrans foi fundada em 1946 e apagar a CMTC da história.
Adamo Bazani, repórter da CBN e jornalista especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. Gustavo Cunha disse:

    Boa tarde Adamo !

    Tudo bem com vc ? Desejo que sim !

    Penso que, como admirador do ônibus, das empresas de ônibus e suas histórias, mas, acima de tudo, como cidadão, o poder público deve se limitar a planejar (em conjunto com as empresas de ônibus), implementar as políticas e sistemas de transporte e FISCALIZAR a prestação dos serviços pelas operadoras, permitindo a elas, possuirem suas pinturas, sua identidade e não, fazer de conta que a prefeitura é quem presta o serviço.

    Isto não é bonito.

    Abraço.

  2. gabriel disse:

    se pensar na lógica é mais do que 20 anos.
    se a SA Trans substitui a EPT, ela terá cerca de 22 anos.
    a mesma coisa pode se aplicar na SPTrans.
    de nome de 16 anos, mas de prática mais de 6 décadas.

    o modo correto é 2 anos,mas vai entender….

  3. Marcos Galesi disse:

    sinceramente, tem gente que quer esconder a história, mas como a história tem suas profundas raizes por mais que queiram esconder esta história ela sempre aparecerá. Sabe amigo Adamo, um bom exemplo é que lá na Garagem Brás, tentam por anos encobrir com o asfalto os trilhos de bonde que existe por lá, mas não conseguem, assim tb lá na Penha na eletropaulo tentaram inumeras vezes jogar asfalto sobre os trilhos de bonde e sempre o asfalto sai de cima dos trilhos, o que quero dizer é que tentam, tentam, mas não conseguem esconder as marcas da história…

    abraços
    Marcos Galesi

  4. Roberto SP disse:

    Realmente a história dos transportes em Santo André é marcada pela disputa politica partidaria, quando o PT começou assumir prefeituras queria de fato deixar um marca de um governo do povo para o povo, um governo popular, porém ao longo do tempo as coisas foram sendo mudadas porque infelizmente a ambição humana e dinheiro estão acima de qualquer ideologia politica, a utopia foi deixada de lado em nome de interesses politcos partidarios e pessoal. “Transporte um dever do Estado, um direito do cidadão” chega ser ironico diante da situação dos sistemas de transportes, os ônibus acabam virando outdoors ambulantes e quem os utiliza tornam-se reféns dos interesses politicos e empresariais. Portanto sugiro que esse texto seja publicado também num jornal de grande circulação, que não seja, o Diario do Grande ABC, pois a população precisa saber da verdadeira história e nós sejamos os porta vozes dessa verdade. Forte abraço.

  5. Rafael Asquini disse:

    Adamo.

    Acho uma coisa interessante: como esse negócio de consórcio tem sido uma mão na roda para as empresas se esconderem do público, não mostrar a sua marca, fazer inúmeras barbaridades sem serem denunciadas de forma correta e coisa e tal. Hoje quem não é busólogo dificilmente sabe quais são as empresas que operam em Santo André. Eu mesmo não sabia todas e tinha dificuldades para associar o prefixo à empresa. Quem não é busólogo também dificilmente sabe associar o prefixo à empresa, portanto, na hora de denunciar algum problema ou irregularidade no serviço, ao invés de falar o nome da empresa joga tudo nas costas do consórcio.

    Isso ocorreu muito em São Paulo após a licitação de 2003, época em que as empresas não colocavam os nomes embaixo do logotipo do consórcio. Um caso simbólico ocorreu uma vez num ponto de ônibus na Av. Paulista, quando um senhor xingava a Viação Gato Preto pela demora nos ônibus da Linha 715F (Largo da Pólvora x Shopping Continental), que na verdade era da então Viação Osasco (que na tampa do letreiro se identificava como V.O. Ltda.) atual Transppass. Como a Gato era a única a colocar seu nome embaixo do logotipo do consórcio, a bronca sobrou para ela.

    No mais, há que se lembrar que o Consórcio acaba quando acaba o periodo da concessão. As empresas ficam, e suas responsabilidades também. Por isso é ótimo se esconder sob a carapuça de um consórcio.

    Grande abraço.

  6. òtimo exemplo esse Rafael da Viação Osasco X Viação Santa Brígida.

    As padronizações políticas de pintura fazem isso. São benéficas para as administrações e partidos e para os maus empresários.

    Oes empresários que trocam de ônibus entre suas empresas, normalmente passando carros mais velhos para as viações menos interessantes economicamente e podem esconder suas barbaridades e irregularidades no atenfimento à populaççao.

    Tirando essa baboseira de “poluição viisual”, porque não adinata um ônibus padronizado passar do lado dos prédios acabados, pichados, prças sujas e ruas abandonadas, e a mentira de organziação do sistema, que é organizado poer racionalização, modernidade de veículos e honestidade, alguém pode me dar um benefício da padronização? Eu não encontrei nenhum

  7. Renan Rocha Reis disse:

    Bom Dia Adamo,
    Tudo Bem?
    Também não vejo nenhum benefício nessa padronização dos ônibus de São Paulo, mas por outro lado ajudoun à população a diferenciar as empresas pela numeração de acordo com a região que ela opera, à exemplo a Viação Santa Brígida que tem a numeração 1 e a cor verde clara, operando nas zonas norte, oeste, sul e central de São Paulo, a área 2 zonas: norte, Sul, Central , oeste e central na cor azul escura, área 3 zonas:Leste, Sul, Central , norte e extemo leste de São Paulo, a área 4 Consórcio leste, na cor vermelha, que opera nas regiões, leste, sul e central da cidade. Área 5 verde escuro opera nas zonas: Norte, Sul, Leste e Oeste, e também na dvisa da cidade de São Caetano do Sul – Abc Paulista, área 6 Azul clara: Zonas : Sul e Central, área7 Vinho: Sul, Leste, Oeste e central, área 8 Laranja: Zonas: Sul, Oeste e central.

  8. caue reis disse:

    olá Adamo. quero dizer tbm q com essas mudanças todas nós do transporte escolar de santo andre tbm estamos pagando por todas essas mudanças pois além de fazermos vistorias anualmente na SA TRANS,somos fiscalizados com abortagens no meio de nosso itinerario,na porta de outras escolas q não são as descritas em nossas permissões,recebendo multas q ao meu ver abusivas no valor de 1.250,00 reais por um disco de tacógrafo q não foi colocado no dia,por um extintor na validade mas com o pino com defeito,e assim por diante sem nós termos o direito de 1 dia para corrermos atrás e corrigirmos o problema,sabemos q temos q andar com td em dia mas emprevistos acontecem,a fiscalização não está deixando passar nada pois sabemos de comentarios q eles tem metas a cumprir,eles não estão nos repeitando nem um pouco são autoritários e sem educação,deixam nossos alunos com medo fazendo até alguns chorarem,tem um fiscal com o apelido de tião esse é o pior de todos com ele não tem conversa já vai logo passando a notificação q vira multa no outro dia na SA TRANS estamos trabalhando sob-pressão e isso é pior q ter patrão,só eles tem direitos e nós,isso é só uma parte se for falar tudo o q passamos da um livro,peço a vc q é especialista em trânsito q por favor nos ajude pois não sabemos a quem recorrer mais temos o sindicato mas já virou corja deles,nunca sabe nos ajudar só faz alguma coisa se vc for sócio e olha lá.não podemos mais trabalhar em PAZ. Parece q somos CRIMINOSOS.

    1. Valdevino de Souza Freire disse:

      PROBLEMA NO PINOS DO EXTINTOR DE INCÊNDIO, QUE HISTÓRIA E ESSA? A META QUE ELES TÊM A CUMPRIR É COMBATER A IRREGULARIDADES NO TRANSPORTE ESCOLAR. OUTRA COISA A COMENTAR: QUANDO ESTÁ O PTB OS ESCOLARES DIZEM QUE OS FISCAIS SÃO DO PT E QUANDO ESTÁ O PT ESSES MESMOS FICAIS SÃO ACUSADOS DE SEREM DO PTB E NO MAIS VOCÊS NÃO TÊM QUE CORRIGIR PROBLEMAS, VOCÊS TÊM DE EVITAR QUE OCORRAM.

  9. Respeito o posicionamento do autor. Mas alguns pontos merecem ser debatidos. Em 2000, quando a antiga EPT completou 10 anos, a prefeitura editou um livro sobre a história dos transportes no município e simplesmente ignorou a Viação Alpina, uma das mais importantes da cidade. Além disso, a cartilha desenvolvida pela SA-Trans e que não teve dinheiro público na sua elaboração, serve muito mais para informar a população sobre as linhas e horários, algo que há muito não acontecia.

  10. Rogério disse:

    Meus amigos! Respeito as opniões de cada um, mas me lembro muito bem que a Viação Alpina pisava muito na bola! Na liha Jardim Alvorada não tinha horário certo dos ônibus, muitos ônibus quebravam e outros problemas. Quando o prefeito Celso Daniel (PT)assumiu e fez a intervenção da Viação Alpina, melhorou muito a Linha T17 Jardim ALvorada. So que quando o prefeito Dr Neuton Brandão (PTB) assumiu ele largou a EPT prá lá, sendo assim os mesmos problemas que tinhamos com a antiga Viação Alpina voltaram e ainda piores.
    Lembro muito bem num planfeto que o próprio prefeito Brandão dizia no final de mandato:
    – Minha gestão neste 4 anos de mandanto fui muito bem, agora sobre a EPT eu não quero nem falar, isso deixei de lado, não sei nem como está!
    Uma coisa é certa: nas gestões do PT sempre foram melhores do que a do PTB em matéria de transporte público.
    Assim é a minha opnião de um consumidor e busólogo!
    Valeu! Abraço a todos.

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