Diário no Sul

Após pedidos de comerciantes, Porto Alegre (RS) autoriza circulação de carros em trecho de faixa exclusiva para ônibus

De acordo com empresários, desde que as mudanças foram instaladas, os clientes sumiram, pois não é permitida a passagem de carros. Foto: Giulian Serafim / PMPA.

Exceção é na Avenida Sertório, sentido bairro-Centro, entre Rua Dona Margarida e a Avenida Farrapos

JESSICA MARQUES

Após pedidos de comerciantes, a Prefeitura de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, decidiu autorizar a circulação de carros em um trecho de faixa exclusiva para ônibus.

A exceção é na Avenida Sertório, sentido bairro-Centro, entre Rua Dona Margarida e a Avenida Farrapos. No trecho, os motoristas de veículos particulares podem circular sem serem multados.

Em nota, a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) esclareceu que os motoristas poderão ter acesso aos comércios ou serviços, sem riscos de autuação. “O trecho faz parte do projeto de requalificação do corredor de ônibus e da construção de novas estações para o transporte coletivo na av. Sertório, em fase final de implantação. A circulação de veículos no percurso garante a acessibilidade de todos os modais. A sinalização passará por ajustes para garantir a informação segura aos usuários sobre o acesso permitido no local”.

REINVINDICAÇÕES

Nesta semana, o vice-prefeito Ricardo Gomes, acompanhado do secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Fernando Záchia, e do diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires, visitou comerciantes da Avenida Sertório para escutar demandas referentes às recentes mudanças no trânsito. Há alguns dias, foi determinada faixa azul no trecho entre as ruas Dona Margarida e Pernambuco, que indica passagem exclusiva para ônibus em direção ao centro.

De acordo com empresários, desde que as mudanças foram instaladas, os clientes sumiram, pois não é permitida a passagem de carros. “A faixa para os ônibus afasta a circulação de pessoas, pois elas acham que é proibido circular, têm medo de levar uma multa, por exemplo”, comentou Abílio Boucinha, proprietário de uma locadora de carros. Peterson Kolling, empresário, entende que a preocupação com a mobilidade é válida, mas restringir o comércio local, não. “Nosso pedido é para que analisem a necessidade da faixa azul”, explica.

O vice-prefeito afirmou que a prefeitura está aberta ao diálogo. “Se nos equivocamos em algum momento, iremos corrigir. Não queremos e não é o nosso papel dificultar a vida do empreendedor. Faremos uma análise técnica para entender o que pode ser feito”, disse. O secretário Záchia explicou que, em questão conceitual, a intenção das faixas azuis é dar agilidade e fluidez ao trânsito, mas não prejudicar o comércio.

Segundo o diretor-presidente da EPTC, a avenida Sertório atende por dia cerca de 40 mil pessoas. “Em média, são 850 viagens diárias. Estamos tentando solucionar problemas de trânsito, diminuir o índice de atropelamento e dar maior mobilidade à região. Podemos garantir neste momento que não iremos interferir na acessibilidade do comércio. Vamos reforçar a sinalização que permite acesso local e serviços. Se precisarmos fazer ajustes, faremos”, destacou. A EPTC se comprometeu a entregar uma alternativa para a região em duas semanas.

Jessica Marques para o Diário do Transporte

Comentários

Comentários

  1. Edson disse:

    Colocam a faixa azul, depois não fiscalizam. Pra que este desperdício de dinheiro? Só circula ônibus vazio na Sertório – nem precisa de faixa de ônibus, são tão poucos que poderiam circular junto com os carros, e liberar as faixas de ônibus para melhor circulação dos carros.

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