A importância de descaracterizar a pintura do ônibus antes da venda para terceiros
Publicado em: 1 de janeiro de 2021

Apreensões por transporte clandestino e até envolvimento em acidentes graves podem prejudicar imagem de empresa que vendeu o coletivo e não tem nenhuma relação com as ocorrências
ADAMO BAZANI
Não são raras as ocasiões de em imprensa especializada, como o Diário do Transporte, e órgãos de comunicação em geral aparecerem imagens de ônibus, principalmente os rodoviários, envolvidos em apreensões por transporte clandestino e em graves acidentes.
Mesmo sem os veículos de comunicação citarem os nomes das empresas, a pintura e o padrão visual estão lá e a imprensa tem o direito constitucional de informar e exercer o seu trabalho de registro de fatos e imagens (Artigo 220 da Constituição Federal de 1988).
Entretanto, muitos destes ônibus não fazem mais parte das frotas das empresas donas das pinturas porque foram baixados e vendidos.
Ocorre que a manutenção das características das pinturas originais pode trazer grandes problemas para a empresa que realizou a venda.
E não adianta culpar ou tentar processar o órgão de imprensa.
Os problemas em relação à imagem são apenas uma face da questão.
Multas, processos jurídicos e procedimentos administrativos podem chegar às garagens sem nenhuma culpa ou responsabilidade da empresa que já não possui este ônibus.
Mesmo que o problema seja revertido, se perde muito tempo e dinheiro.
Uma dica de especialistas em vendas de ônibus usados (os que agem honestamente e que são a grande maioria deste setor) é, antes da comercialização, descaracterizar a pintura do veículo.
Não deixa de ser um investimento, mas vale a pena e, no final das contas, pode ser mais barato que mobilizar um corpo jurídico e até publicidade para provar que a empresa não teve relação com a ocorrência.
Se é caro pintar todo o ônibus, além de apagar nomes e prefixos, é recomendável repintar ao menos algumas artes visuais e faixas.
Os adesivos de gerenciadoras de transportes, como ANTT, Agerba, Detro, Artesp, etc, que trazem os números de inscrição e registro da empresa vendedora devem ser retirados também.
Outro cuidado é com a documentação.
A empresa vendedora deve se certificar que todas as transferências foram pagas e realizadas.
Guardar cópias de contratos de compra e venda, de transferência, recibos e fotografar o ônibus no momento da venda também são outras dicas importantes.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Não é uma má ideia mas ainda tem bastante empresa que não faz isso. Em alguns casos nem o nome da empresa e o prefixo do veículo retiram. Uma vez vi um carro da antiga Intersul (hoje Vallesul) com pintura e nome da empresa estampado e ainda com o prefixo, porém com placa cinza. Ele tava fazendo viagem clandestina na época…
Adama, boa noite, não vejo sequer uma citação de que alguns veiculos vendidos tivesse uma certidão de que o veiculo fôra feito uma manutenção e dado ok para uso de quem compra…É imprescindivel que tenha esse certificado assinado tanto pela empresa e do comprador, redimindo quaisquer problemas que houver, pois se isso não for feito é até criminoso a venda, sem conhecimento de certos defeitos.
desculpe meu erro Adamo Bazzani
Aproveitando a matéria, pra passar aqui e desejar um abençoado 2021 pra toda equipe do Diário dos Transportes!