Trabalhadores do transporte coletivo de Maringá (PR) mantêm greve suspensa
Publicado em: 30 de setembro de 2020
Sindicato aguarda decisão do TRT para definir se haverá ou não paralisação
WILLIAN MOREIRA
Após o término do prazo de oito dias de suspensão da greve, em 29 de setembro de 2020, o Sinttromar (Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Maringá) decidiu manter a greve de ônibus adiada, para aguardar um posicionamento do TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
A categoria espera uma definição sobre o dissídio por parte do TRT, resolvendo assim o impasse entre o sindicato e as concessionárias que operam o serviço em Maringá no Paraná.
O município chegou a pedir esclarecimentos sobre a possibilidade de uma ajuda financeira do Estado, assim socorrendo o setor.
Dentre as reivindicações dos trabalhadores estão a reposição da inflação na data base de 2,47% no acumulado em 12 meses e a manutenção dos direitos trabalhistas (vale-transporte e o pagamento da participação nos lucros ou resultados, a PLR).
ESTADO DE GREVE
Em 21 de setembro, o Sinttromar deflagrou o estado de greve por oito dias deixando em aberto a possibilidade de nova paralisação.
Tem este para que fosse definido entre o TRT e o TCE (Tribunal de Contas do Estado) a solução da crise do transporte municipal.
O sindicato relacionou na ocasião os três motivos que levaram a suspender a paralisação das atividades, sendo um deles justamente o auxílio financeiro que a prefeitura consultou o governo paranaense.
1) A consulta da Prefeitura de Maringá ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), sobre a possibilidade de algum tipo de aporte em socorro ao transporte coletivo. Esse assunto foi discutido entre o Sinttromar e o prefeito Ulisses Maia (e equipe) na reunião de sexta (18).
2) A decisão do Judiciário a respeito do dissídio coletivo, o que pode sair até sexta (25). Como não houve acordo na audiência de conciliação, no último dia 18, caberá ao Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9) a decisão sobre o dissídio.
3) O bom senso. Com a pausa na greve, o Sinttromar demonstra tanto ao Judiciário quanto ao Executivo (Prefeitura) o interesse pelo diálogo como meio de resolver um passivo criado pelas empresas, que se recusam inclusive a conceder a reposição da inflação.
A entidade sindical em comunicado para a imprensa, relaciona as principais reivindicações.
“O movimento poderá ser retomado após o período de oito dias, caso um acordo não seja possível. A categoria reivindica a reposição da inflação na data-base – de 2,47% no acumulado de 12 meses, pelo INPC – e a manutenção de direitos, como o vale-alimentação e o pagamento da participação nos lucros e/ou resultados (PLR).
A perda dos benefícios significaria menos comida na mesa das famílias dos funcionários da TCCC e Cidade Verde. Para o Sinttromar, as empresas almejam o achatamento salarial e o corte nos benefícios como meio de repassar para os trabalhadores prejuízos decorrentes da crise causada pelo novo coronavírus (covid-19). Nos tempos de bonança, como lembra o presidente do sindicato, Ronaldo José da Silva, as empresas nunca se ofereceram para compartilhar os altos lucros.”
Willian Moreira em colaboração especial para o Diário do Transporte
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