Dia do Motorista é comemorado nesta terça (25)

Foto: Divulgação/BRT Sorocaba

BRT Sorocaba conta com time de 192 motoristas, que significam mais que condutores para os passageiros que utilizam o sistema diariamente

ARTHUR FERRARI

Comemorado no dia 25 de julho, o Dia do Motorista mostra como uma profissão, tão importante para o funcionamento da sociedade, é admirada por passageiros.

Com um total de 192 motoristas distribuídos em 11 linhas, o BRT Sorocaba é fundamental para a integração dos mais de um milhão de munícipes transportados todos os meses com vários pontos da cidade de Sorocaba (SP).

Os profissionais conduzem os ônibus diariamente em três turnos, garantindo que a cidade se movimente e funcione. Para os passageiros, esses motoristas se tornam figuras familiares, proporcionando um senso de segurança e confiança ao embarcarem todos os dias com os mesmos rostos familiares.

O vínculo estreito entre motorista e passageiro é algo que se desenvolve naturalmente, especialmente para aqueles que fazem o mesmo trajeto por longos períodos. A motorista Camila Botelho, de 42 anos, compartilha histórias que vão desde elogios à sua habilidade de conduzir um ônibus de 23 metros até situações de amparo a passageiros em momentos difíceis.

“Sempre tenho passageiros ali próximos a mim em todas as viagens. Volta e meia, ouço elogios, como: não é pra qualquer um que dirige um ônibus de 23 metros! Fico muito contente com o reconhecimento. As emoções são diversas ao longo do dia e, a mais forte que tive, foi com uma passageira de 19 anos que todos os dias andava comigo, ela e sua filhinha de 1 ano e meio. Até que um dia, a mãe a expulsou de casa e eu as acolhi em minha casa! Acredito que temos que ajudar o próximo sem distinção, temos que aprender a ter caridade, empatia e compaixão! Dei um socorro ali no momento e, hoje, essa jovem e a filhinha estão bem tocando suas vidas”, explica a motorista.

A segurança proporcionada por ter o mesmo motorista todos os dias é destacada por Bárbara Rodrigues, responsável pelo Recursos Humanos da BRT Sorocaba. Ela ressalta que os passageiros sentem-se mais confortáveis e tranquilos ao saberem que têm alguém conhecido ali para ajudar, caso precisem. Essa convivência amistosa entre motoristas e passageiros cria uma mobilidade verdadeiramente humana, fortalecendo os laços entre as pessoas que utilizam o transporte coletivo. ”Embarcar no ônibus com o mesmo profissional torna a viagem mais familiar. Os passageiros se acostumam com o motorista e criam uma convivência amistosa, tornando a viagem mais segura. Se eles precisarem de alguma ajuda, sabem que tem alguém ali. Isso é reconfortante. Temos uma mobilidade cada vez mais humana de verdade”, diz Bárbara.

Felipe Mantoanelli Amaral, com 35 anos e sete de experiência na profissão, destaca que todos os dias aprende algo novo e aconselha que os aspirantes a motoristas cultivem a tranquilidade e paciência, duas qualidades essenciais para o dia-a-dia nesse trabalho. “Estou na função de motorista há 7 anos e me sinto realizado no que faço. Todos os dias sempre aprendo algo novo e gosto de escutar os colegas mais experientes. Os mais velhos têm a sua sabedoria. Para quem deseja ser motorista diria que essa é uma ótima profissão e deixo o conselho para que sejam tranquilos e desenvolvam a paciência. Essas são duas qualidades importantes para o dia-a-dia”, conta.

Camila Botelho, com 42 anos e cinco de experiência, expressa a sensação de liberdade proporcionada pela profissão, especialmente por ser uma mulher ocupando esse papel. Acredita que a perseverança e paciência são fundamentais para enfrentar os desafios e realizar seus sonhos. “Ser motorista de ônibus é muito bom e tenho a sensação de liberdade. Essa profissão me ensinou a ser forte, a ter confiança em mim mesma, a acreditar num mundo melhor onde nós mulheres podemos dominar qualquer profissão. Basta querermos, corrermos atrás de nossos sonhos e não desistir mesmo diante das dificuldades enfrentadas. Obstáculos aparecem para fazer com que sejamos mais fortes e capazes. Aprendi a ter paciência e a esperar o tempo”, diz Camila.

Paulo Lopes, com 44 anos e 22 de experiência, conta que sua trajetória o fez aprender muito sobre os bastidores do transporte antes de se tornar motorista. Hoje, sente-se orgulhoso por contribuir para a vida de tantas pessoas e acredita que todos os dias podem ser uma oportunidade para melhorar ainda mais. “Passei por outros setores do transporte antes de me tornar motorista. Então, aprendi bastante sobre os bastidores da operação. Em 2001, tive uma oportunidade e me tornei motorista. Me sinto muito orgulhoso por fazer o que amo. Quando vejo como o meu trabalho contribui para vida de tantas pessoas tenho a certeza do quanto ele é importante. Desempenho a minha função com muita determinação e força de vontade. Sei que todos os dias podemos melhorar um pouco mais”.

Arthur Ferrari, para o Diário do Transporte

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