CPTM deve fazer licitação para trens novos na linha 10-Turquesa, mas ainda não há data
Publicado em: 9 de abril de 2018
Trens espanhóis são dos anos 1970. Linha é a que registra maior número de problemas, parte relacionada à frota
ADAMO BAZANI
A linha 10 Turquesa da CPTM, que liga o ABC Paulista ao Brás, constantemente aparece em noticiários por causa de falhas operacionais, muitas delas, que ocorreram com os trens.
A maior parte da frota da linha é formada pela Série 2100, dos famosos trens espanhóis fabricados pela CAF e associadas entre 1974 e 1977.
Com diversos problemas, inclusive com alguns já tendo registrado incêndios por causas técnicas, os trens devem ser substituídos, mas ainda sem data certa.
Na última sexta-feira, 06 de abril de 2018, durante entrega de quatro estações da linha 15 Prata do Monotrilho, o Secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, disse que a CPTM estuda abrir uma licitação para a compra de novos trens para a ligação entre o ABC e a capital paulista.
“Nós vamos entregar mais 28 trens até o fim do ano, especialmente para a linha 7 Rubi (Luz – Francisco Morato – Jundiaí), onde havia os trens mais antigos, e para a linha 11 Coral (Estudantes – Luz), que é nossa linha mais movimentada. Para a linha 10 Turquesa (Brás – Rio Grande da Serra), a CPTM já estuda ver quantos trens são necessários para que a gente possa fazer talvez a licitação num futuro próximo. Lá são cerca de 20 trens que são necessários”
OUÇA:
O Governo do Estado de São Paulo importou em 1997, 48 composições de três carros, que eram usadas na Espanha.
O curioso é que estes trens que operam na linha 10 Turquesa não foram projetados para transportes metropolitanos. As composições, na Espanha, atendiam a rotas de trens regionais em Madrid e Barcelona.
Os carros (vagões) tinham até compartimentos de bagagem.
No Brasil, os trens foram adaptados para a malha da CPTM. Foi a primeira grande compra da CPTM, que começou a operar em 1994.
A importação da CPTM tinha como objetivo inicial colocar os trens no recente Expresso Leste, mas o alto índice de vandalismo fez a empresa mudar de planos.
Antes de operarem definitivamente na então linha D, hoje linha 10 Turquesa, foram testados nas linhas A, que ligava o Brás a Francisco Morato – trecho hoje da linha 7 Rubi (Luz – Jundiaí), e linha C , que ligava Osasco à Jurubatuba, hoje trecho da linha 9 Esmeralda (Osasco – Grajaú).
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Os 65 trens que estão sendo entregues também substituirão os trens da série 4400 que estão circulando nas linhas 11 e 12? Senão já deveriam incluir na nova licitação novos trens para substituir esta série de quase 40 anos.
Quase 40. Essa série tem mais de 50 anos, São da década de 60
Simples, a Linha 10 tem de esperar, as Linhas 7 e 11 tem frota muito pior circulando, 1100, 1700 e 4400, quando esses saírem de circulação ai sim poderá ser discutido a renovação da Linha 10, por enquanto não há discussão.
Os trens da linha 11 são ruins no trecho entre Guaianazes e Estudantes. Eu até achei que os trens que estavam na Coral antes iriam fazer esse trecho, mas foram remanejados para a linha 12.
O cuidado que a CPTM tem com a frota e linhas é muito ruim. Renovação é muito, mas muito morosa . Isso tem que mudar!
Por que será que para o metrô é tudo mais rápido?
As Linhas 7 e 11 são privilegiadas aterem trens novos, enquanto a 10 nunca teve um novo o urgente agora é a linha 10 depois pensar na modernização de outras linhas. A Linha 7 e 11 receberam a serie 8500 enquanto a 10 recebeu com o expresso a serie 3000.
Licitação pra que? Se os trens são da CAF basta comprar trens da CAF. A linha 10 precisa urgentemente de trens novos!
Túnel do tempo – fevereiro de 1998: Trens doados pela Espanha serão apresentados em São Paulo
O governador do Estado de São Paulo, Mário Covas (PSDB), apresenta nesta segunda (16/02/1998), às 10h, na garagem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em Osasco, os trens espanhóis doados pela Renfe (Red Nacional de los Ferrocarilles Españoles).
A CPTM fechou contrato no valor de R$ 93,2 milhões com a Renfe para reforma e adaptação dos trens aos padrões brasileiros. Não houve licitação. A CPTM argumenta que não haveria necessidade de abrir licitação, pois somente a Renfe teria tecnologia para fazer as reformas. Em 18 de agosto do ano passado, o Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar esse contrato.
Na época, o presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), Mássimo Bianchi, afirmou que a indústria brasileira oferecia uma composição ferroviária nova (composta por uma motriz e dois vagões) por US$ 2 milhões. O preço cobrado pela Renfe para reformar uma composição usada era de US$ 1,790 milhão, o que não incluía os gastos com frete e imposto de importação.
Me lembro desta época da privatização de Telesp e aquisição pela Telefônica que postei comentários enaltecendo esta “doação”, e que foi usada como propaganda política, mas que no decorrer das investigações foi desvendado o cambalacho, pois qualquer das montadoras existentes no Brasil teriam tecnologias e condições de executarem tal adaptação para as condições locais, com um custo muito mais barato, foi um presente de grego, com direito a um olé, mas havia também uma outra razão para a maracutaia, pois sendo uma doação, não se fez necessário licitar, e aí se abriu uma brecha para os gatunos agirem.
Atuais composições da linha 10-Turquesa!