Suzantur reafirma interrupção de serviços em São Carlos no dia 26 de janeiro

Prefeitura da cidade publicou decreto para que empresa continuasse operando por mais 90 dias na cidade

ALEXANDRE PELEGI

Claudinei Brogliato, proprietário da Suzantur, garantiu em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (8) que não vai respeitar o decreto da prefeitura de São Carlos para que prorrogue os serviços de transporte na cidade por mais 90 dias. Na coletiva Brogliato afirmou que o maior desejo da Suzantur é que saia a licitação do transporte municipal, e que a assim sua empresa possa “deixar a cidade sossegada”.

O decreto foi uma resposta ao comunicado da empresa, de que suspenderia os serviços no dia 26 de janeiro. O decreto foi publicado no último sábado (6), determinando que a Suzantir não suspenda as atividades, e que estenda os serviços de transporte por mais 90 dias, contados a partir de amanhã, terça-feira (9).

A prefeitura afirma que prepara no momento a readequação do edital da licitação para poder contratar em definitivo uma empresa de transporte para a cidade. O edital, segundo a administração municipal, deve ser publicado ainda nessa semana. Além disso, a prefeitura afirma que poderá contratar uma empresa em caráter emergencial, se for necessário.

A Suzantur tinha comunicado a prefeitura de São Carlos que iria suspender o transporte coletivo na cidade no dia 27 de dezembro.

O motivo alegado foi o prejuízo financeiro causado pela interrupção do repasse do pagamento relativo à gratuidade dos usuários com direito à meia tarifa, somado ao decreto municipal de nº 262, de 10 de outubro de 2017, que autorizava a contratação de outra empresa para realizar os serviços de transporte público em um período emergencial de seis meses. Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/12/29/suzantur-comunica-prefeitura-de-sao-carlos-que-podera-deixar-de-operar-onibus-na-cidade-em-26-de-janeiro-de-2018/

O Decreto n° 262, assinado pelo prefeito Airton Garcia, determinou ainda a continuidade da prestação do serviço de transporte público coletivo urbano pelo período de 90 dias após a data de publicação.

Diz um trecho do Decreto:

DETERMINANDO-SE ainda, que somente poderá a empresa paralisar os serviços quando devidamente autorizada, via notificação expressa, a ser expedida pelo poder concedente, ao caso a municipalidade, DETERMINANDO-SE ainda, que a continuidade ora decretada, seja por um período de até 90 (noventa) dias, a contar da publicação do presente decreto

No dia 27 de dezembro, quando comunicou a prefeitura que iria interromper os serviços de transporte na cidade no dia 26 de janeiro de 2018, a Suzantur afirmou que, em função do Decreto, já poderia interromper as atividades no dia 8 de janeiro.

Em nota distribuída na ocasião, a Suzantur alegou sérias dificuldades financeiras para operar o serviço de transporte público em São Carlos.

“A Suzantur vem sofrendo com a falta de pagamento do custeio da gratuidade (subsídio), desde janeiro de 2017, por parte da Prefeitura Municipal de São Carlos, o que a impôs um colapso financeiro e um prejuízo de mais de nove milhões de reais até o momento”.

Hoje, na entrevista coletiva, o dono da empresa foi afirmativo: “Precisamos sair daqui, indenizar os funcionários e a empresa vai embora no dia 26 de janeiro. Não vamos continuar, ela para dia 26. Não vamos obedecer o decreto, ele é um absurdo e nós não temos condições financeiras para suportar”, disse.

HISTÓRICO DE UMA RELAÇÃO POLÊMICA

A empresa Suzantur assumiu o serviço de transporte coletivo em São Carlos em agosto de 2016, em função de um contrato emergencial de seis meses, que foi considerado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e não pode ser prorrogado.

Por conta disso, a empresa atua em São Carlos sem contrato desde 31 de janeiro de 2017. Por decisão da Justiça ela não pode mais receber o subsídio referente à meia-tarifa, previsto no contrato inicial.

Em julho deste ano a empresa de ônibus moveu uma ação na Justiça contra a prefeitura, solicitando o pagamento referente a cinco meses do subsídio. O valor já atingia R$ 4 milhões (hoje está, segundo a empresa, na cada dos R$ 9 milhões). Em setembro, para pressionar a prefeitura, a Suzantur afirmou que poderia paralisar os serviços caso o repasse da verba do subsídio não fosse feito.

A prefeitura de São Carlos, no mês de outubro, fez publicar então o decreto Decreto n° 262, autorizando a contratação de outra empresa para substituir a Suzantur. O contrato, também emergencial, valeria por um período de seis meses.

Mesmo com o Decreto da Prefeitura, até agora não houve contratação de nenhuma empresa para assumir a operação do transporte coletivo na cidade.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. João Luis disse:

    O poder público não pode intervir na empresa a bem do funcionamento do transporte público ser um serviço de utilidade pública ?
    Posso estar enganado, mas a prefeitura pode requisitar a frota da empresa

  2. antonio disse:

    poderes legislativos são assim,. Empresa de ônibus , digamos ganha muito, mas transporte gratuito também tem custo. Se você tem um mercado, ai os vereadores criam um decreto: a partir de hoje todo maior de 60 anos tem direito gratuito a um refrigerante, o comerciante vai aceitar ?

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Afinal vivemos uma democracia ou uma ditadura ??

    Além do capital, para se ter uma empresa de buzão precisa ter mais duas graaaaaaaandes qualidade; paciência e gostar muiiiiiiiiiiiiiiiito de dinheiro.

    Eu não tenho nenhuma das três, apesar de gostar do buzão.

    A atividade empresarial é pública ou privada ??

    To achando o máximo o puuuuuuuuder querer deixar suas responsabilidades e caridades políticas nas costas das empresas do buzão.

    Mas como tudo acaba em pizza, em breve mais um contrato emergencial = Pizza com borda recheada de Lucros pagos pelos contribuintes.

    MUDA BARSIL.

    Att,

    Paulo Gil

  4. Adair disse:

    Se está tendo prejuízo a empresa tem mais é que sair…a prefeitura já teve tempo suficiente pra colocar outra empresa, mas nenhum empresário vai colocar sua frota pra ter prejuízo. ..se estivesse dando lucro a Suzantur ia ficar e com certeza ia vencer a licitação

  5. William de Jesus disse:

    Amigos, boa noite.

    Venho acompanhando esse caso da cidade de São Carlos desde quando a Suzantur foi contratada emergencialmente. Convenhamos: tudo o que está acontecendo em São Carlos está obscuro a ponto de não sabermos quem é o verdadeiro culpado. Dá pra imaginar que a prefeitura de São Carlos está “embromando” e prejudicando a Suzantur. Em contrapartida, para que o MP tenha intervido diretamente na empresa e não na prefeitura, parece haver algo de muito errado no formato que o contrato foi assinado.

    E novamente, a população de São Carlos sofre. Mais uma vez, terão que correr às pressas atrás de uma empresa para assumir as operações. e mais uma vez, contrato emergencial de 6 meses. E mais uma vez…

    Não está estranho?

  6. Antonio cezio de paula disse:

    essa porcaria de lixo de empresa tem que sair de Maua tambem merda de transporte suzantur
    Lixo prefeito Atila jacomussi mentiroso falou que ia trazer a Leblon pra Maua so enganou o povo de Maua pra ganhar as eleiçoes

    1. WILLIAM DE JESUS SANTOS disse:

      Acho que a Leblon não quer nem saber de SP depois do que houve. A população de Maua deveria ter intervido quando o Donizete Braga resolveu tirar a empresa da cidade

  7. antonio disse:

    meu amigo, acho que a Leblon, não quer nem ouvir falar em Maua.

  8. Ademir disse:

    Ninguém faz ideia de quanto custa pra um ônibus está em perfeito funcionamento,Então se a prefeitura não cumpre com o contrato,Tem sair mesmo

    1. Joao Luis Garcia disse:

      Com certeza !!!
      O triste é que aparecerão outras empresas e “ empresários “ dispostos a assumir o serviço e com tarifa menor
      Assim como a Sancetur fez em Atibaia, Valinhos etc
      Resta saber se aguentarão e até quando o setor terá que conviver com esses mágicos empresários !!!

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