CPTM instalará borrachões nas plataformas para reduzir acidentes na estação da Luz

Estação da Luz
Estação da Luz. Foto: Caio Pimenta/SPTuris.

No valor de R$ 539 mil, contrato possibilitará a instalação de borrachões na plataforma, solução comum em estações do metrô

ALEXANDRE PELEGI

A agência Mural, em agosto deste ano, realizou um levantamento por meio da Lei de Acesso à Informação em que revelou que 989 pessoas se machucaram em 2016 no embarque e desembarque dos trens da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Isso significa quase 3 acidentes por dia. O motivo: o vão entre os trens e as plataformas nas estações é, em média, de 18 cm, bem superior ao recomendado pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, de dez centímetros.

Como exemplo máximo tem-se a estação Aracaré, da linha 12 (Brás – Calmon Vianna), que possui o maior vão dentre todas as estações da Companhia: 46 centímetros.

A CPTM anuncia agora que começará a resolver o problema, e para tanto já assinou um contrato de R$ 539 mil para a instalação de borrachões nas plataformas da estação da Luz. O prazo máximo para a execução do serviço, já comum em estações do metrô, é até o fim deste ano.

Apesar de Clodoaldo Pelissioni, secretário estadual de Transportes Metropolitanos, ter prometido em agosto deste ano uma solução em 30 dias, a CPTM explica que a demora na solução se deve a “questões administrativas e em atendimento à lei, que rege as contratações feitas por empresas públicas, o cronograma está sendo readequado”. O secretário afirmou à época que a Estação da Luz seria o foco de uma ação emergencial “porque verificamos que pouco mais da metade dos acidentes ocorre na Luz, que tem um grande movimento”.

Para definir o prazo de realização das obras, a estatal paulista promete um plano de trabalho e de interdições para a implantação dos borrachões.

Enquanto isso, segundo aponta a agência Mural, algumas soluções paliativas estão sendo adotadas para o caso de outras estações da CPTM, como é o caso da estação Braz Cubas (Linha 11-Coral), em Mogi das Cruzes, onde a empresa adaptou um degrau de madeira para facilitar o acesso aos trens.

Apesar das críticas dos usuários, que alegam que o degrau dificulta o acesso de cadeirantes e idosos, a CPTM explicou à agência Mural “que os degraus de madeira são uma estrutura provisória, feita para que a estação toda não precisasse ser interditada durante as obras para elevar o piso e resolver o desnível de vez”.

As obras estação Brás Cubas têm previsão de conclusão para dezembro deste ano, segundo a estatal.

O problema principal da diferença na largura dos vãos se deve aos trens de carga, que circulam na mesma rede dos trens de passageiros da CPTM. A única forma de tirá-los do sistema seria o governo federal tirar do papel o Ferroanel Metropolitano, uma nova rede ferroviária contornando a cidade que vem sendo planejada há pelo menos 50 anos.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite

    Depois de mais de 55 anos…

    “assinou um contrato de R$ 539 mil para a instalação de borrachões nas plataformas da estação da Luz.”

    Só para a estação da Luz, tá na cara que tá super faturado.

    Pega pneu velho, junta um no outro e pronto, fixa com bucha.

    O borracha cara R$ 539 mil.

    MP corre atrás do gato.

    MEAUuuuuuuuuuuuuuuuuu

    ” onde a empresa adaptou um degrau de madeira para facilitar o acesso aos trens.”

    Degrau de madeira em 2017, demite tudo mundo por justa causa.

    Quanta primariedade e cara de pau.

    MP, mais uma gato para análise.

    Se o meu avô e o meu tio ex funcionários da Sorocabana, tivessem vivos, hoje eles teriam morrido de desgosto.

    CPTM, que que é isso que vergonha.

    Cadê a engenharia ???

    Pelo visto só tem a gambiarria.

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Que vergonha…

    Muiiiiiiiiiiito triste.

    MUDA BARSIL.

    Att,

    Paulo Gil

  2. Imagino que seja igual na linha 3, já e alguma coisa, mais o correto deveriam ser portas.

    1. Paulo Gil disse:

      Rodrigo Santos, bom dia.

      São dois problemas distintos.

      1) O vão e a altura entre o trem e a plataforma é uma distância física que tem grande probabilidade de causar acidentes como quedas, tropeções, atrasos no embarque e desembarque, enrosco de malas e carrinhos; e dependendo do caso pode até ocorrer traumas físicos mais graves nas pessoas.

      2) As portas de vidro, são portas de segurança que impedem que as pessoas fiquem presas nas portas (em especial os apressadinhos que forçam o embarque após a campainha que informa que as portas serão fechadas) e quedas nas vias, principalmente para as crianças.

      Então o ideal é que se resolvam os dois problemas, pois eles são distintos.

      Mas ambos são problemas graves e com mais de meio século de existência nos trilhos de Sampa.

      É isso os dois problemas são graves e precisam ser resolvidos.

      Att,

      Paulo Gil

  3. Gilvan disse:

    Também acho esses borrachões muito caros, e que se não forem instalados da forma correta não servirão para todos os trens. Um exemplo é a linha 12(safira) que tem quatro trens diferentes fazendo o trecho: Brás-Calmon Viana e cada um tem uma posição diferente de parada então se colocarem essa tal dessa borracha tem que ser na plataforma inteira.
    Então eu penso que enquanto não substituir os trens não vai dar certo.

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