Trens de carga nas linhas da CPTM afetam quatro milhões de pessoas, mas Dersa e EPL não explicam estudo
Publicado em: 8 de outubro de 2018
Atrasos, limitação de capacidade de passageiros, maior espaço entre os trens e a plataforma e até acidentes são algumas das consequências
ADAMO BAZANI
O compartilhamento entre trens de carga e as composições da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos prejudica em torno de quatro milhões de passageiros da rede.
É o que diz um estudo atribuído à Dersa, do Governo do Estado de São Paulo.
Se não fossem os trens de carga, a capacidade das linhas da CPTM poderia ser ampliada em 20 mil lugares por hora em cada sentido.
Os dados foram passados pela Dersa e pela EPL – Empresa de Planejamento e Logística S.A., do Governo Federal, à TV Globo, sem detalhamentos e parece ser um tabu entre as autoridades.
Desde a semana passada, o Diário do Transporte pede os dados tanto à EPL como à Dersa, mas uma assessoria de imprensa empurra para a outra a resposta.
A Dersa não quis passar o estudo completo, assim como a EPL.
A companhia estatal se limitou a responder sobre o Ferroanel, considerado uma das soluções para o problema, mesmo assim, já citando a EPL.
“A DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A informa que o empreendimento Ferroanel Norte aguarda a emissão da Licença Ambiental Prévia pelo CONSEMA. Paralelamente estão sendo finalizados Estudos Básicos e Elementos de Projeto de Engenharia para obtenção de Orçamento Estimativo do Empreendimento. A previsão de conclusão dos estudos é outubro de 2018 e depende da aprovação por parte da EPL – Empresa de Planejamento e Logística S.A, que será responsável pela obra.”
Já a EPL respondeu que o estudo que mostra o impacto do compartilhamento entre trens de carga e passageiros deveria ser solicitado à Dersa.
“Checamos com a Dersa e eles que podem fornecer as devidas informações sobre esse estudo”.
Mas a Dersa novamente pediu para procurar a EPL.
O jogo de empurra, muito mais que entre assessorias, está na prática afetando a vida dos passageiros, não só com atrasos e limitação da capacidade de atendimento pela CPTM, mas colocando em risco a segurança da população.
No ano passado, cinco trens de carga descarrilaram, causando danos em trilhos e demais estruturas da CPTM. Em 2013, um trem de carga atingiu um trem de passageiros na linha 7-Rubi, da CPTM. Mais de 20 pessoas tiveram ferimentos.
VÃO ENTRE O TREM E A PLATAFORMA:
Outro problema gera pelo compartilhamento entre trens de carga e de passageiros é o vão entre as composições e a plataforma, responsável pela queda de pessoas nos trilhos.
Para minimizar o problema, a CPTM colocou espécie de borrachões nas plataformas, na região das portas.
Mas a solução não é a ideal, já que há pessoas que caem em áreas próximas dos borrachões e, em algumas linhas, há mais de um modelo de trem, com posições diferentes de portas, como ocorre com a 10-Turquesa (Rio Grande da Serra/Brás).
O problema ocorre porque os trens de carga, que passam também por onde os passageiros esperam, são mais largos.
Em 31 de agosto, o Diário do Transporte abordou o tema.
A CPTM explicou à reportagem que o compartilhamento afeta as operações e que outra medida para reduzir os riscos é colocar estribos na região das portas das composições.
Relembre:
Na semana passada, Secretaria de Meio Ambiente da prefeitura de Guarulhos discutiu os impactos do Ferroanel Norte. A reunião teve a presença de membros do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) Cabuçu-Tanque Grande para analisar se o licenciamento deve ser concedido.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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E o Ferroanel que não sai do papel. Fazem muito estudo. Precisa realizar a obra pra ontem.
Não sou entendido desse assunto, mas acho que as composições de cargas deveriam ser menores e tracionadas por locomotivas elétricas, circulando mais rápidas pouco minutos afrente ou atras dos trens da CPTM.
O palácio dos Bandeirantes é um grande Balcão de Negócios, quem manda no governo de São Paulo são os grandes empresários que bancam as campanhas politicas do PSDB.
Funcionam como acionistas do PSDB, cito como exemplo a COSAN, a CCR, o Grupo Ruas Invest, entre varios outros.