ENTREVISTA: Metra pede à prefeitura de São Bernardo agulhas no Paço para eliminar “gargalo” do corredor de trólebus
Publicado em: 5 de dezembro de 2017
Proprietária da empresa, Maria Beatriz Setti Braga, diz que prioridade deve ser do transporte coletivo. Concessionária também quer reforma do Corredor Diadema-Brooklin por parte do Governo do Estado
ADAMO BAZANI
A concessionária do Corredor Metropolitano ABD vai entregar à prefeitura de São Bernardo do Campo uma proposta de reformulação de parte das vias ao entorno do Paço Municipal para eliminar um “gargalo” que os passageiros de ônibus e trólebus enfrentam, principalmente em horários de pico.
“Estamos sugerindo à prefeitura de São Bernardo a construção de uma ‘agulha’ contornando o Paço, para fluir melhor [o tráfego de ônibus e trólebus]” – revelou ao Diário do Transporte, a proprietária da empresa, Maria Beatriz Setti Braga.
De acordo com o portal especializado “engenhariacivil.com”, agulha de trânsito é o termo utilizado no Brasil para designar a abertura em uma passagem lateral, para mudança de faixa de rodagem.
Na prática, seria uma alça para os trólebus saírem do corredor e entrarem no tráfego comum, sofrendo menos interferência do congestionamento e também impactando menos a circulação dos carros.
Atualmente, de acordo com a concessionária, a velocidade média comercial dos ônibus e trólebus do Corredor ABD, é de 21 km/h, mas poderia ser maior se houvesse algum tipo de preferência ao transporte coletivo nos trechos das linhas onde não há pistas exclusivas.
O Corredor ABD foi construído entre 1985 e 1990. O primeiro trecho foi entregue em dezembro de 1988 entre Ferrazópolis (São Bernardo do Campo) / São Mateus (zona Leste de São Paulo).
Em diversos trechos, os ônibus e trólebus deixam as pistas exclusivas, como no próprio Paço Municipal de São Bernardo do Campo e, em Santo André, entre a Avenida Ramiro Colleoni e o Terminal Santo André Oeste.
Há também compartilhamento entre trólebus e o trânsito comum em trechos da Rua Oratório, em Santo André, e perto do Terminal de Diadema.
A Metra é encarregada de fazer a manutenção das pistas exclusivas do trecho entre São Mateus, zona Leste de São Paulo, e Jabaquara, na zona Sul, passando por cidades do ABC. Entretanto, mudanças de traçados e estruturais do corredor só podem ser feitas pelo Governo do Estado.
Já os trechos onde não há pistas exclusivas de concreto são de responsabilidade de cada prefeitura. O Corredor ABD abrange as cidades de São Paulo, Santo André, Mauá (Terminal Sônia Maria), São Bernardo e Diadema. São 33 quilômetros no eixo principal entre São Mateus e Jabaquara e mais 12 quilômetros entre Diadema e Brooklin, na zona Sul de São Paulo.
Segundo Maria Beatriz Setti Braga, este trecho também necessita de readequações. O projeto inicial, também da metade dos anos 1980, previa rede aérea elétrica e circulação apenas dos ônibus e trólebus do sistema, como ocorre entre São Mateus e Jabaquara. No entanto, o corredor entre Diadema e Brooklin só foi inaugurado em 30 de julho de 2010, com cerca de 20 anos de atraso e diferente do que era planejado. Até hoje não há eletrificação do corredor, impedindo a circulação de trólebus, e os ônibus municipais de São Paulo podem usar o espaço. A empresária espera que o Governo do Estado faça intervenções para deixar o trecho Diadema-Brooklin mais próximo do projeto inicial, começando já em 2018.
“O corredor Diadema Brooklin foi penalizado com muitos ônibus entrando e saindo. O Governo do Estado e a EMTU não o acabaram da mesma forma como são os 33 quilômetros do trecho São Mateus-Jabaquara. Sobre esse [corredor Diadema-Brooklin], precisamos ver como o Governo vai dar uma reformada” – disse.
A empresária ainda afirmou que a avaliação dos passageiros em relação aos serviços da companhia é positiva. No mais recente IQT – Índice de Qualidade do Transporte da EMTU, a Metra ficou novamente em primeiro lugar. Neste ano, segundo Beatriz, a empresa conseguiu maior índice de satisfação do cliente (IQC), com 85,2% de aprovação. Os números poderiam ser mais positivos ainda se estes gargalos no sistema fossem, pelo menos, reduzidos.
Beatriz ainda diz que hoje o conceito em relação aos deslocamentos tem mudado, principalmente entre as pessoas mais jovens. O desejo por ter um carro está sendo substituído pelo anseio de melhor qualidade de vida e aproveitamento do tempo. E priorizar o transporte coletivo é essencial neste processo, com investimentos que deixem as formas coletivas de deslocamento mais rápidas e confortáveis, ficando, consequentemente, mais atraentes.
A preocupação com meios de transportes menos poluentes também é maior hoje em dia, de acordo com Beatriz.
“Existe hoje um conceito, principalmente entre os jovens, que querem ônibus não poluentes e mais silenciosos, como os ônibus elétricos, híbridos, trólebus e o dual [que reúne duas tecnologias diferentes de tração num mesmo veículo]… A juventude hoje prioriza viver melhor”
A empresária disse também que um dos planos da Metra para 2018, no aspecto ambiental, é ampliar o Programa Corredor Verde, que desde 2008 foi responsável por plantar mais de 10 mil mudas de árvore ao longo da área de pistas exclusivas. A Metra, de forma espontânea, de acordo com Maria Beatriz, deve também assumir a jardinagem de alguns canteiros das vias públicas da região do corredor, mas que não pertencem ao sistema. Para isso, vai conversar com as prefeituras.
Ainda em relação à cidade de São Bernardo Campo, a expectativa é para a conclusão de parte do pacote de 12 corredores municipais, prometidos em 2012 para 2014 pela prefeitura.
A Metra faz parte do Grupo ABC que também controla a SBC Trans, empresa responsável pela operação de todas as linhas municipais de São Bernardo do Campo.
Beatriz ainda falou que, num segundo momento, a eletrificação dos corredores novos de São Bernardo deve ser o caminho mais viável, seja por rede aérea de trólebus ou ônibus elétricos à bateria.
OUÇA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA NESTE LINK:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Amigos, bom dia.
No Paço Municipal de S. B. Campo, só há uma coisa a ser fazer, para se eliminar o problema de vez.
E olha que a solução é simples, basta usar vigas pré fabricadas.
Fazer o Terminal suspenso e as alças de acesso suspensas também, ai segrega as vias dos buzões da Metra e acabar com o problema de colapso quando houver enchentes.
O corredor ABCD se é da EMTOSA, não pode ficar a mercê de decisões de prefeituras municipais, portanto cabe ao Estado fazer as readequações necessárias e pronto, afinal as atualizações são mais do que urgentes.
E não esqueça de viabilizar os KITS TÚNEIS (Pré Fabricados) a lá Paulo Gil em toda a extensão do corredor ABCD, pois hoje temos Parador e não Corredor.
E se der coloquem os ralões a lá Paulo Gil para os passageiros não tomarem banho nas paradas e a água captada pode ser tratada e reutilizada.
Agora se eu tivesse o poder da caneta eu transformaria todo o corredor ABCD em aéreo igual ao Expresso Tiradentes, esse sistema é sensacional.
Att,
Paulo Gil
“Buzão e Emoção é a Paixão”
O Terminal São Mateus continua um horror, tomado por mendingos, ambulantes, telhado com buracos imensos e sem segurança. Quando a Metra vai dar um jeito naquela bagunça?
assim , Paulo, como acho que deveriam implantar uma ponte hidráulica exclusiva, entre Piraporinha baixa, ali na área comercial, quando houver enchente ela se eleva com acionamento, como é feito em posto de gasolina para troca de óle de autos.
Fora que eles persistem em não colocar aviso de que o Ferrazópolis, que sai do Mateus, não para na estação Santo André…UM ERRO.
Paulo é este modal que deveria ser do BRT entre SBC e Tamanduateí, haja visto o itinerário ser de constantes inundações…