HISTÓRIA: O corredor Santo Amaro – Nove de Julho – Centro e a falta de investimento em transportes limpos
Publicado em: 11 de junho de 2017
Espaço foi criado para receber exclusivamente trólebus, modal que foi reduzido na cidade de São Paulo
ADAMO BAZANI
O corredor Santo Amaro – Nove de Julho – Centro é um dos mais importantes eixos do transporte coletivo por ônibus da capital paulista. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, nos cerca de 11 km de extensão passam em torno de 1,2 milhão de pessoas por dia. A estrutura envolve as Avenidas Adolfo Pinheiro, Santo Amaro, São Gabriel, Nove de Julho, chegando ao Terminal Bandeira
O corredor foi projetado em 1985 para operar somente com o trólebus, veículos elétricos ligados à rede aérea que não emitem poluição, o ruído é bem menor e o conforto, consequentemente, acaba sendo maior para os passageiros e motoristas. Mas em 1987, quando começaram definitivamente as operações, o trólebus não era o modelo exclusivo do corredor, que logo de início recebeu ônibus a diesel.
Apesar de o mundo ampliar os investimentos nos transportes limpos, inclusive nos trólebus, que hoje marcam a paisagem de cidades europeias, asiáticas e norte-americanas, com modelos atualizados e ainda em fabricação, São Paulo foi na contramão e reduziu a sua rede. Em 2004, o corredor perdia rede aérea, desativada pela gestão Marta Suplicy.
Pelo corredor “Santo Amaro, Nove de Julho, Centro” circularam diversos modelos de ônibus que marcaram história, como os primeiros biarticulados em testes (veja vídeo abaixo), os monoblocos da Mercedes-Benz e os ônibus de dois andares implantados na época do prefeito Jânio Quadros.
O pesquisador em transportes, Francisco José Becker, tem no acervo uma foto de sua própria autoria. Ele relata uma viagem no ônibus de dois andares da CMTC. Foi deste veículo que ele tirou a foto que é destaque em nossa matéria:
CORREDOR 9 DE JULHO, SÃO PAULO – SP
Em julho de 1989 eu tirei esta foto a bordo de um dos Double Deckers THAMCO SCANIA K112 da CMTC seguindo em direção ao Terminal Santo Amaro. Viajei em um dos assentos da frente e lá de cima tinha-se uma ampla visão do movimentado corredor expresso.
Foi uma experiência inesquecível, eu e um grupo de entusiastas dos ônibus, hoje busólogos estávamos em mais um jornada para registrar imagens históricas como esta da 9 de Julho em plena atividade.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transporte
Deveria haver um processo contra o prefeito que desestruturar obras implantadas e em funcionamento, como é o caso do corredor em tela.
Com estudos comprovando a eficacia e com a iniciativa privada já operando o corredor com seus próprios trolebus foi desativado o sistema eletrico porque a prefeita entendeu que enfeiava a cidade.
Quem devolverá a cidade os custos da implantação de todo o sistema eletrico implantado, não só neste corredor como nos demais por ela retirados;
Cade o tribunal de contas?
Cade a câmara e seus vereadores?
concordo
Parabéns pelo artigo. O que me irrita MUITO neste e em outros corredores é a distância deixada entre os pontos, para favorecer o uso daquelas excrescências que são os ônibus articulados e bi-articulados. Alguém tem o mapa original do corredor, mostrando todos os pontos originais? Acho inadmissível haverem deixado a região do hospital São Luiz, na Av. Sto. Amaro, sem ponto próximo – outro dia, o motorista do meu ônibus parou no meio do corredor para deixar descer uma senhora idosa que ia ao hospital.
Excelente artigo, precisamos de mais investimentos em tecnologia e novas ideias para proteger de verdade melhor o meio ambiente! Mirella Atendente https://www.carretosp.com.br
O corredor era muito mais bem organizado e bonito q os atuais. Q eu me lembre foi a prefeita petista Luisa Erundina quem destruiu tudo com tratores enormes assim q foi empossada. Logo depois a Marta Suplicy retirou os trólebus. Ficou bem evidente q o trabalho bem feito pelo Jânio Quadros era uma ameaça e ofuscaria a imagem do PT… Q deveria sim ser cobrado, inclusive hoje