Poluição: 20% dos veículos a diesel vistoriados pela Cetesb tinham problemas e frota de ônibus da capital é aprovada

Verificações foram realizadas em pontos diferentes de rodovias

Do total de caminhões, caminhonetes e ônibus notificados ou autuados no segundo semestre nas estradas em São Paulo, 1/5 pertence a outros estados

ADAMO BAZANI

Pelo menos 20% dos veículos movidos a óleo diesel que foram vistoriados pela Cetesb no segundo semestre do ano passado nos trechos de rodovias já dentro dos limites da capital paulista apresentaram algum tipo de problema em relação às emissões de poluição.

É o que revela o balanço da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo de uma operação realizada entre julho e dezembro de 2017 para verificar os níveis de poluição emitidos pelas caminhonetes, vans, caminhões e ônibus.

O balanço, concluído no final de março deste ano, mostra ainda que os ônibus do sistema municipal de São Paulo têm operado dentro dos limites de poluição estabelecidos por leis federais e locais.

A Cetesb, utilizando dois carros com equipamentos próprios para verificação nos escapamentos, realizou  19 ações de fiscalização em 04 localizações diferentes nas rodovias e foi a 16 garagens de ônibus do subsistema estrutural da cidade de São Paulo, que corresponde às linhas com coletivos maiores que passam pela região central.

RODOVIAS:

De acordo com o relatório, nas rodovias, foram inspecionados 146 veículos, sendo que destes 29 foram reprovados na pré-inspeção, quando numa análise preliminar, os técnicos já identificam problemas, antes mesmo da realização do teste da opacidade, o chamado teste da fumaça preta, que indica a presença de materiais particulados e enxofre, por exemplo. Neste caso, os técnicos emitem uma Notificação de Desconformidade – NOTDES em nome do proprietário do veículo, seja empresa ou pessoa física.  O veículo notificado precisa ser regularizado e passar por uma avaliação da opacidade da fumaça por empresa cadastrada no Programa para a Melhoria da Manutenção de Veículos a Diesel em até 60 dias depois da notificação.

Segundo a Cetesb, dos veículos que passaram pela pré-inspeção, 109 foram aprovados e 8 foram reprovados por apresentar valor de opacidade acima do padrão legal.

Segundo o relatório, 1/5 dos veículos a diesel com problemas é licenciado em outros Estados.

O número de veículos que apresentaram desconformidade e para os quais foram lavradas NOTDES representam 20,5% do total de veículos fiscalizados, sendo que 20% destes veículos pertencem a outras Unidades Federativas – diz o relatório

ÔNIBUS:

Em relação aos ônibus, as análises nas 16 garagens foram mais amplas.

Além da opacidade, os técnicos verificaram o teor de enxofre do diesel S-10, utilizado nos coletivos, e a qualidade do ARLA 32, que é um fluido presente na maior parte dos modelos que seguem os padrões atuais de motorização com o objetivo de reduzir as emissões de poluentes.

Ao todo, foram verificados na campanha da Cestesb no segundo semestre do ano passado, 164 ônibus, o que corresponde a uma média de 10 veículos testados por empresa visitada. O sistema da cidade de São Paulo possui 14.379 ônibus, dos quais, 8.420 do subsistema estrutural, das empresas que foram avaliadas.

Sobre o ARLA 32 e ao diesel S-10, 100% da frota analisada foram aprovados. Já sobre a opacidade, houve problemas em dois ônibus, mas segundo as empresas, destes, um era intermunicipal e outro não estava ainda com o motor na temperatura recomendada para análise.

Em relação aos testes de opacidade realizado nas garagens de ônibus, já era esperado um baixo índice de reprovações (1,2%), contando que as empresas desse setor já adotam procedimentos internos que permitem a realização de testes de opacidade e correção de defeitos relacionados às emissões em toda a frota. O mesmo pode-se dizer em relação ao fato de não terem sido observadas irregularidades nas amostras de ARLA32 analisadas. Foi observado que os frotistas adquirem ARLA32 de empresas idôneas e exigem que o fornecedor apresente documentação que comprove o atendimento às especificações publicadas pelo INMETRO. Os resultados apresentados pelas análises do teor de enxofre do diesel que foram efetuadas levam a concluir que as empresas estão consumindo combustível diesel de boa qualidade. A utilização de diesel e ARLA32 dentro das especificações prolongam a vida útil do sistema catalisador do veículo, garantindo o menor impacto ambiental durante a operação. Os resultados obtidos com a análise da qualidade do ARLA32 e do teor de enxofre utilizados pelas frotas levam a concluir também que aproximadamente 8,5 mil ônibus que atendem o Município de São Paulo estão circulando obedecendo aos critérios estabelecidos pelos fabricantes dos veículos e aos padrões legais vigentes

Veja o relatório das verificações

Cetesb – 2018-04-03 – Resultados-da-Campanha-de-Fiscalização-de-Emissões-por-Veículos-a-Diesel-2017

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Rogerio Belda disse:

    Muito justo, mas espero que nenhum “iluminado” inclua nas legislações que o cano de descarga seja direcionado para o alto para facilitar a fiscalização. O certo é direciona-los para o solo em veículos coletivos urbanos.

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