Licitação da EMTU foi adiada por causa do grande número de questionamentos, diz STM

Excesso de micro-ônibus em linhas de maior demanda é um dos problemas dos ônibus da EMTU no ABC

Empresários estão com dúvidas e alguns cogitam em esvaziar a licitação em toda a Grande São Paulo

ADAMO BAZANI

Os empresários de ônibus estão com diversas dúvidas sobre a licitação dos transportes metropolitanos da Grande São Paulo, gerenciados pela EMTU, cuja data para a entrega das propostas foi adiada para 04 de dezembro, conforme informou com exclusividade o Diário do Transporte e a Rádio ABC.

A última previsão era 21 de novembro, mas desde o ano passado, a EMTU tem mudado as estimativas de datas para concluir a concorrência pública.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/11/13/entrega-de-propostas-para-a-licitacao-da-emtu-e-adiada/

A Secretaria de Transportes Metropolitanos – STM respondeu aos questionamentos da reportagem sobre o adiamento. Segundo a pasta, à qual está subordinada a EMTU, houve um grande volume de pedidos de esclarecimentos sobre o edital.

“A Secretaria dos Transportes Metropolitanos estendeu o prazo para a abertura da sessão pública da concorrência para a concessão dos serviços de transporte coletivo intermunicipal de passageiros por ônibus da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) do dia 21/11/2017 para o dia 04/12/2017 com a finalidade de responder com o devido rigor técnico ao grande volume de pedidos de esclarecimentos recebidos.”

Por dia, os ônibus do sistema EMTU transportam em torno de dois milhões de passageiros, em 39 cidades, incluindo a capital.

Os contratos de quatro das cinco áreas operacionais dos ônibus da Grande São Paulo, assinados em 2006, terminaram em 2016 e os consórcios operam por meio de aditivos.

Já na Área 5, do ABC Paulista, nunca houve licitação e as empresas são permissionárias apenas. A região tem os ônibus mais velhos de todo o sistema metropolitano do Estado de São Paulo, com média de idade da frota de 8,5 anos, e reúnem o maior número de autuações por irregularidades na prestação de serviços: mais de sete mil somente neste ano, de acordo com a EMTU.

Foram seis tentativas de licitação. Na última delas, o empresário Baltazar José de Sousa, conseguiu barrar o certame com base numa decisão da Justiça de Manaus, onde possui empresas em recuperação judicial, que foi estendida para o ABC. A EMTU só conseguiu derrubar esta decisão no ano passado. Já nas cinco vezes anteriores, os empresários de ônibus do ABC não ofereceram propostas porque discordaram das condições impostas pela EMTU.

Diretores de empresas de ônibus que conversaram com o Diário do Transporte não descartam a possibilidade de novo esvaziamento, mas desta vez, em toda a Grande São Paulo, e não somente na Área 5.

O motivo é novamente a remuneração. O principal critério para determinar se uma empresa ou consórcio serão vencedores das áreas operacionais na licitação é o maior desconto sobre os valores das tarifas estipuladas no edital. Mas os empresários acham que estas tarifas estão baixas e não teriam como dar mais descontos.

“Vamos ver o que a secretaria [de Transportes Metropolitanos] vai responder para nós. No momento, o sistema corre o risco de não se sustentar com os valores lá do edital. As tarifas estão defasadas em quase 20%. A Grande São Paulo não pode correr o risco de virar um Rio de Janeiro” – disse um diretor de empresa de ônibus na manhã desta quarta-feira, 15, ao lembrar das disputas jurídicas em torno da tarifa e da alegada possibilidade de colapso do sistema pelas empresas cariocas.

Ele pediu para não ser identificado.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Vagner Alexandre Abreu disse:

    Tá certo que o custo dos transportes é alto. Mas onerar o passageiro também infelizmente só gera mais prejuízo para o transporte público – o passageiro vai preferir juntar dinheiro e comprar um veículo próprio do que depender de um transporte público que encarece a cada ano, não tem muita qualidade e também linhas cujo custo-benefício justifique seu uso.

    Até hoje acho estranho as tarifas na região Oeste da Grande São Paulo serem muito mais caras que as tarifas da região Leste por exemplo. Isso é uma desigualdade também.

    Os empresários tem que entender que o custo deve ser justo. Se o pedido de preço é alto para “atender propina”, então que se denuncie os pedidos de propina. Se falta auxilio, peça para a população ajudar e não duvide que ela o ajudará, sabendo pedir e dizer a verdade.

    Senão, então o governo deveria desregulamentar o transporte público e deixar a concorrência livre e desenfreada. Sem fiscalização de serviços piratas, sem problemas para novas empresas entrarem e botarem uma linha na ativa. Já que reclamam tanto de remuneração e controle, talvez um descontrole façam aprender a lição.

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa tarde.

    “Na última delas, o empresário Baltazar José de Sousa, conseguiu barrar o certame com base numa decisão da Justiça de Manaus,…”

    Uma coisa que eu nunca consegui entender ou assimilar foi esta “ficção jurídica”, como Manaus teve competência para sentenciar no ABC.

    Mas…

    Ainda bem que reverteu, afinal deu a lógica.

    Diante do quadro apresentado:

    “As tarifas estão defasadas em quase 20%.”

    Aonde a SMT e a EMTOSA estão com a cabeça ??

    Isto é inadmissível e enquadrável num monte de irregularidades e irresponsabilidades.

    Soma-se a este caos o Aerotrem de Sampa.

    Cadê o MP ??

    No mais, só nos resta pedir a Deus, pois a coisa tá INADMISSÍVELLLLLLLLLLLL.

    O Vermelho era ruim, com o azul tá pior.

    Só nos resta mudar de cor.

    Como as cores não estão dando certo, melhor partirmos para o INCOLOR.

    Pelo menos não gasta nem pigmento ou corante, afinal não há caixa pra nada.

    O problema é simples.

    Qual a tarifa real R$ 7; 8 ;9; 10 ????

    Coloca a tarifa certa e deixa o barco roda, digo o buzão.

    Quem tiver dinheiro vai de buzão quem não tiver vai a pé, de bike, carro, moto, ou não vai.

    Deixe o mercado se regular, a famosa Lei da Oferta e Procura.

    Ai vamos ver o que dá.

    Não tem outra saída, enquanto a Planilha “B” estiver suspensa.

    Mas tem uma saída que acabai de lembra.

    Peguem todas as DOAÇÕES DE CAMPANHA DO BARSIL e subsidiem o buzão do Barsil.

    Pelo menos, não vão jogar panfletos na rua e o povo terá o buzão.

    MUDA BARSIL.

    Att,

    Paulo Gil

    1. Vagner Alexandre Abreu disse:

      Tua paixão por ônibus lhe cega:

      Quem tiver dinheiro vai de buzão quem não tiver vai a pé, de bike, carro, moto, ou não vai.

      Que eu saiba, o ônibus é uma forma de transporte para atender a todos, de forma social. Se não aceita isso, então você que pede tanto “muda brasil” no final é o exemplo de não mudança.

      1. Paulo Gil disse:

        Vagner Alexandre Abreu, boa noite.

        Como você mesmo disse:

        “Que eu saiba, o ônibus é uma forma de transporte para atender a todos, de forma social.”

        Agora eu lhe pergunto:

        Quem vai pagar a forma social e como vai pagar ??

        Não adianta simplesmente dizer de forma social e que o buzão é um direito social.

        Isto é lindo e eu também gostaria.

        Mas lamentavelmente não há como pagar, pelo menos por ora.

        Veja o exemplo do RJ.

        Talvez se não houver corrupção, o que eu duvido que um dia acabe.

        O que não podemos e tolerar é ter um edital de licitação deserta por estar com uma tarifa 20% defasada, inviabilizando o interesse comercial.

        Falar em social é fácil, PAGAR O SOCIAL NÃO.

        Continuo pedindo que o Barsil mude, e mudar não significa que tudo seja social, afinal o social não existe em nenhum país.

        Você acha que o congelamento da tarifa do buzão de Sampa a R$ 3,80, vai ficar no campo social.

        Esta “caridade disfarçada de social”, que na real se chama política, sairá muito caro a Sampa e a todos os contribuintes, aliás já está saindo caro, pois foram retirados dinheiro de outras áreas paga pagar a “caridade disfarçada de social” do buzão.

        Portanto social é ilusão, o que existe é matemática e alguém vai pagar; seja eu, você e todos os demais cidadãos contribuintes.

        O que não podemos é ficar nesse vácuo que nós estamos vivendo no Barsil todo.

        Aliá estamos vivendo um mundo de faz de conta.

        A EMTOSA faz de conta que o edital com uma tarifa 20% defasada, vai fazer com que empresários assuma o social, ledo engano.

        E se estatizar, já vimos no que deu e estamos vendo a Carris de Porto Alegre.

        Para onde corremos somos pego.

        O social é algo falido, pois social não existe sem dinheiro.

        Por isso a minha colocação, tem de tarifar e pronto.

        Infelizmente não fui eu que invetei o mundo e muito menos o dinheiro.

        Se você fosse empresário do buzão, você participaria desta licitação para tomar prejuízo ????

        Diz o dito popular.

        “NÃO EXISTE ALMOÇO DE GRAÇA.

        Abçs,

        Paulo Gil

    2. Vagner Alexandre Abreu disse:

      Sua paixão continua a lhe cegar.

      Não só no Diário do Transporte mas em outro sites e especialistas, a resposta é óbvia: o transporte precisa de subsídios e sempre virá da própria população o pagamento para equilibrar a tarifa.

      E isso significa sim impostos e taxas para subsidiar a tarifa, que o ideal é que ela realmente não aumente de valor, ou que ao menos ela acompanhe o aumento do salário mínimo de forma a que o valor não seja oneroso no bolso.

      Já se paga o social – em São Paulo é só ver as matérias falando dos “remanejamentos” de valores para pagar os subsídios. Claro que isso é prejudicial e o culpado aqui é o Doria, por prometer algo sem analisar a fundo. Mas não se faz movimentos mais ativos, como cobrança de impostos de compensação por exemplo (impostos no combustível por exemplo ou remanejamento de IPVA para custear o transporte).

      E sim, se eu tivesse condições, entraria em uma concorrência para tomar prejuízo sim. Mas se for inteligente – e inteligência não é só paixão e emoção burra – o prejuízo inicial depois se reverteria em equilibrio. Bastaria procurar formas para equilibrar a tarifa, seja política (pedindo para a empresa de transportes ter outras formas de renda como publicidade e gerenciamento de terminais) quanto econômica (procurando formas de economia financeira, como gestão de gastos de manutenção e treinamento para condução econômica).

      Parte dos prejuízos atuais no transporte se deve a má gestão das empresas – falta de monitoria no estilo de direção dos motoristas, desatenção ao trânsito, falta de programas de educação contra vandalismo, etc… coisas que custam barato e até podem ser feitas em parceria.

      Menos paixão e mais razão.

  3. William de Jesus disse:

    Boa tarde!

    Eu ainda não entendi direito como que a EMTU está fazendo essa licitação. Afinal, é somente para as empresa que já estão, ou novas empresas podem entrar?

    Porque essa justificativa de que os preços não batem é uma pura mentira! Como que pode uma cidade grande como São Paulo, um ônibus cabrito rodar do centro até o ponto mais longe da Zona Leste por exemplo por R$3,80 e na EMTU esse mesmo ônibus custar R$5,00 e às vezes rodando menos?

    Nunca concordei com essa cobrança de tarifa com base em quilometragem, pois pune quem mora mais próximo mas precisa pegar esse ônibus e principalmente pune quem mora mais longe.

    Sinceramente acho que o Governo deveria ser mais radical nessas horas: vão esvaziar o certame? Então tudo bem, esvaziem! Mas amanha não quero nenhum carro de vocês rodando, e vamos contratar novas empresas que queiram entrar (e não são poucas).

    Empresários mal acostumados, estão parecendo torcida organizada de times: quando tiram a mamadeira, querem arrebentar tudo, pois quando convém é que eles resolvem trabalhar direito

    1. Paulo Gil disse:

      Wilian de Jesus, boa noite.

      O buzão de Sampa rodando a R$ 3,80 é ilusão, pois o real pago as empresas compensa essa tarifa de catraca, haja visto os remanejamentos constantes de verbas para o buzão, estas oriundas de outras áreas.

      Como você afirma que não são pocas empresas que tem interesse, então esta licitação não será deserta, afinal uma licitação é aberta a todas as empresas, desde que legalmente constituídas e que forem habilitadas no certame.

      Caso a licitação seja deserta a EMTOSA, estará diretamente e legalmente autorizada a contratar com qualquer empresa, claro que legalmente constituída, mas desde que cumpra as condições do Edital.

      Portanto não há mistério, tem é de deixar publicar esta licitação.

      Agora o estranho é a EMTOSA recuar diante dos questionamentos.

      Ora se é a EMTOSA que manda e que entende do buzão metropolitano e tem competência legal para tal, porque este comportamento ??

      No mínimo estão reconhecendo os questionamento e talvez o próprio erro.

      Se não está reconhecido oficialmente o erro, há grandes indícios.

      Mas se são muitos interessados, é só deixar o processo seguir.

      Mas tem várias peças que não se encaixam neste caso.

      Tem gato nesta tumba.

      Abçs,

      Paulo Gil

  4. Marcos P disse:

    O grande problema que nos últimos 10 anos a tarifa andou lado a lado com a inflação e isso não aconteceu com os salários dos trabalhadores….na verdade não é a tarifa que está alta e sim o salario que arroxou nos últimos 10 anos, nesse período houve credito fácil, mas o valor em espécime se defasou muito, no Brasil a inflação é medida em cima de arroz, feijão, itens da sexta básica, etc…e outros ficam fora da lista como pneus, peças de manutenção dos ônibus, óleo diesel, etc…..outros fatores foram mudanças operacionais de linhas que afastaram os passageiros..o maior exemplo disso foram as linhas que ligavam São Caetano ao PDPedroII, depois do seccionamento dessas linhas o numero de passageiros transportados caiu pela metade….somando tudo isso temos um panorama nada consolador……o mais exemplo a Julio Simões abandonou o serviço, pois não estava trazendo retorno….as empresas da grande SP estão querendo esvaziar a licitação pois empresario não investe no que não traz retorno………esta na hora da EMTU, repensar o sistema como um todo, buscar patrocínios, afrouxar algumas regras como vida útil de um ônibus de 10 anos para 13 anos, separar o sistema intermunicipal do municipal pois o municipal sempre levará vantagem em cima do intermunicipal prejudicando os passageiros, implantar a cobrança por KM andando e o Estado não interferir na administração do sistema de ônibus pois as empresas não são publicas e quando você tem linhas que trazem retorno mantendo linhas que não trazem o sistema todo entra em desequilibrio e isso ocorre por intromissão da EMTU (publicas) nas empresas privadas.

    1. Vagner Alexandre Abreu disse:

      Se o salário perdeu o valor, a tarifa é alta, pois significa que o custo de deslocamento é mais alto.

      Os seccionamentos já eram previstos – os sistemas de transporte ganham seccionamentos para tentar otimizar o serviço, e deixa-lo mais prático ou rentável, e também mais otimizado, uma vez que linhas diretas até certas regiões causam congestionamentos.

      O Estado interfere no transporte público pois a responsabilidade de organização da malha de serviços e de equilíbrio oferta-demanda é do Estado. De fato, sim, há linhas que devem ser repensadas, mas isso é um trabalho em conjunto Estado – Empresas – Cidadão. Com o fretamento e o crédito para compra de automóveis, hoje as pessoas usam mais automóveis do que o transporte público.

      Se a EMTU não interfere, as empresas acabam fazendo o serviço “de qualquer jeito”. Tem que se pensar nisso.

    2. Paulo Gil disse:

      Marcos P., boa noite.

      Concordo com seu comentário; mas a inflação existe em tudo e todos sabem, somente fingem não saber e não contabilizar corretamente.

      E os salários realmente estão SECOS.

      Muito bem lembrado o caso da JSL e muito mais bem lembrado ainda:

      “…empresario não investe no que não traz retorno…”

      “…o Estado não interferir na administração do sistema de ônibus pois as empresas não são publicas…”

      Não é só a EMTOSA que tem de se repensar; todo o Barsil tem de se repensar e reinventar, pois como está não rodaremos para lugar algum.

      Abçs,

      Paulo Gil

  5. MARCOS NASCIMENTO disse:

    kkkkkkkkkk ….. esqueçam a licitação! Isso somente ocorrerá alguns meses antes do grande terremoto de 2029 que sacudirá São Paulo !

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