Em audiência pública sobre licitação do novo sistema de transporte da capital, prefeitura anuncia mudança na remuneração de empresários

Sobre a questão climática, o secretário Avelleda afirmou que o novo edital exigirá a redução da emissão de poluentes, mas sem impor uma tecnologia específica

ADAMO BAZANI / ALEXANDRE PELEGI

A audiência pública convocada pela Prefeitura de São Paulo para a manhã desta quinta-feira (dia 1º) para debater o edital de licitação para o sistema de ônibus da cidade teve o objetivo de debater as novas diretrizes para a concessão do serviço na capital para os próximos anos.

Segundo apresentação realizada pelo secretário municipal de Transportes e Mobilidade, Sergio Avelleda, na abertura da audiência, a proposta da prefeitura será dividir a cidade em 21 centralidades, organizadas em três grupos:

Subsistema local de distribuição – linhas dentro de cada centralidade

Subsistema local de articulação – linhas que se conectam ao sistema estrutural de ônibus ou a terminais de trens ou metrô

Subsistema estrutural – linhas que atendem a várias centralidades e servem à regiaõ central da capital

Sobre o serviço Atende, voltado a pessoas com limitação física ou intelectual severa, o secretário afirmou que ele passará a ser servido pelos operadores dos subsistemas locais, e contará com dotação orçamentária para isso.

Os ônibus que servirão ao sistema de transporte da capital terão capacidade variável, de 41 a 194 lugares, entre sentados e em pé.

Sobre a questão climática, outro ponto em debate, Avelleda garante que será exigida a redução da emissão de poluentes, especificamente de MP (material particulado), CO2 e NOx. O edital não imporá uma tecnologia não poluente específica, cabendo aos operadores fazer a escolha.

Não está descartada a possibilidade de as remunerações diferentes aos empresários de acordo com o tipo de ônibus escolhido.

Em entrevista ao Diário de Transporte, em 27 de março, Avelleda já adiantara que a prefeitura iria definir metas de redução de emissões, mas sem estipular os tipos de ônibus que as operadoras devem comprar. (Leia aqui: https://diariodotransporte.com.br/2017/03/27/avelleda-diz-que-prefeitura-deve-estipular-metas-de-restricao-a-poluicao-mas-nao-definir-tipo-de-onibus-nao-poluentes/).

REMUNERAÇÃO, PRAZOS, CCO E ENCARGOS:

remuneracao

Ainda durante sua apresentação, Avelleda afirmou que a remuneração das empresas não será por passageiro, mas por custos, e será calculada segundo um mix de indicadores, como demanda, segurança (por exemplo, acidentes), disponibilidade de frota, cumprimentos de viagem e índices de satisfação.

Para medir o índice de satisfação do usuário, a prefeitura vai se utilizar de um aplicativo, pelo qual os passageiros poderão avaliar o atendimento oferecido pelo sistema de ônibus.

A prefeitura não foi específica quanto a prazos. Apenas informou que a minuta do edital será publicada ainda neste mês e a população terá 30 dias para apresentar sugestões sobre o documento, sem especificar, entretanto, o prazo para publicação do edital definitivo, e muito menos para o recebimento de propostas.

Atendendo ao TCM – Tribunal de Contas do Município, o CCO – Centro de Controle de Operação não será de responsabilidade dos operadores.

Tanto a aquisição de equipamentos para o novo CCO assim como sua operação serão de responsabilidade do poder público.

Todos os ônibus, independentemente do porte terão de possuir ar-condicionado e as empresas serão responsáveis por novas tecnologias embarcadas, como câmeras de segurança e botão de pânico para casos como de assaltos, ataques e acidentes.

Por fim, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes estuda passar os encargos da manutenção do viário dos corredores e da rede de trólebus para as empresas operadoras.

Essa possibilidade, entretanto, está sob análise.

Cabe lembrar que o processo licitatório dos ônibus estava suspenso desde 2015 por conta de irregularidades no edital apontadas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).

O atual serviço remete a contrato de 2003, firmado ainda na gestão da prefeita Marta Suplicy com prazo de dez anos. Após seu vencimento, em 2013, ele vem sendo seguidamente renovado pela prefeitura.

Adamo Bazani / Alexandre Pelegi – jornalistas especializados em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Afinal, qual foi a utilidade da audiencia de hoje ???

    Sugestoe dos cobtribuintes, e bom lembrar que os contribuintes pagam tributos, taxas e tarifas para o pudet publico trabalhar e nao para nos trabalhatmos.

    E o edital deginitivo, srra publicado quando ???

    Na proxima gestao ???

    As empresasa serao responsaveis por tudo, e de onde vao tirar a receita?????

    Desse jeito a tarifa urbana sera de R$ 23,80.

    Acoooorda Sampa.

    A roda ja foi inventada .

    Att,

    Paulo Gil

  2. marcelo disse:

    Alguém saberia, por favor, onde conseguir a apresentação (powerpoint) desta audiência?

  3. Eduardo araujo disse:

    quanto as ex cooperativas que pagam menos aos seus motorista e que fazem muitas hora de trabalho e nao sao remunerados!!!

  4. Antobio disse:

    João doria quer agilidade e qualidade das empresas de onibus. mais como que as empresas de ônibus vão dar conta das exigências com um transito tão caótico da cidade de São Paulo.onde o governo não inverte para o trânsito melhorar. principalmente nas árias do centro de São Paulo. Eles querem arrumar um culpado mais não é as epresas de onibus. É claro quem é o culpado é governo municipal.

  5. Helio Pereira disse:

    Se a remuneração dos empresários for baseada em custos, e com tantas novas obrigações, acho que não haverá concorrentes para essa nova licitação, pois não se fala em margem de lucro.

Deixe uma resposta para Helio PereiraCancelar resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading