Câmara de SP instala Subcomissão para acompanhar concessão do Bilhete Único à iniciativa privada
Publicado em: 17 de maio de 2017
Proposta integra Plano de Desestatização do prefeito João Doria. Associação Brasileira do Veículo Elétrico participou de reunião da Comissão de Trânsito hoje, e apresentou projeto de substituição dos 15 mil ônibus movidos à diesel por ônibus elétricos, híbridos e trólebus.
ALEXANDRE PELEGI
A Câmara Municipal de SP, através de sua Comissão de Trânsito, quer acompanhar o processo de concessão do Bilhete único à iniciativa privada. A proposta faz parte do Plano de Desestatização do prefeito João Doria.
A chamada Subcomissão do Bilhete Único foi criada nesta quarta-feira (17/5), e terá a tarefa de acompanhar o processo de concessão do serviço à iniciativa privada. A proposta está dentro do Plano de Desestatização do prefeito Doria.
O vereador Alessandro Guedes (PT), autor do pedido de criação da Subcomissão, será o presidente. Ele já apresentou um requerimento de informações à Prefeitura. Segundo divulgado no site da Câmara, o pedido de informações feito pelo vereador à Prefeitura questiona alguns pontos importantes:
“Como garantir a segurança e o sigilo dos dados dos mais de 15 milhões de usuários do Bilhete Único? Quantos bilhetes existem de fato na cidade? Qual é o custo que esse sistema tem para o município? E se vale a pena privatizar ou não? Qual será o tempo de concessão da administração do bilhete único? A nossa intenção com a subcomissão é proteger a população.”
Como relator da Subcomissão do Bilhete Único foi indicado o vereador João Jorge (PSDB).
Além do presidente Alessandro Guedes, e do relator João Jorge, a Subcomissão do Bilhete Único terá como vice-presidente o vereador Conte Lopes (PP), e se reunirá a cada três semanas, sempre às quartas-feiras, a partir de 11h, no Plenário 1º de Maio. A primeira reunião já está marcada: será no próximo dia 7 de junho.
Edital de licitação
Outro tema tratado hoje (dia 17) pela Comissão de Trânsito foi o novo edital de licitação do sistema de transporte coletivo da capital. A expectativa é que ele seja lançado até o final do primeiro semestre. A ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) fez uma apresentação à Comissão, em que demonstrou os benefícios de uma frota de veículos movidos a energia não fóssil, o que inclui ônibus elétricos, híbridos e os trólebus.
A diretora da ABVE, Iêda Maria Alves de Oliveira, ressaltou que será um retrocesso se a licitação do sistema de transporte coletivo de São Paulo não contemplar a energia limpa.
Iêda apresentou na Comissão de Trânsito uma proposta de substituição dos 15 mil ônibus movidos à diesel na cidade de São Paulo por ônibus elétricos, híbridos e trólebus, em um prazo de 10 anos.
Para quem argumenta que os custos dos ônibus movidos a energia limpa seriam mais caros, Iêda explicou que a troca de toda a frota por veículo elétricos implicaria num aumento de apenas 5% no preço, quando comparado aos ônibus à diesel. O mais importante, ela explicou, seria a grande vantagem conquistada para a saúde pública.
O site oficial da Câmara de SP traz um dos argumentos da diretora da ABVE:
“Quando a qualidade do ar está ruim, há um aumento de 32% nas internações. E em São Paulo morrem em média 4 mil pessoas por ano diretamente ligadas à qualidade do ar. Quer dizer, você joga isso para a quantidade de internações, pra quanto isso custa para a cidade. Pode-se dizer que o impacto financeiro da troca da frota para energia limpa é pequeno.”
A apresentação de Iêda obteve reações positivas dos vereadores. Para o vereador Adilson Amadeu (PTB), com a proximidade da nova licitação, a Câmara Municipal “tem que contribuir e pensar na saúde das pessoas”. Amadeu afirmou que vai conversar sobre o tema com o secretário municipal de Mobilidade e Transporte.
Já o vereador que preside a Comissão de Trânsito, Senival Moura (PT), informou que os vereadores solicitaram a realização de uma Audiência Pública para aprofundar o tema, diante da importância da energia limpa para o meio-ambiente.
Com informações da Câmara Municipal de SP
Alexandre Pelegi – jornalista especializado em transportes
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Amigos, boa noite.
Se toda comissão já não resolve nada, imaginem uma SUB.
Sò no Barsil mesmo.
Att,
Paulo Gil