Sindicato afirma que tatuzão deveria passar 20 metros abaixo de adutora da Sabesp

Foto: Reprodução TV Bandeirantes

Escavação passou apenas a três metros, causando desabamento e a inundação do canteiro de obra

WILLIAN MOREIRA

O Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) emitiu uma nota pública sobre a sua visão e entendimento a respeito do acidente na obra de construção da Linha 6-Laranja no dia 1º de fevereiro de 2022.

Segundo a entidade, um dos principais causadores do acidente foi o próprio Metrô e seu método construtivo, optando por passar o tatuzão, a tuneladora utilizada na escavação dos túneis, a apenas três metros abaixo de uma adutora de esgoto da Sabesp.

O ideal segundo o sindicato seria passar com o equipamento por pelo menos 20 metros abaixo da rede de esgoto, e com uma velocidade de descolamento menor que a utilizada, diminuindo desta maneira as vibrações em todo o terreno.

O Metrô no caso então não teria tomado “as precauções de projeto e execução”, transformando a Sabesp em uma “vítima” no acidente e não em um dos responsáveis.

Veja abaixo na íntegra a carta publicada pelo Sintaema.

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos, no entanto, contesta essa informação do sindicato, afirmando que além do Sintaema, o Sindicato dos Metroviários não teria embasamento para tratar deste assunto, já que a obra é privada e acompanhada por engenheiros do Metrô.

Leia a nota a seguir:

“O Sindicato dos Metroviários não tem qualquer legitimidade para falar sobre uma obra privada, que é acompanhada diariamente pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, inclusive com engenheiros cedidos pelo Metrô.”

SOBRE O ACIDENTE

Na manhã de 1º de fevereiro, uma ruptura da adutora da Sabesp durante a perfuração dos túneis da nova linha, causou um desmoronamento, seguido de uma inundação por esgoto dos canteiros de obras e o desabamento da pista local da Marginal Tietê.

Ninguém ficou ferido.

Nos dias seguintes, trabalhos para estabilizar o solo, fechar a cratera e a abertura de uma nova via para carros, foram realizadas.

Willian Moreira em colaboração especial para o Diário do Transporte

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Comentários

Comentários

  1. Jackson disse:

    Resposta com qualidade típica de sindicato: quer tirar o corpo fora, sem comprovação técnica das informações, sem referência científica dos dados.

    Antes de tudo, quero deixar bem claro: eu concordo em grande parte com o texto emitido pelo sindicato, e eu ACHO que a responsabilidade não é da Sabesp e que houve erro de calculo por parte do corpo técnico do consórcio responsável pela obra.

    Dito isso: quando eu vi a chamada da notícia, fiquei muito interessado! Como engenheiro, analista de tensões, tenho acompanhado releases técnicos sobre o incidente. Até então, não havia ficado claro pra mim se a responsabilidade foi de fato da PPP ou se houve algum outro agente externo influenciador. A nota do sindicato, ao AFIRMAR que o equipamento escavador (“tatuzão”) deveria passar 20 metros abaixo da adutora, levantou muito o meu interesse e achei que fosse encontrar dados técnicos relevantes pra formação da minha opinião sobre o incidente.

    Porém, ao invés de referências técnicas sobre, por exemplo, resistência do solo da região, tensões mecânicas na adutora ou frequências naturais estimuladas pela vibração do “tatuzão”, a nota do sindicato trouxe referências como “youtube” e links de reportagens que NADA comprovam os dados técnicos aleatórios (como os 20 metros de distância, por exemplo) usados na resposta.

    Infelizmente foi uma grande oportunidade perdida, mas em sintonia com muitos outros materiais sindicalistas que vejo.

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