Fetranspor diz que ônibus do estado do Rio de Janeiro perderam de 2 milhões de passageiros desde 2016

Foto: ilustração.

Evasão atinge 22% dos usuários, segundo dados apresentados em Congresso da Coppe/UFRJ

ALEXANDRE PELEGI

Repetindo uma situação de muitas cidades brasileiras, os ônibus do estado do Rio de Janeiro perderam quase 2 milhões de passageiros de 2016 até hoje.

O levantamento feito pela Fetranspor ( Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) foi apresentado nesta quarta-feira, dia 22 de agosto, na abertura da 16ª edição do Congresso de Pesquisa e Ensino em Engenharia de Transportes do Estado do Rio de Janeiro – XVI Rio de Transportes, promovido pela Coppe/UFRJ.

Até 2015 os ônibus do estado do Rio transportavam 9 milhões de passageiros por dia. Atualmente este número alcança 7 milhões, o que representa evasão de até 22% no total de passageiros transportados diariamente.

Recentemente o Anuário do Transporte, realizado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostrou a mesma situação: o número de passageiros de ônibus urbanos caiu 30% nos últimos 20 anos no Brasil. (Relembre)

A NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) repetiu no evento do Rio de Janeiro a apresentação de estudo que apresentou na abertura de seu evento em São Paulo, a Transpúblico 2018. O diagnóstico nacional feito pela NTU mostrou a perda de passageiros de nove capitais brasileiras, incluindo o Rio de Janeiro. (Relembre)

Richele Cabral, diretora de mobilidade da Fetranspor, afirmou que a piora da situação no estado do Rio se deu a partir de 2016, após o fim dos investimentos em mobilidade urbana, feitos antes por causa de eventos como a Copa e a Olimpíada. Ela cita também como fator para a evasão crescente a crise econômica , além da falta de investimento em segurança pública.

Se o sistema de ônibus perdeu passageiros no Rio, outros modais também sofreram do mesmo mal: a diretora da Fetranspor citou trem e metrô como sistemas de transporte que acusaram perda de passageiros.

Richele relembrou o círculo vicioso do transporte coletivo: a evasão de passageiros provoca queda da receita das empresas, que desta forma não têm recursos para investir por exemplo na renovação da frota, o que leva à piora do sistema e, graças a isso, a mais evasão.

O congestionamento das vias, decorrência da ausência de prioridade aos ônibus no tecido urbano, foi outro motivo citado pela diretora da Fetranspor para justificar a queda de passageiros. Com maior tempo de viagem, as pessoas acabam procurando alternativas. Richele citou ônibus da Baixada Fluminense que só conseguem fazer uma viagem de ida e volta, quando anteriormente faziam de três a quatro viagens diárias.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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