Mairiporã define empresa que fará modelagem da licitação do transporte coletivo

Contrato com empresa que opera o transporte municipal vence este ano. Em nova licitação, proposta da prefeitura é resolver a integração física-temporal, um dos entraves do atual sistema

ALEXANDRE PELEGI

Mairiporã, município da Região Metropolitana de São Paulo com cerca de 100 mil habitantes, lançou no Diário Oficial do Estado deste sábado, 06 de abril de 2019, a homologação e adjudicação da empresa Smart Mobile Sol. Em Mobilidade Urbana Ltda.

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Como noticiou o Diário do Transporte no início de março de 2019, a prefeitura publicou um Aviso de Licitação para contratar empresa para a elaboração do projeto completo de modelagem do Sistema de Transporte Coletivo local.

O Pregão Presencial, do tipo Menor Preço Global, foi realizado no dia 19 de março de 2019.

MAIRIPORA

SITUAÇÃO DE MOMENTO

O contrato em vigência foi assinado em 2010, com prazo de 10 anos sem direito a prorrogação, o que impossibilita à prefeitura exigir alterações e melhorias. Com vencimento para este ano, a prefeitura terá de realizar processo licitatório para renovar o contrato.

Com uma tarifa hoje custando R$ 4,45 – o último reajuste, de 5,95%, ocorreu em julho de 2018 –, o transporte da cidade é atualmente atendido pela ETM (Empresa de Transportes Mairiporã).

Com o Aviso de Licitação, caberá à empresa escolhida desenvolver o projeto de modelagem do Sistema de Transporte com o levantamento de itinerários e a elaboração de Termo de Referência, além de acompanhar o processo licitatório de concessão dos serviços, bem como a implantação do novo sistema.

Um estudo realizado na gestão anterior, denominado Programa de Melhorias para o Transporte Coletivo, apontou alguns problemas do sistema atual.

A rede é radiocêntrica, com todas as linhas convergindo para o centro da cidade onde está localizado o Terminal Urbano de Passageiros, o único do município.

Mairiporã não tem política de integração, nem gratuita ou com desconto, nas linhas municipais e intermunicipais, e a frota atual ainda não é totalmente acessível para pessoas com deficiência.

Há cobrança eletrônica de passagens, mas sem integração física-temporal nas linhas os deslocamentos diametrais (que saem de uma parte da cidade para outra passando pelo centro) acabam sendo onerosos aos usuários. Ou seja, eles são obrigados a pagar mais de uma tarifa para o seu deslocamento, caso não tenham como destino o centro da cidade.

Isso resulta em um preço alto para o pagamento de um deslocamento interno entre uma região e outra, que não seja do bairro para o centro.

O trabalho, realizado na época pela UNIC – Projetos e Enegenharia conclui que é preciso ajustar o modelo operacional do transporte coletivo municipal “visando a inclusão social das pessoas com baixa capacidade de pagamento, pois são essas as que mais dependem do transporte público coletivo e, na maioria das vezes, são pessoas que não usufruem do vale-transporte e assim, têm que arcar com o pagamento de duas ou mais tarifas de transporte coletivo para o atendimento das suas necessidades”.

O trabalho afirma que essa talvez seja uma das variáveis “que resultam no elevado índice de viagens a pé que foram identificadas nas pesquisas dos modos de transporte utilizado em Mairiporã”.

INFLUÊNCIA DA RODOVIA FERNÃO DIAS

O trabalho analisou ainda a influência da Rodovia Fernão Dias nos deslocamentos, e afirma que é necessário definir uma configuração das linhas diferenciada da atual, “de modo que esse serviço público não fique vinculado ao desempenho da estrada”.

Buscar alternativas de locomoção interna entre as regiões da cidade sem necessariamente percorrer a Rodovia Fernão Dias, é considerado um fator condicionante da melhoria da qualidade da mobilidade urbana do município”, afirma o documento.

Outra questão importante, ainda ligada à rodovia, se refere à ligação entre o centro de Mairiporã e o subdistrito de Terra Preta, que se dá exclusivamente pela Fernão Dias. “Essa situação faz com que o desempenho operacional desse serviço público municipal fique condicionando ao desempenho operacional da rodovia”.

O estudo pondera que qualquer problema de trânsito, congestionamento ou acidentes, causa impacto direto no desempenho operacional do transporte coletivo.

Em um trabalho mais aprofundado sobre o transporte público municipal, há que se desenvolver estudos e projetos aprofundados que visem novas ligações desse movimento centro/norte, sem a dependência da Rodovia Fernão Dias. Isso vale, predominantemente para a maior parte dos deslocamentos internos do município de Mairiporã, que ocorrem nesse eixo (centro/norte)”, conclui.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Teresa Lomas disse:

    Tem que ver tbém os ônibus que vem como divisa e já chega aqui na Rodoviaria lotado e os passageiros aqui de Mairiporã são obrigados a viagar em pé isso já não é de hoje “ABSURDO”😱😬

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