História

O PADRON RIO E O PADRON CARNAVAL

ônibus

O Padron Rio que foi uma das marcas da Ciferal nos anos de 1990 no Brasil e Ciferal Carnaval, no Mundo,


A época que o “Padron” Rio invadiu São Paulo
Modelo que foi um dos destaques da Ciferal, que ainda era comandada pelo Governo do Rio de Janeiro, fez parte do cotidiano de muitos paulistas e paulistanos que estudavam, trabalhavam, passeavam e cresciam na vida em um produto tipicamente do Rio

ADAMO BAZANI – CBN

Rivalidade entre paulistas e cariocas só se for na brincadeira ou no folclore. Pelo menos no setor dos transportes vários fatos da história mostram isso. A Ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo sempre foi a mais interessante para as empresas rodoviárias, pela quantidade de passageiros. Na busca pela liderança, as empresas operadoras, em especial Viação Cometa e Expresso Brasileiro, buscavam oferecer serviços diferenciados, importando ônibus que traziam novos conceitos de transportes para o País, e, quando, pela política de incentivo industrial no Brasil, as importações se tornaram inviáveis, as empresas que faziam esta rota exigiam da indústria nacional melhores produtos.
As parcerias entre fabricantes de ônibus e empresas no eixo Rio – São Paulo também são provas da proximidade entre os dois estados na história dos transportes. A paulista Viação Cometa e a fluminense Ciferal formaram por anos uma parceria de sucesso. Mas não foi só essa a relação entre fabricantes e operadoras. A Metropolitana, do Rio de Janeiro, também fabricante de carrocerias, teve vários negócios com a CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos -, de São Paulo, não só vendendo carrocerias, mas kits e tecnologia para a empresa pública paulistana fabricar trólebus e seus próprios ônibus, os famosos Mônikas, a partir de 1968, nome dado em homenagem ao nascimento da primeira neta do prefeito de São Paulo, Brigadeiro Faria Lima.
Nos anos de 1990, porém, as ruas da Capital Paulista foram marcadas por um modelo de sucesso nacional, feito pela Ciferal, do Rio de Janeiro, e que ostentava com orgulho o nome do Estado.
Era o Padron Rio.
O Padron Rio seguia para época os requisitos de conforto e segurança exigidos pelas leis de trânsito e qualidade, apesar de ser um modelo básico.
Ele teve a difícil tarefa comercial de suceder um dos maiores destaques da Ciferal pós falência de 1982, quando foi assumida pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, pela iniciativa de Leonel Brizola, o Padron Alvorada.
O modelo Padron Rio foi lançado em 1991 juntamente com a carroceria, também da Ciferal, GLS.
Havia diferenças estéticas claras entre os dois modelos. O Ciferal Padron Rio tinha linhas mais retas e o GLS um ar mais moderno para a ocasião e foi criado para ser uma espécie de modelo mais completo que o básico Ciferal Padron Rio.
O Padron Rio, pelo seu preço, materiais simples e de fácil manutenção, design agradável e pelo apelo comercial que a Ciferal investia, logo começou a agradar os frotistas. O modelo ganhou mercado em todo o País.
São Paulo foi um dos principais mercados.
O Ciferal Padron Rio era usado em categorias de ônibus leves e médios. Apesar de poder ser encarroçado sobre qualquer tipo de chassi, com motores dianteiro, central ou traseiro, foram os motores na frente que predominaram na cidade de São Paulo.
A época do Ciferal Padron Rio foi marcada por uma diversidade de chassi. As marcas aumentavam. Em São Paulo, além dos tradicionais Mercedes Benz, era possível encontrar, por exemplo Padron Rio sobre Ford B 1618. Era ano da Autolatina, quando a Volkswagen também despontava com seu 16.180 CO. Maiores, era possível ver Volvo B 58 e Scania 113 também sendo abraçados pelo Ciferal Padron Rio.
Ao longo de sua produção, o modelo teve algumas mudanças estéticas, mantendo o design geral. Algumas unidades foram exportadas sob o nome de Ciferal Carnaval.
A Ciferal nesta época pertencia ainda ao Governo do Estado do Rio de Janeiro e há quem afirme que os nomes dos modelos não tinham apenas critérios técnicos, mas políticos para a escolha.
O Padron Rio foi produzido até 1994. O GLS continuaria ainda um pouco mais e depois viria o Padron Cidade.
Adamo Bazani.

Comentários

Comentários

  1. Gustavo Cunha disse:

    Olá boa tarde !
    Desejo que estejas bem, amigo.
    Até em Jundiaí, esta METRÓPOLE DO INTERIOR, o padron rio, circulou, através do carro 2661, acho, da Viação Jundiaiense; carro este que, pertenceu a Royal Bus da capital de SP, mais precisamente, me corrija se eu estiver errado, Royal Bus, da já, naquela época, complicada zona leste, certo?!
    Abraço e bom feriado.

    1. Marcos Galesi disse:

      Amigo Gustavo

      é verdade, a Zona Leste desde que a CMTC saiu nunca mais se afirmou foi a Masterbus que teve a maior frota CIFERAL GLS depois veio a SÃO JUDAS, VIAÇÃO VILA FORMOSA, SP BUS etc e tal….e nada.

      Na Zona Norte quando a Viação Brasília foi descredenciada,(mandato Jânio Quadros) a viação SANTO ESTEVAM que se fez presente também na Zona Leste aqui em São Paulo, abriu uma filial na Zona Norte, assumindo as linhas que eram da CMTC pós VIAÇÃO BRASÍLIA. Depois a Santo Estevam Norte foi vendido para a ROYAL BUS do nosso amigo Toninho, que operou no limite fez o possivel para se estabelecer e no mandato do PITTA foi substituida pela empresa EPO – EMPRESA PAULISTA de ONIBUS.

      Uma curiosidade: O dono da JUNDIAIENSE foi dono da ROYAL BUS.
      Curiosidade II: Se você conhecer o Toninho da JUNDIAIENSE-TRÊS IRMÃOS, por favor não mencione ROYAL BUS, pois ele quer esquecer os apuros que ele passou aqui pela CIDADE DE SÃO PAULO.

      1. Gustavo Cunha disse:

        Boa noite Marcos !
        Viação Brasília, das cores verde e branco ?! Creio que sim. Aos meus humildes olhos, quantas não foram as pequenas, médias, mas até boas e organizadas empresas, na capital que, sucumbiram, aos desvairios de uma administração pública pífia, ao selvagem meio, uma pena.

    2. orlando silva disse:

      Sinceramente? eu acho as carrocerias da Ciferal , a pior em acabamento e até que enfim ela teve seu fim..Não dura muito…saudades da GRASSI.

  2. Exatamente Gustavo, a Royal que já vinha de assumir linhas de empresas que deixaram de operara a região e que depois ela também não aguentou.

    Você não tem a foto desse carro?

    1. Gustavo Cunha disse:

      Boa noite amigos !!!
      Reitero meu desejo de que estejas bem ! No site onibusbrasil.com/foto/
      101634/empresa, tem uma foto do carrinho, e, na verdade ele foi cadastrado na Jundiaiense com o prefixo 2231. Mea culpa ! Li e achei muito interessante, a vossa reportagem, sobre as linhas noturnas de ônibus. São mecanismos de integração social, tanto do ponto de vista do trabalho, como da cultura, do lazer, de uma cidade. Bacana meu caro ! Abçs.

  3. Marcos Galesi disse:

    Empresas que já operaram com Ciferal Rio aqui em São Paulo:

    Transkuba
    Transdaotro
    Viação Sto Expedito
    Viação Sta Barbara
    Viação Cidade Tiradentes
    Viação Isaura
    Viação Vila Formosa
    Viação Paratodos
    Viação Guarulhos

    quem se lembrar de mais algumas empresas por favor postem.

    1. Marisa N. Cruz disse:

      A Bola Branca, Jurema e Penha-São Miguel também tiveram.

      1. Marcos Galesi disse:

        Boa noite Marisa

        Nos casos da Bola branca, Jurema e Penha São Miguel, eram CIFERAL ALVORADA.

        Uma curiosidade: o Ciferal da PENHA SÃO MIGUEL ocupava a numeração 04 520 não tenho certeza mas era até 525, e eram veículos reencarroçados, cujo as carrocerias eram gabrielas, creio que eram motor mercedes 1113, me lembro das rodas antigas. Agora só vc amiga Mariza para decifrar se os da Bola Branca e Jurema eram das mesmas caracteristicas.

    2. Algumas empresas de São Paulo, que possuiram o Ciferal Padron Rio, que me lembro de cabeça:

      E. A. O. Penha São Miguel (OF1315/51)
      E. O. Viação São José (OF1315/51)
      Viação Cidade Tiradentes (B58E)
      E. O. Vila Ema (OF1315/51)
      Viação Vila Formosa (OF1315/51)
      Viação Capela (OF1315/51)
      Rápido Zefir Junior (B-1618)
      Kuba Viação Urbana (Transkuba) (16-180CO)
      Viação Paratodos (OF1315/51)
      Expresso Talgo Transporte e Turismo (OF1315/51)

      1. Marcos Galesi disse:

        amigo Diguinho da Vila

        As empresas Penha São Miguel, São José e Talgo não tinham Ciferal padron Rio pelo que me lembro.
        No caso da PENHA SÃO MIGUEL me lembro que tinham 5 CIFERAIS ALVORADA.

    3. magno disse:

      Rapido Zefir Junior

  4. Roberto SP disse:

    A foto refere-se ao lote de Ciferal Padron Rio da TransKuba que chegaram para assumir o lote 54XXX, este por sua vez surgiu devido ao processo de privatização ou “doação” da CMTC em 1994, esses ônibus terminaram seus dias na mesma TransKuba porém no lote 77XXX após a implantação do sistema interligado em 2004, ainda é possível ver alguns deles servindo de apoio e oficina na TransKuba. A carroceria Ciferal até os anos 80 era rara de ser vista na frota paulistana, nos anos 80 com a vinda de novos grupos empresariais para cidade, leia-se grupo dos Mineiros (Constantinos, Baltazar, Ronan entre outros ) vimos chegar na cidade uma enxurrada de Ciferais já usados do Rio eram Fenix e Alvoradas , porém na mesma época tinhamos a Ciferal Paulista que depois virou Condor, Thamco e Neobus, os modelos produzidos em São Paulo eram muito semelhantes aos produzidos no Rio, inclusive muitos foram fabricados aqui e enviados para o Rio. Já o Padron Rio foi um modelo que caiu nas graças dos empresários paulistanos, inclusivo o Ruas que tradicional cliente da CAIO. Mas de certo modo há uma explicação para isto, é que de fato nessa época a Ciferal precisava expandir seu mercado, os modelos Rio, GLSe Cidade eram fabricados de acordo com a necessidades e caracteristica da cidade por exemplo, as janelas dos õnibus vendidos para empresas de São Paulo tinham abertura somente na parte superior, ou seja, de bandeira única, porém há de se destacar os usados que chegavam aqui com as características do Rio, além disso não podemos esquecer que os anos 90 foram anos duros para a CAIO, ela faliu, o que de certo modo possibilitou a entrada de outras encarroçadoras na capital paulista, outro fator foi a privatização da CMTC que obrigou as empresas terem ônibus novos e a Caio não dava conta de novos pedidos e além disso tínhamos muitos Ex Rio na cidade, já os modelos Turquesa e Citimax (já Marcopolo)não caiu no gosto do frotista paulistano. E complementando as informações acima a Viação Santa Cecilia também teve Padron Rio.

  5. Marcos Galesi disse:

    Uma empresa que teve vida curta que tinha também padron Rio Ciferal era a empresa ALFA, que comprou junto com a transdaotro.

  6. Ricardo disse:

    Ola gente gostaria de ver fotos dos onibus da extinta viacao ambar de sp essa tinha saudoso ciferal gls ricardojaguare@gmail.com

  7. Ricardo disse:

    Atencao ola amigos curte onibus por favor alguem tem fotos dos onibus da antiga viacao ambar ou itamarati gostaria de ter essa foto para a minha colecao se estiver em via para meu e mail ricardojaguare@gmail.com ou mms 85990858 obrigado gente

  8. Alvaro Gonzalez disse:

    Adamo aproveito para explicar o nome CARNAVAL. Ele não era para todas as exportações, mas apenas para o Chile. A escolha do nome sequer foi feita pela própria Ciferal, mas por seu representante no Chile de 1994 a1996, a encarroçadora chilena Sport Wagon. Essa encarroçadora produzia dois modelos: o micro PANORAMA, sob licença da AWARTER, alemã, e o urbano FESTIVAL. Quando pegou a representação da Ciferal era ampliar a gama de produtos comercializados. Os com estrutura em aço com produção própria e os com estrutura em duralumínio, importados. O nome CARNAVAL foi para associar com Festival, o a festa autenticamente brasileira.

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