Queda do número de passageiros anula aumento da tarifa para o retorno financeiro do sistema de transportes de Curitiba

Urbs fala em crise econômica. Empresas de ônibus, entretanto, apontam outros problemas, como equilíbrio econômico-financeiro, qualidade dos serviços e tarifas justas, que ainda não foram alcançados plenamente

ADAMO BAZANI

Em fevereiro deste ano, a tarifa de ônibus subiu R$ 0,55 em Curitiba.

Entretanto, as empresas de ônibus não lucraram a mais por causa disso e o sistema de transporte coletivo da capital paranaense ainda está com sinal amarelo, um alerta em relação a sua receita e despesas.

O aumento praticamente foi anulado pela queda do número de passageiros.

De acordo com dados da Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., gerenciadora do sistema,  divulgados pelo repórter de João Frey, de A Tribuna PR, o crescimento nominal da receita do sistema de Curitiba em março e abril foi de apenas 0,6% em comparação com semelhante período do ano passado, mesmo com a tarifa subindo 14,9%. Os dados de maio ainda não foram fechados.

A queda do número de passageiros, que já vinha ocorrendo em anos anteriores, se intensificou em 2017.

De acordo com o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana – Setransp, o total de passageiros equivalentes, ou seja, os pagantes, descontando assim as gratuidades, neste ano, caiu 14% em comparação ao mesmo período de 2016. Projeção de perdas de 7,6 milhões de registros de passagens em um ano.

A Urbs atribui esses números negativos à crise econômica. Pela lógica da gerenciadora, pelo fato de as pessoas estarem desempregadas, utilizam menos o transporte coletivo nos deslocamentos diários.

Já o Setransp sustenta que os problemas vão além da crise e são crônicos. Entre os fatores apontados pelo sindicato patronal estão equilíbrio econômico-financeiro; qualidade dos serviços e tarifa justa.

Segundo o sindicato, a falta de prioridade aos transportes coletivos interfere diretamente nos custos do sistema e também no desempenho dos ônibus. Presos nos congestionamentos, os veículos de transportes públicos consomem mais combustível, as viagens são mais demoradas, afugentando passageiros, o que impacta no valor das tarifas. Quanto menos pessoas usam o sistema, o bolo tem ser dividido com menos gente, assim o pedaço (tarifa) de cada uma acaba sendo maior.

Na semana passada, o Diário do Transporte divulgou um levantamento feito pela NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, que mostra que a queda do número de passageiros em todo país foi de 16,5%, despencando de 382,4 milhões de passageiros transportados para 319,3 milhões de 2014 a 2016. A situação provoca, inclusive, fechamento de empresas de ônibus. Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/06/02/em-dois-anos-10-das-empresas-de-onibus-urbanos-do-pais-deixaram-de-operar-e-quase-70-estao-endividadas/

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

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  1. Daniel Duarte disse:

    Acho engraçado, a maioria das linhas de ônibus em Curitiba não tem o centro como destino, ou seja, não pegam engarrafamentos, os mesmos partem dos bairros em direção aos terminais, desaguam os passageiros dentro do BRT que também não pega trânsito.
    As empresas entraram na justiça para não renovarem a frota, ou seja, não estão gastando com veículos novos.
    Não pegam trânsito, não renovam frota, tem a tarifa mais cara do Brasil e ainda vem reclamar de prejuísos, vão se lascar.
    Com essas sucatas aí, é claro que os passageiros vão fugir, afinal a grande maioria a população tem carros nas suas garagens.

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    A questão do Buzão do Barsil é similar ao conhecido efeito Tostines.

    A tarifa do buzão é cara, por que o salário é baixo ?

    OU

    O salário é baixo, por que a tarifa do buzão é cara ?

    O problema é um só, não compensa utilizar o buzão no Barsil.

    Só o dia que chegar o UBERBUZ, é que a goiabeira será chacoalhada.

    MUDA BUZÃO, MUDA, afinal o mundo mudou.

    Mirem no exemplo do UBER.

    MUDA ENCARROÇADORAS TAMBÉM, porque a ergonometria interna NÃO existe.

    Reflitam.

    Ahhhhhhhhh e não esqueçam:

    “A menor distância entre dois pontos é uma reta.”

    As linhas Penha Lapa já eram, se limitem a ligar pontos importantes aos trilhos, essa é uma das poucas chances de vocês sobreviverem.

    Parem de insistir na Penha Lapa, caranguejada zigzagueada de 21/21.

    ” Tubarão que dorme a onda leva”.

    Att,

    Paulo Gil

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