SETUT cobra da Prefeitura de Teresina (PI) cumprimento de acordo sobre transporte público

Valor é referente à diferença tarifária paga pelos passageiros, além das gratuidades e de 67% do valor na tarifa dos estudantes. Foto: João Gabriel/Ônibus Brasil.

Empresários dizem que o município deve R$ 61 milhões para as empresas

WILLIAN MOREIRA

O SETUT (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina) informou nesta segunda-feira, 24 de janeiro de 2022, por meio de comunicado, que vai cobrar da Prefeitura o cumprimento do acordo firmado em outubro do ano passado, referente ao serviço de ônibus urbano da cidade.

De acordo com a entidade, a gestão municipal deve assumir o sistema de bilhetagem eletrônica como combinado e quitar a dívida com as empresas de ônibus, que após um novo cálculo, passou a ser de quase R$ 61 milhões.

Este valor cobrado seria referente à diferença tarifária paga pelos passageiros, além das gratuidades e de 67% do valor na tarifa dos estudantes.

Ao Diário do Transporte, a consultora jurídica do SETUT, Naiara Moraes, afirmou que estes pontos foram o motivo do pedido das empresas de ônibus para novamente conversar a respeito do que foi firmado em acordo e de acordo com a entidade, não está sendo cumprido.

Naiara afirmou ainda que o sindicato não vê problemas no fato de a Prefeitura assumir a bilhetagem, mas que precisa do dinheiro cobrado para manter a saúde do transporte.

A consultora pontua que o valor arrecadado com a tarifa é insuficiente para manter o serviço funcionando, já que os empresários cumprem o acordo e colocam mais ônibus que a demanda, promovendo uma oferta maior que o necessário.

Além disso, outras questões estão sendo debatidas no começo de 2022, gerando mais despesas e aumentando o custo operacional.

“Hoje a dívida do município para com os consórcios no ano de 2021, chega a aproximadamente de R$ 61 milhões, referentes à diferença da tarifa, do custo das gratuidades e dos 67% do valor da passagem do estudante”, disse.

“Em relação a ordem de serviço da oferta continuada de ônibus, é necessário entender que ela continua superior ao demanda de passageiros transportados, necessitando então que a prefeitura faça a cobertura deste custo imediato que não é coberto pela arrecadação. Porque a quantidade de que hoje circulam, apesar de ter ampliado esse números dentro das frotas, ainda não é suficiente para manter o sistema funcionado”, afirmou também.

“Em um período que os empresários veem a necessidade de a partir do inicio do ano, fazer novos diálogos em relação a convenção de trabalhadores, melhorias de salários e outros direitos, os empresários veem a necessidade de colocar em pauta novamente essas questões em relação ao transporte coletivo, especialmente o descumprimento do acordo pelo município”, finalizou Naiara Moraes.

O Diário do Transporte aguarda um posicionamento da Prefeitura sobre a cobrança das empresas referente ao acordo.

Willian Moreira em colaboração especial para o Diário do Transporte

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