Pesquisa da CNT e NTU destaca perfis das empresas de ônibus pelo Brasil

Presidente do Conselho da NTU, João Antônio Settti Braga, na abertura do Seminário da NTU

Levantamento contou com participação de empresários do setor e traz dados atualizados, pontuando desafios do segmento e crise enfrentada

WILLIAN MOREIRA

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgaram uma pesquisa inédita apresentando os perfis das operadoras de transporte rodoviário no Brasil.

A chamada Pesquisa CNT Perfil Empresarial 2023 – Transporte Rodoviário Urbano de Passageiros mostra aspectos de frota, operação, mão-de-obra e investimentos, mas também a relação do rodoviário com as gestões ambientais e riscos de manter o serviço.

Estas informações foram obtidas junto com empresários do transporte no primeiro semestre deste ano, abordando a realidade de todas as regiões do país.

O estudo mostra que 82,2% do total dos operadores rodoviários são empresas de grande porte, contando com mais de cem colaboradores e que na maioria possuem mais de 20 anos de atuação no mercado, com a origem sendo familiar, motivo que move 59,8% destas empresas.

Outro dado importante é o desafio para se manter em boa saúde financeira e com atendimento constante, uma vez que 51,1% das operadoras não recebem nenhum aporte financeiro público, como por exemplo, subsídio, onde 36,2% das empresas de ônibus contam somente com a tarifa paga pelo passageiro para embarque como a sua forma de obter dinheiro para custo da frota, funcionários, entre outras despesas.

O passageiro ao utilizar o transporte em sua ampla maioria já abriu mão do uso de dinheiro em espécie, sendo que 91,4% usam a bilhetagem eletrônica, como QR Code, cartões como Bilhete Único e outras alternativas.

Diante disso, a função do cobrador vem ano após ano perdendo espaço, já que 90,2% das empresas têm ao menos uma linha na frota sem este profissional.

Além disso a violência preocupa, com casos de incêndio, vandalismo e assaltos sendo algo frequente.

No total 59,2% foram vítimas de assalto e 40,2% sofreram ato de depredação no último ano, sendo que uma em cada cinco empresas (20,1%) tiveram veículos incendiados no período, em diferentes pontos do país.

Apesar deste problema sistêmico e diário, o setor segue com olhar para a sustentabilidade e com atenção as questões ambientais, já que 74,7% monitoram o uso de combustível e quase o mesmo índice, em 74,1% acompanham a geração de resíduos. Veja a seguir os principais pontos de destaque nesta pesquisa.

TARIFA

– 36,2% têm a tarifa paga pelo passageiro como a única forma de remuneração definida em contrato

– 51,1% não recebem qualquer subsídio do governo

– 56,9% consideram a dificuldade em reajustar o valor das tarifas como principal problema

– 18,5% dos passageiros recebem algum tipo de benefício tarifário

PAGAMENTO

– 91,4% utilizam o sistema de bilhetagem eletrônica

– 75,8% implementaram pagamento com cartão de transporte como forma de substituição ao cobrador

– 90,2% têm pelo menos uma linha da frota operando sem a função de cobrador

SUSTENTABILIDADE

– 74,7% monitoram o uso de combustível

– 74,1% acompanham a geração de resíduos

VIOLÊNCIA

– 59,2% foram vítimas de assalto no último ano

– 40,2% sofreram ato de depredação no último ano

– 20,1% tiveram veículos incendiados no último ano

CUSTOS

– 74,1% consideram preço do diesel a principal dificuldade enfrentada

– 72,4% indicaram a manutenção do veículo como o fator que mais sobrecarrega os custos das empresas

Segundo a CNT, o setor de transporte rodoviário conta com 1.577 empresas de ônibus urbanos em operação no Brasil e, aproximadamente, 107 mil ônibus, responsável por 315 mil empregos diretos.

Francisco Christovam, presidente da NTU, apresentou o anuário na manhã desta terça-feira (08)

Willian Moreira, para o Diário do Transporte

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