Governo do Uruguai subsidiará operadoras de transporte coletivo na compra de ônibus elétricos
Publicado em: 2 de novembro de 2019

Governo do país anunciou neste sábado que mais de 30 empresas manifestaram interesse na primeira chamada pública realizada no país para obtenção do benefício
ALEXANDRE PELEGI
Comunicado da presidência do Governo do Uruguai, divulgado neste sábado, 02 de novembro de 2019, destaca que a primeira chamada para conceder subsídios às operadoras que compram ônibus elétricos para serviços regulares em todo o país se encerrou em 30 de outubro.
O Ministério da Indústria, Energia e Mineração informou que espera conceder entre 30 e 35 subsídios, o que permitirá que as empresas do setor de transporte público interessadas possam adquirir ônibus elétricos ao preço do diesel, hoje de cerca de US$ 140.000 (cerca de R$ 560 mil).
A convocação foi feita pela Comissão Técnica criada pelo Decreto Executivo nº 165/019, de 17 de junho de 2019, composto por representantes dos ministérios da Economia e Finanças; da Indústria, Energia e Mineração; do Transporte, Obras Públicas e Habitação; e do Planejamento Urbano e Meio Ambiente.
Segundo o comunicado oficial, o subsídio tem amplo apoio político, uma vez que a lei foi aprovada pelo Parlamento nacional quase por unanimidade, com o objetivo de atingir todas as empresas operacionais do país. “Isso não implica uma despesa maior para o Estado, uma vez que a soma do subsídio ao diesel atualmente recebido pelo setor durante toda a vida útil de um ônibus é da mesma magnitude que eles receberão na compra de cada carro elétrico”, afirma o texto do governo uruguaio.
Essas novas unidades zero quilômetro, devido aos requisitos técnicos do subsídio, terão mais recursos: piso baixo para acessibilidade, câmeras de segurança, telas com informações e ar condicionado, o que irá melhorar a experiência de viagem, o conforto e a segurança do usuário.
“Assim, os operadores de transporte público em todo o país podem comprar ônibus elétricos ao preço do diesel. O custo de um ônibus elétrico e seu carregador é entre US$ 350.000 e US$ 400.000, dependendo de seus benefícios, enquanto o de um diesel é de US$ 140.000”, explica o texto. Ou seja, as operadoras pagarão o preço de um ônibus a diesel para ter um elétrico, com a diferença sendo subsidiada pelo governo uruguaio.
As solicitações possuem ofertas diferentes de tecnologia, com quatro fornecedores e três fabricantes entre os maiores do mundo: Ankai, BYD e Yutong.
O subsídio faz parte da política energética uruguaia, que hoje produz 98% de sua eletricidade a partir de fontes não poluentes, renováveis e nacionais.
A medida tem como pano de fundo significativo a criação, em 2014, do Grupo Interinstitucional sobre Eficiência Energética nos Transportes, composto por vários ministérios, além do Município de Montevidéu, a UTE (empresa estatal de energia) e a Ancap, estatal que atua na produção de petróleo e produtos derivados.
A política definida pelo Grupo projeta e coordena políticas para um transporte mais eficiente e sustentável, incluindo o subsídio para a compra de ônibus elétricos.
Nessa linha, a empresa estatal de distribuição de eletricidade UTE estuda estender às empresas de transporte público descontos e tarifa similar que hoje se aplicam aos táxis elétricos.
DECRETO
O Decreto que instituiu o subsídio no país, aprovado pelo Parlamento, foi promulgado no dia 17 de junho de 2016.
O Decreto cita motivos que vão desde “apoiar a transição inicial para tecnologias mais eficientes e sustentáveis no transporte público coletivo terrestre de passageiros em todo o país”, até atender à Política Nacional de Mudanças Climáticas, a Política Energética 2030 e “as medidas de mitigação de gases de efeito estufa estabelecidas por nosso país no âmbito das Contribuições Determinadas no nível Nacional do Uruguai, para o Acordo de Paris”.
Segundo o texto legal, a transferência para uma tecnologia mais eficiente deverá incluir um conjunto de vantagens, do ponto de vista ambiental, para a não emissão de gases de efeito estufa e outras emissões de poluentes na atmosfera, “além de reduzir significativamente os impactos sonoros”. Do ponto de vista econômico, o documento destaca que enquanto o país processa uma transformação de sua matriz energética em fontes renováveis, ele gera uma economia significativa na operação do veículo (especificamente em consumo de energia e custos de manutenção).
O subsídio surge, portanto, devido a, entre outros motivos, o fato de a principal barreira para a aquisição de um ônibus com motorização elétrica estar hoje no maior custo inicial que este apresenta em relação à aquisição de um ônibus com motor a diesel.
A função do Grupo de Trabalho criado para definir a política foi “gerar um mecanismo que incentive, do ponto de vista econômico, os operadores do serviço público coletivo regular de transporte terrestre de passageiros a adquirir ônibus com motorização elétrica em vez de ônibus com motor diesel”.
Por fim, destaca que “essa mudança tecnológica busca incentivar o uso do transporte coletivo por meio de uma melhoria do serviço para torná-lo mais igualitário e seguro”.
Clique no link para ler a íntegra do Decreto: https://www.impo.com.uy/bases/decretos/165-2019
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
Se SP tivesse pra isso, massssss.
Rodrigo ZIka, bom dia.
Eu não entendi ao que você se referiu.
Mas Sampa tem tudo, dinheiro,pessoal, técnica, inteligência; só NÃO TEM vontade de fazer o que tem de ser feito.
E pra mim no BarsiLei o buzão verde que tem de ser apoiado são os a Alcool e a Gás seja qual tipo de gás for; afinal somos produtores de Cana e Gás.
Buzão verde a bateria, devido a bateria e seus componentes, eles são mais poluidores do que buzão a Alcool e a Gás.
Só não entendo o que estão esperando.
Em prol do Planeta o que menos interessa é o custo de manutenção e a durabilidade de um motor a Alcool ou a Gás.
Eu queria ser um moskito para saber a verdade sobre o que rola nessa história.
SCANIA acelera esse buzão a gás e coloca um em casa empresa pra rodar, tem gás da Bolívia, do Pré Sal e desse monte de aterro sanitário por esse BarsilLei.
Basta fundar a BOSTOBRÁS.
Abçs,
Paulo Gil
Eu me referi a burocracia que tem em SP, e isso ocorre pra proteger o lobby das empresas a diesel infelizmente, prefeitura e governo do estado recebem algo em troca pra não obrigar nenhuma frota mínima, isso esta bem óbvio, vergonha.