NTU se posiciona contra decisão do Governo do Distrito Federal de ampliar trânsito em faixa exclusiva de ônibus para carros de passeio
Publicado em: 11 de agosto de 2023

Associação acredita que mudança na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) vá na contramão das recomendações técnicas
VINICIUS DE OLIVEIRA
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) se posicionou contra a liberação da faixa exclusiva para ônibus, vans escolares e táxis da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), no Distrito Federal, para o trânsito de todos os veículos.
A decisão de permitir demais veículos na via foi tomada pelo governo da capital.
De acordo com a NTU, a mudança vai na contramão das recomendações técnicas e de melhores práticas de mobilidade urbana e sustentabilidade ambiental adotadas em todo o mundo, resultando no efeito contrário na redução dos congestionamentos.
O transporte público coletivo corresponde a 28% de todos os deslocamentos de pessoas, com os ônibus urbanos preenchendo 85,7% dessa parcela.
Dessa forma, eles ocupam, em média, 8% do espaço nas ruas e avenidas das grandes cidades, em comparação com os carros que são responsáveis por 26% de todos os deslocamentos, mas ocupam, em média, 80% do espaço viário.
“Os carros transportam, em média, 1,2 passageiro por viagem; ou seja, um ônibus pode levar o mesmo número de pessoas transportadas por 40 carros, ocupando um espaço 20 vezes menor. Dar mais prioridade aos ônibus, com mais faixas exclusivas, tornaria o transporte coletivo mais rápido e atraente, levando mais pessoas a trocar o carro pelo ônibus. Isso tiraria veículos das ruas, os congestionamentos tenderiam a acabar, o tráfego ficaria melhor para todos, e haveria menos poluição e acidentes de trânsito”, comenta Francisco Christovam, presidente executivo da associação.
A prioridade aos ônibus reuniria múltiplos benefícios ao fluxo das vias, como menor tempo de viagem do passageiro, redução do consumo de combustível, diminuição do volume de emissões de gases poluentes, e menores custos operacionais do sistema de transporte público coletivo.
Com isso, a NTU apela à Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) do Distrito Federal para que a decisão seja revista e a prioridade se mantenha na capital, buscando ainda a ampliação da política de priorização.
Vinicius de Oliveira, para o Diário do Transporte