Mobilidade: 44% dos paulistanos dizem ter sofrido problemas de saúde por causa da poluição e tempo no trânsito cai um pouco, mas ainda é alto
Publicado em: 18 de setembro de 2018

É o que mostra pesquisa de mobilidade Ibope/Nossa São Paulo, divulgada nesta terça-feira,18
ADAMO BAZANI
Ao menos 44% das pessoas ouvidas em uma pesquisa de Mobilidade do Ibope/Rede Nossa São Paulo declararam ter sofrido de algum problema de saúde relacionado à poluição atmosférica. No ano passado, foram 59%, o que não significa, entretanto, que a qualidade do ar na cidade melhorou nas mesmas proporções, mas que menos pessoas, das 800 entrevistas, relataram problemas de saúde.
O levantamento ocorreu entre os dias 15 de agosto e 3 de setembro, a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e a confiabilidade da pesquisa é de 95%.
Todo ano no mês de setembro o Ibope e a Rede Nossa São Paulo divulgam uma pesquisa relacionada à mobilidade.
TEMPO NO TRÂNSITO:
De acordo com a pesquisa, em média, o paulistano precisa de 2 horas e 43 minutos para fazer seus descolamentos na cidade. No ano passado, este tempo foi praticamente igual, com dez minutos a menos: 2 horas e 53 minutos. Em 2016, o tempo gasto no trânsito foi de 2 horas e 38 minutos.
Levando em consideração os deslocamentos apenas para a atividade principal do dia, como trabalho e estudo, em 2018, segundo a pesquisa, o paulistano gasta 1 hora e 57 minutos, entre ia e volta. Em 2017, este tempo foi de duas horas e, em 2015, 1 hora e 44 minutos.
TRANSPORTES:
O ônibus é o principal meio de transporte do paulistano. Em 2018, 43% disseram que a maior parte dos seus deslocamentos é feita por ônibus. Em 2017, 47% declararam usar ônibus para a maior parte das viagens dentro da cidade.
Já entre as pessoas que não usam ônibus, 37% disseram que o motivo é a lotação, 32% relataram que não usam ônibus porque têm carro e outros 32% disseram que a demora nos trajetos é o principal motivo de não optarem pelos ônibus.
Os resultados somam mais de 100% porque os entrevistados poderiam fazer múltiplas escolhas.
O carro é a segunda opção de meio de transporte na cidade, segundo a pesquisa de 2018, com 24% das respostas. No ano passado, foram 22%.
O metrô é o terceiro meio de transportes mais usado, de acordo com o levantamento, com 12%. Em 2017, eram 13% das respostas.
Para 7% dos entrevistados, seus principais deslocamentos são feitos exclusivamente a pé. Em 2017, eram 8%. Ainda de acordo com o levantamento, 88% dos pedestres se sentem pouco ou nada seguros.
O número de pessoas que mais se deslocam por meio de carros de aplicativos ultrapassou os trens da CPTM neste ano. A pesquisa mostra que 5% usam aplicativos e 3% fazem seus principais deslocamentos de trem. No ano passado, os trens foram citados 4% e os aplicativos somavam 2%. Lembrando que a pesquisa é sobre deslocamentos municipais, sendo que grande parte dos usuários da CPTM vem de cidades vizinhas.
Neste ano, a pesquisa mostra que 2% dos entrevistados se deslocam cotidianamente de bicicletas e, no ano passo, era 1%. Segundo o Ibope/Rede Nossa São Paulo, 48% dizem que a manutenção das ciclovias é ruim e péssima.
A pesquisa diz que 1% em 2018 usou táxi ou táxi por aplicativo. Em 2017, o número não chegou a 1%.
Já sobre as motos, a pesquisa do Ibope/Rede Nossa São Paulo mostrou que 1% respondeu que usa este meio de transporte e, no ano passado, este número não chegava a 1%.
Os dados, entretanto, não refletem o que dizem os registros de frota do Denataran – Departamento Nacional de Trânsito, que apontam que dos 8 milhões 219 mil 595 veículos registrados na cidade de São Paulo, 948 mil 125 são motocicletas. É o segundo tipo de veículo, ficando apenas atrás dos carros que somam 5 milhões 689 mil 651 unidades.
Ainda sobre os ônibus municipais, a pesquisa diz que 88% dos passageiros andam até 10 minutos até o ponto. Já sobre o tempo de espera, 44% relatam que aguardam até 15 minutos.
Sobre os assédios sexuais nos ônibus, 51% reprovam a forma como as autoridades públicas tratam o problema.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Isso e bem claro, mais a própria população não percebe que isso faz muito mal, infelizmente.