História

HISTÓRIA EM RETRATOS: Os monoblocos que marcaram o interior paulista

Monobloco O-321 da Ribe Transportes

Viagem no tempo desta edição é entre 1975 e 1979, uma oportunidade de relembrar empresas e pinturas que fizeram parte do dia a dia de muita gente

ADAMO BAZANI/MARIO CUSTÓDIO

Quem andou de ônibus rodoviário até o início dos anos 2000 certamente já foi transportado em monoblocos.

Como o nome diz, este tipo de veículo trata-se de um “bloco único” que integra chassi, motor e carroceria, com uma forma diferente de fabricação do que ocorre na indústria de ônibus atual, com a produção dos chassis para depois encarroçamento.

Apesar de não ser a única produtora de monoblocos na história da indústria de veículos de transporte coletivo no Brasil, a Mercedes-Benz é a empresa que mais se destacou com seus modelos produzidos de 1958, com o O-321, até 1996, com o O-400.

Há várias explicações (ou ao menos tentativas de explicações) para o fim dos monoblocos, como problemas estruturais que surgiram devido às características das vias brasileiras, a exigência de uma manutenção mais criteriosa que nem todas as empresas tinham, e até mesmo pressões de mercado por parte de encarroçadoras e empresários de ônibus.

Independentemente de teorias sobre o seu fim, os monoblocos marcaram épocas e se destacaram ao longo do tempo por um design mais sofisticado (parte desenvolvida inclusive na Alemanha) e pelo conforto para motoristas e passageiros.

Houve desde a primeira até a última geração de monoblocos os modelos urbanos e rodoviários.

Nesta edição da coluna “História em Retratos”, do Diário do Transporte, após uma pausa, o pesquisador e consultor em transportes, Mario dos Santos Custódio, retorna em grande estilo e traz cinco registros de seu trabalho fotográfico desenvolvido por décadas.

São cinco monoblocos fotografados entre os anos de 1975 e 1979 no interior paulista, como o pesquisador explica em seu relato.

Na coluna de hoje vamos fazer mais um breve passeio ao Interior do Estado de São Paulo em fotos que fiz entre 1975 e 1979 nas Regiões de Campinas, Jaú, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, contendo fotos dos ônibus das empresas Expresso Itamarati, Rápido Luxo Campinas, Ribe Transporte, Viação Jauense e Viação São Bento, através dos inesquecíveis modelos da Mercedes-Benz O-321, O-355 e O-362. Tais modelos, consagrados até hoje, marcaram gerações, pois muitos de nós utilizaram tais veículos em nossos deslocamentos. E os que não os utilizaram puderam vê-los nas cidades e estradas. Enfim, apreciem as fotos, inclusive já desgastadas pelo tempo. Esses ônibus estavam a servir nas linhas Jardinópolis – Ribeirão Preto, Jaú – Bauru, Ribeirão Preto – Ituverava, São José do Rio Preto – Votuporanga e Vinhedo – Campinas.

Veja as imagens:

Texto inicial: Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Mario dos Santos Custódio, pesquisador e consultor em transportes

Comentários

Comentários

  1. Kaio Castro disse:

    Viver, Ver e Rever: Aqui o registro de um momento que, embora não tão distante, já é passado e faz parte da história de uma empresa, de seus funcionários, dos passageiros e dos que, pelo ônibus, tem um olhar diferente que podemos chamar de paixão.

    1. MARIO CUSTÓDIO disse:

      OLÁ KAIO
      Sua observação é bastante oportuna e consistente. O ônibus é o grande transportador de sonhos.
      Saudações,
      MARIO CUSTÓDIO

  2. Olavo Leal disse:

    Faltou uma foto de um monobloco da Pássaro Marron, que chegou a operar cerca de 300 monoblocos O321 (bicudinhos), O352, O362, O326 (modelos antigo – bicudinhos – e novos).

    1. MARIO CUSTÓDIO disse:

      OLÁ OLAVO
      Grato por lembrar da PÁSSARO MARRON.
      Porém, não me lembro de ter tirado foto do O-321 dela no passado.
      Deixo esse encargo para outros que possam tê-lo feito.
      E por razões de leitura e por tentarmos buscar sempre fotos as mais inéditas possíveis, foi o que tentei fazer também na Coluna deste mês de novembro de 2020.
      A ideia era retornar ao passado entre 1975 e 1979, pois viajei bastante ao Interior de São Paulo na época e tirei muitas fotos de ônibus.
      Mas sua lembrança é excelente.
      Saudações,
      MARIO CUSTÓDIO

  3. Laurindo Martins Junqueira Filho LAURINDO JUNQUEIRA disse:

    Certa vez, quando secretário de transporte de Campinas, em visita oficial à fábrica da MBB (à época, instalada na cidade), ouvi do próprio Presidente da empresa (Reineck) uma afirmação muito interessante, Custódio. Disse-me ele q a MBB havia resolvido concorrer com as encarroçadoras brasileiras e tirá-las do mercado. O monobloco teria surgido dessa ideia. Mas eles haviam concluído q os custos (e os preços) das empresas brasileiras eram imbatíveis. Por essa razão (e por outras) resolveram desistir.
    Mais tarde (1994), houve uma nova investida da MBB e da GM: investiram em fábricas na Coreia (Hiunday, Asia Motors e Kya) e na Argentina (Traffic) para fabricar vans que dispensavam as encarroçadoras brasileiras. Sustentaram a importação de 250 mil vans com financiamento e com esquema jurídico para “legalizar” o transporte clandestino dos “perueiros”, “kombeiros” e “topiqueiros”. Cederam, para 3 empresários de ônibus (Constantino, Ruas e Belarmino/Sambaíba) três grandes concessionárias de ônibus MBB para comercializar vans (!). E deu no que deu: crime organizado, tráfico e assassínios de concorrentes. Um dos perueiros virou candidato a prefeito de SP e não foi eleito. Que peninha!

    1. MARIO CUSTÓDIO disse:

      OLÁ LAURINDO
      Traz informações interessantíssimas para a História do Transporte por Ônibus Mundial.
      Grato por compartilhar.
      Saudações,
      MARIO CUSTÓDIO

  4. laurindo junqueira disse:

    Custódio: a máfia dos perueiros associou-se rapidinho com a das drogas. E – “surprise!” com uma máfia de políticos (vereadores, deputados estaduais e federais, apoiados por um ministro da justiça!). Hoje, um deles lidera uma câmara de vereadores de uma das maiores cidades do mundo. E outro lidera um partido que se pretende de esquerda …

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