Bloqueios bolsonaristas em estradas causaram prejuízo de R$ 800 milhões ao setor de transporte de passageiros intermunicipal e interestadual

Passageiros e empresas de ônibus foram pegos de surpresa na manhã de segunda-feira com os bloqueios nas estradas

Dados foram estimados pela Abrati, diante de 954 pontos de paralisações por caminhoneiros nas principais rodovias do País

ALEXANDRE PELEGI

Em comunicado da ABRATI (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), os mais de 954 pontos de paralisações por caminhoneiros nas principais rodovias do País após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais representaram um prejuízo de aproximadamente R$ 800 milhões ao setor.

As paralisações afetaram um serviço essencial à população, pois além dos transtornos econômicos, geraram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade, como alimentos, medicamentos e combustíveis.

No comunicado, a Abrati diz ter lamentado as consequências aos milhares de viajantes por todo o Brasil desde o início das manifestações, na madrugada do dia 31 de outubro.

A Associação atuou firmemente com a CNT (Confederação Nacional do Transporte) junto às autoridades na busca por uma solução.

Os prejuízos às empresas de ônibus do transporte rodoviário de passageiros interestadual e internacional foram calculados com base nos custos com ônibus parados, na reorganização de escala, suspensão de vendas e ressarcimento de passagens.

As empresas associadas e as rodoviárias das principais capitais exerceram um verdadeiro esquema de guerra para gerenciar a crise, que pegou muita gente de surpresa. Além da interrupção das vendas de passagens, foi preciso atuar 24 horas para atender aos passageiros com remarcações e cancelamentos de bilhetes”, diz a nota da ABRATI.

Dados da Socicam, que opera os principais terminais rodoviários do país, desde a segunda-feira 31 de outubro até a madrugada da quinta-feira 3 de novembro, 1.400 viagens foram canceladas nos terminais do Tietê e Barra Funda, em São Paulo. Isso representou 43 mil passageiros prejudicados.

Já na Rodoviária do Rio, 12 mil pessoas deixaram de embarcar até a quinta-feira 3 de novembro, em função dos bloqueios em rodovias de sete estados brasileiros.

Bolsonaristas inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro nas urnas realizaram os bloqueios que causaram transtornos a milhões de brasileiros. Bolsonaro seguiu em silêncio desde a noite de domingo (30) depois de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter confirmado oficialmente a vitória do adversário Luís Inácio Lula da Silva.

Posteriormente, Bolsonaro fez um curto pronunciamento, mas sem deixar claro sua condenação aos atos de baderna de seus seguidores.

São três fatos inéditos na história eleitoral do Brasil desde a redemocratização:

– Nunca um presidente que tentava a reeleição foi derrotado, como aconteceu com Bolsonaro;

– Nunca um Presidente da República se calou por tanto tempo depois das eleições

– Nunca ocorreram protestos simultâneos contra um resultado de eleições.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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