Vendas de passagens de ônibus em SP continuam sendo retomadas gradativamente nesta quinta (03), mas desde início das manifestações, mais de 1,5 mil ônibus foram cancelados, diz Socicam
Publicado em: 3 de novembro de 2022

Bloqueios em rodovias prejudicaram passageiros e setor de transportes
ADAMO BAZANI
A Socicam, que administra os terminais rodoviários na cidade de São Paulo, informou há pouco que a situação é tranquila na manhã desta quinta-feira, 03 de novembro de 2022, para quem vai viajar de ônibus para o interior ou outros estados.
Situação bem diferente do que foi verificado principalmente na segunda-feira (31) e na terça-feira (1º) nos terminais Tietê, na zona Norte, e Barra Funda, na zona Oeste, quando os passageiros foram prejudicados pelos bloqueios ilegais de grupos bolsonaristas em diversas rodovias em todo o País. No Terminal Jabaquara, na zona Sul, com partidas para o litoral paulista, não houve impactos.
De acordo com a Socicam, desde segunda-feira (31), quando começaram os tumultos nas rodovias, 1.533 ônibus foram cancelados, considerando as partidas nos Terminais Tietê e Barra Funda.
As vendas de passagens ainda estão sendo normalizadas, mas a Socicam aconselha que os passageiros procurem antecipadamente, as empresas de ônibus.
Nesta quinta-feira, 03/11, a situação segue tranquila nos terminais rodoviários Tiete e Barra Funda, com as vendas de passagens e embarques que continuam sendo retomados gradativamente desde quarta-feira, para todos os destinos operados. Reforçamos a orientação aos passageiros que busquem contato com as viações responsáveis para esclarecimentos sobre passagens que necessitam de alterações. Desde a última segunda-feira, 31, quando iniciaram os bloqueios nas rodovias, estima-se que aproximadamente 1.533 ônibus foram cancelados, considerando as partidas nos Terminais Tietê e Barra Funda.
HISTÓRICO:
Bolsonaristas inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro nas urnas realizam os bloqueios que causam transtornos. Bolsonaro ficou em silêncio desde a noite de domingo (30) depois de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter confirmado oficialmente a vitória do adversário Luís Inácio Lula da Silva, até o meio da tarde de terça-feira (1º).
Em redes sociais e em emissoras de rádio, caminhoneiros dizem que em cada ponto de bloqueio são pequenos os grupos que causam os tumultos, mas os demais não seguem viagem porque têm medo de agressão ou de ter os veículos destruídos pelos organizadores.
São três fatos inéditos na história eleitoral do Brasil desde a redemocratização:
– Nunca um presidente que tentava a reeleição foi derrotado, como aconteceu com Bolsonaro;
– Nunca um Presidente da República se calou por tanto tempo depois das eleições – só falou depois de quase 48 horas.
– Nunca ocorreram protestos simultâneos contra um resultado de eleições.
O Diário do Transporte mostrou que passageiros de linhas de ônibus metropolitanos e rodoviários foram prejudicados.
As empresas de ônibus tiveram de cancelar diversas viagens.
Somente no final do terceiro dia de bloqueios, quando as manifestações já perdiam a força diante da autorização pelo STF para os Estados agirem mais energicamente para liberar as rodovias, é que o presidente Bolsonaro gravou um vídeo pedindo as desobstruções.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes