IBGE mostra que brasileiro precisa percorrer 72 km para atendimento de saúde

Foto: Agestransp

Dados da pesquisa Regiões de Influência das Cidades (Regic) 2018 são antecipados em função da pandemia do coronavírus

ALEXANDRE PELEGI

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) antecipou dados da pesquisa Regiões de Influência das Cidades (Regic) 2018.

Segundo o Instituto, o fato se deve à pandemia de coronavírus.

Uma das informações divulgadas apontam que os brasileiros precisam percorrer, em média, 72 quilômetros para ter atendimento médico e odontológico de baixa e média complexidade. São serviços de saúde que prescindem de internação, como consultas, exames clínicos, serviços ortopédicos e radiológicos, fisioterapia e pequenas cirurgias.

O IBGE informou que a pesquisa completa será divulgada ainda em 2020.

De acordo com a instituição de pesquisa, os dados divulgados servirão de base para o Ministério da Saúde e para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) elaborarem políticas públicas e logística para enfrentar a covid-19. A pesquisa fornece dados importantes sobre o deslocamento da população para as cidades em busca de serviços de saúde.

A pesquisa mostra que Manaus (AM) atrai deslocamentos mais distantes (em média, 418 km), enquanto Goiânia (GO) atrai o maior número de cidades, 115 no total.

Já Santa Catarina exibiu fluxos com média inferiores a 40 km, sendo os menores do país, com ligeiro destaque para Chapecó (SC).

A busca por tratamento de alta complexidade teve como média o deslocamento de 155 km para o país, com profundas diferenças regionais quanto à concentração em centralidades especializadas.

Enquanto a média dos deslocamentos das regiões Sudeste e Sul ficaram em torno de 100 km, nas quais os fluxos visivelmente se distribuem entre as capitais e centralidades de menor porte presentes no interior, no Nordeste a atração das capitais se sobrepõe e vai além das centralidades presentes no interior. Regiões Norte com 276 km e Centro-Oeste com 256 km.

Roraima e Amazonas apresentaram as maiores médias de deslocamento para tratamento de saúde de alta complexidade (471 e 462 km, respectivamente), seguidas pelo Mato Grosso com 370 km.

A menor média ocorreu no Estado do Rio de Janeiro, com 67 km, onde a capital divide atratividade na temática com os arranjos populacionais de Campos de Goytacazes (RJ) e Volta Redonda (RJ) e com o Município de Itaperuna (RJ), além de cidades mineiras próximas.

Apesar da concentração nas capitais, é possível observar centralidades que ultrapassam os limites estaduais. A referência principal é a influência de Barretos (SP) no tratamento de câncer. São 122 cidades que têm Barretos como destino localizadas em oito estados diferentes (incluindo cidades em Rondônia, Pará e todos os estados da Região Centro-Oeste).

Para o gerente de Redes e Fluxos Geográficos do IBGE, Bruno Hidalgo, os dados antecipados ajudarão os órgãos de saúde a enfrentar a pandemia, identificando os locais onde pode ocorrer superlotação do sistema hospitalar.

É possível identificar, por exemplo, municípios onde pode ocorrer superlotação das unidades de saúde. Os órgãos poderão correlacionar com a quantidade de respiradores e verificar pontos no território menos assistidos, julgando necessária a instalação de locais de atendimento. São inúmeras as possibilidades de uso dos dados”, afirmou Bruno Hidalgo para a Agência Brasil .

A pesquisa é feita a cada dez anos pelo IBGE, e define a hierarquia dos centros urbanos brasileiros e delimita as regiões de influência a eles associados. O último levantamento de dados foi feito no segundo semestre de 2018.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Imagina uma pessoa como eu que mora em RMSP, no ABC cercado de 8 hospitais na cidade que moro, 22 UPAs, 30 UBSs 1 AME, começando na UBS-Alvorada- enviado ao AME Luzita que me enviou para UPA-Pq das Naçoes, que me enviou para Hosp Bartira-Camilópolis, que solicitou 3 exames, e por férias de médicos recorreu em SP na AME-Martins Fontes, que pediu uma TOMO que só tinha em Itaim Paulista, na Marechal Tito, sumindo com meu prontuário, aguardando fazer um novo noutra semana,e tendo de ir ao hospital onde médico cabeça-pescoço clinicava..e tudo isso num período de 4 meses. Enquanto isso meu problema se avolumava, era um abcesso labial que mais parecia meio quilo de carne moída, podre. Fui na Santa Casa-Santa Cecília, que após o 7* mês decidiu operar semanas depois, marcado e tudo. Desisti. Fui no AC Camargo por dica que me foram passadas. Numa unica semana tudo feito exames etc. No dia marcado, o médico diz que sairia de férias, no dia seguinte. (eu queria me matar naquela hora). O médico acionou em emergencia um outro colega..fiz a operação, mas perdi metade da boca,,

  2. RodrigoZika disse:

    E tem lugares piores acreditem, triste.

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