Ex-diretores da Dersa são denunciados por lavagem de dinheiro pelo MPF

Imagem do trecho Norte do Rodoanel em construção. Foto: Divulgação / DERSA.

Segundo denúncia, Mário Rodrigues Júnior e Paulo Vieira receberam propina da Galvão Engenharia de 2005 a 2009

WILLIAN MOREIRA

O MPF (Ministério Público Federal), por meio de sua Força-Tarefa da Lava Jato, apresentou uma nova denúncia contra os ex-diretores da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) Mário Rodrigues Júnior e Paulo Vieira de Souza, e o ex-executivo da Galvão Engenharia José Rubens Goulart Pereira, por lavagem de dinheiro.

Segundo o órgão, entre de 2005 a 2009, o trio e outros acusados recebiam propinas para favorecimento de empreiteiras em obras viárias durante as gestões estaduais de Geraldo Alckmin e José Serra.

Em transações realizadas para contas na Suíça na Europa, os valores podem ter chegado a US$ 10,8 milhões, cerca de R$ 60,7 milhões na cotação atual.

Esta denúncia dá sequência às ações por lavagem de dinheiro já instauradas pelo MPF contra os integrantes do grupo que fraudou licitações do Rodoanel Sul e do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo.

A nova acusação concentrou-se na ocultação dos recursos ilícitos pagos pela Galvão Engenharia para compor o cartel das construtoras, com Mário Rodrigues Júnior e Paulo Vieira de Souza recebendo o dinheiro no exterior através de empresas registradas em paraísos fiscais.

Ainda segundo o MPF, o ex-diretor da Galvão Engenharia contou com a colaboração de seu irmão, Cristiano Goulart Pereira, também denunciado. Profissional do mercado financeiro suíço, ele atuava como representante dos ex-diretores da Dersa na movimentação das contas no país europeu e facilitava as transações ilícitas.

Os investigadores do órgão identificaram que Cristiano, Mário Rodrigues e Paulo Vieira mantinham contas no banco Bordier & Cie, todas abertas em nome de offshores geridas por uma mesma pessoa jurídica, a Del Toboso Trust Co. S.A..

Também integra a lista de denunciados a então mulher de Mário Rodrigues, Andrea Bucciarelli Pedrazzoli, acusada de receber parte dos recursos transferidos ao marido.

O Ministério Público Federal também analisou grande quantidade de documentos bancários enviados para o país europeu, “traçando o complexo caminho das movimentações financeiras feitas pelos investigados para ocultar e dissimular a origem e a natureza ilícita dos valores”. A força-tarefa quer que eles sejam condenados à devolver os valores ilegais recebidos e que sejam reparados os danos causados aos cofres públicos.

Willian Moreira em colaboração especial para o Diário do Transporte

Comentários

Comentários

  1. carlos souza disse:

    Corrupção,crime,pandemia…é o fim dos tempos,mesmo.Falência moral.

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