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Guarulhos deve anunciar novas regras de reabertura da economia mesmo com Doria excluindo região metropolitana de relaxamento de quarentena até pelos menos 15 de junho

Ônibus em Guarulhos. Ainda há dúvidas sobre impacto nos transportes coletivos

Prefeito Gustavo Guti diz que recebeu com estranheza critérios do Governo do Estado sobre quarentena. Grande São Paulo está na classificação “vermelha” que não permite nenhum tipo de flexibilização. Capital poderá retomar algumas atividades, mas com restrição

ADAMO BAZANI/JESSICA MARQUES

A cidade de Guarulhos, na região Metropolitana, não terá autorização do Estado de São Paulo para tomar medidas de relaxamento da quarentena até pelo menos o dia 15 de junho.

Mesmo assim, em nota na tarde desta quarta-feira, 27 de maio de 2020, a prefeitura informou ao Diário do Transporte que “respeitando o princípio de defesa da vida, deverá anunciar até a próxima sexta-feira, 29, as novas regras de reabertura da economia local.” (Veja a nota completa abaixo)

O município está inserido na Grande São Paulo que recebeu a classificação “vermelha” das autoridades de saúde do Estado, não podendo assim retomar qualquer tipo de atividade econômica. Só poderão ser mantidas as atividades consideradas essenciais e que já estão funcionando, como hospitais, clínicas, farmácias, supermercados, transportes coletivos por ônibus e trens, táxis e aplicativos, segurança pública e privada, entre outras.

A capital paulista, por sua vez, foi incluída pelo Governo do Estado na fase laranja, que permite a abertura com restrições em alguns serviços, como atividades imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio e shopping center, o que não vai ocorrer em Guarulhos e região.

Essa diferenciação no tratamento entre a região metropolitana e a capital causou descontentamento no prefeito Gustavo Henric Costa (Gustavo Guti) que, ainda na nota, disse que recebeu com estranheza os critérios utilizados para liberar apenas a cidade de São Paulo.

Há varias e uma delas é sobre o transporte coletivo, por exemplo.

Por ser territorialmente e economicamente ligada à capital, o fluxo de pessoas no entre Guarulhos e a cidade de São Paulo é grande, o que interfere na mobilidade, inclusive nos ônibus municipais. Isso porque muitas pessoas usam os ônibus municipais até o transporte metropolitano na região, seja a linha 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) ou ônibus gerenciados pela EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos.

Não foi só Guti que reagiu negativamente o relaxamento apenas na capital e não nos municípios vizinhos.

Como mostrou o Diário do Transporte, por meio do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, os sete prefeitos da região informaram que o anúncio oficial realizado pelo governador João Doria no início da tarde desta quarta-feira, 27 de maio de 2020, foi recebido com “profunda surpresa e indignação”

O Consórcio quer uma explicação do governo do Estado e, na sexta-feira, 29, os prefeitos devem se reunir para debater o assunto.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/05/27/prefeitos-do-abc-se-dizem-indignados-com-o-fato-de-a-regiao-nao-poder-relaxar-quarentena-como-a-capital/

Como mostrou o Diário do Transporte, o Governo do Estado de São Paulo criou cinco fases de flexibilização dividas por cores.

Fase 1 (Vermelha): Alerta Máximo – Fase de contaminação, com liberação apenas para serviços essenciais (como é agora)

Fase 2 (Laranja): Controle – Fase de atenção, com eventuais liberações.

Fase 3 (Amarela): Flexibilização –  Fase controlada, com maior liberação de atividades

Fase 4 (Verde): Abertura Parcial – Fase decrescente, com menores restrições

Fase 5 (Azul): Normal controlado – Fase de controle da doença, liberação de todas as atividades com protocolos de segurança e higiene.

O Estado foi dividido em 17 regiões e, segundo o Governo do Estado de São Paulo, com exceção da capital, todos os municípios da Grande São Paulo e também da Baixada Santista e de Registro permanecem na fase vermelha e não terão nenhum tipo de mudança na quarentena em vigor desde o dia 24 de março. Nas três regiões, o sistema de saúde está pressionado por altas taxas de ocupação de UTI e avanço de casos confirmados de pacientes com o novo coronavírus.

Em nota, o Governo do Estado de São Paulo relacionou os critérios e as fases da retomada da economia:

• A retomada consciente dos setores da economia começa a funcionar em 1º de junho. O Estado está dividido em 17 Departamentos Regionais de Saúde, que estão categorizados segundo uma escala de cinco níveis de abertura econômica.• Cada região poderá reabrir determinados setores de acordo com a fase em que se encontra. As regras são: média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes com coronavírus, número de novas internações no mesmo período e o número de óbitos.

• A requalificação de fase para mais restritiva será feita semanalmente, caso a região tenha piora nos índices. Para que haja uma promoção a uma fase com menos restrições e mais aberturas, serão necessárias duas semanas.

• O Plano São Paulo dá autonomia para que prefeitos diminuam ou aumentem as restrições de acordo com os limites estabelecidos pelo Estado, desde que apresentem os pré-requisitos embasados em definições técnicas e científicas.

 

Adamo Bazani e Jessica Marques, jornalistas especializados em transportes

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