Ministério Público abre inquérito para apurar irregularidades em licitação dos transportes de Campo Grande (MS)
Publicado em: 6 de agosto de 2019
Contrato, assinado em 2012, estima faturamento de R$ 3,4 bilhões para o Consórcio Guaicurus, vencedor do certame
JESSICA MARQUES
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu um inquérito para apurar possíveis irregularidades na licitação dos transportes de Campo Grande.
O contrato, assinado em 2012 com o Consórcio Guaicurus, estima um faturamento de R$ 3,4 bilhões para o vencedor do certame, ao longo dos 20 anos de vigência.
O inquérito foi aberto pelo promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital, no dia 1º de agosto. A tramitação ocorre em sigilo.
Segundo informações publicadas pelo Jornal Midiamax, Lapa Ferri adiantou que solicitou ao Ministério Público do Paraná o compartilhamento das provas colhidas no âmbito da Operação Riquixá, que apura a existência de uma organização criminosa que atuou em fraudes em licitações de transporte coletivo em diversas cidades do país.
O portal também noticiou que a licitação que resultou no contrato milionário teria sido direcionada para o Consórcio Guaicurus, de acordo com o advogado que teria ajudado os empresários, Sacha Reck. A informação foi divulgada por meio de delação, em um acordo com o Ministério Público do Paraná.
RENOVAÇÃO DE FROTA
Em maio deste ano, a Prefeitura de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, estabeleceu um prazo para o Consórcio Guaicurus renovar a frota de ônibus. Em caso de descumprimento, multa seria de R$ 2,7 milhões.
A renovação está prevista em contrato, assim como a multa de exatos R$ 2.700.504,91 (dois milhões, setecentos mil, quinhentos e quatro reais e noventa e um centavos).
Em nota à imprensa local em julho, o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, informou que novos ônibus chegam em novembro deste ano, mas sem ar-condicionado.
A informação do prazo foi divulgada pelo presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende. A promessa anterior era de que os veículos entrariam em operação em outubro.
Jessica Marques para o Diário do Transporte
Essa operação Riquixá, entre outras, atuou e investigou licitações fraudulentas em algumas cidades do PR, como Apucarana, Guarapuava e Paranaguá, onde um advogado e sócio do grupo, citados na reportagem era o responsável geral pela elaboração do edital.