HISTÓRIA: Aratu Amaralina, a cara do Amélia em Salvador
Publicado em: 23 de abril de 2017
Encarroçadora de Salvador tinha prática de se “inspirar” em modelos fabricantes maiores
ADAMO BAZANI
No ramo de design automotivo nem sempre a criatividade falou mais alto.
Até nos dias de hoje é possível ver um modelo inspirado em outro, muitas vezes entre fabricantes concorrentes.
Não são raros também processos judiciais por causa disso.
No segmento de ônibus, a situação não é diferente.
São vários modelos ao longo da história que, ao serem observados com menos atenção ou de longe, poderiam criar confusão.
Uma das páginas da história envolve o modelo Amaralina, da encarroçadora baiana Aratu.
A Aratu teve origem na IASA – Indústria Aratu SA (ex- encarroçadora Bons Amigos), do Rio de Janeiro.
Em 1968, um grupo de sete operadores de ônibus de Salvador compraram as instalações da IASA e transferiram a produção para Salvador, na Bahia.
Em 25 de fevereiro de 1969, começou a produção na capital baiana, ainda com o modelo Panorâmico, da transição IASA – Bons Amigos. A fábrica ficava na Estrada de Ipitanga km 1, na localidade de Campinas de Pirajá.
A produção do Amaralina, modelo de duralumínio, começou em março de 1987.
Já o Amélia, da paulista Caio, era produzido desde 1980 e seguiu em linha até 1987/1988.
Talvez não seja possível afirmar categoricamente que o Amaralina era uma cópia fel do Amélia, mas não dá para negar que as linhas da carroceria seguiam muito o modelo da Caio que começou a ser produzido no bairro da Penha, zona Leste de São Paulo, e teve continuidade na unidade de Botucatu, no interior paulista. Relembre a história do Amélia aqui: https://diariodotransporte.com.br/2016/02/09/amelia-que-era-onibus-de-verdade/
Os faróis redondos em dupla de cada lado na parte da frente, o detalhe destacado sobre o conjunto óptico dianteiro, o formato dopara brisa, a caixa de itinerário, a janela do motorista e as demais ao longo da carroceria … tudo lembrava, e muito, o Amélia.
Na traseira, havia mais diferenças, mas a caixa do vigia também não negava que o Amélia foi a grande inspiração para o Amaralina.
Ocorre que seja plágio, cópia ou apenas uma tendência seguida na época, o Amaralina localmente foi bem sucedido. A Aratu chegou a ser a maior fornecedora de ônibus urbanos do Estado da Bahia, é verdade que quase um terço de toda a produção era consumida pelos próprios operadores de ônibus que detinham a encarroçadora.
Mas outros empresários de ônibus também compravam.
A produção da Amaralina foi até 1990, sendo sucedido pelo modelo Piatã, acusado de ser cópia do Marcopolo Torino.
Outros modelos da Aratu também foram considerados plágios como o Natus Bahia, chamado de “cópia do Bela Vista da Caio.
Após problemas financeiros, os empresários que controlavam Aratu decidiram focar apenas no ramo de transportes de passageiros e entre 1992 e 1993 encerraram as atividades da encarroçadora.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Caso de Sucesso Viação Alpha, do Rio de Janeiro: como as otimizações da operação podem reduzir custos e atender picos de demanda de passageiros
Amigos, boa noite.
Adamo, parabéns, sensacional mais uma matéria aula.
Essa eu desconhecia.
Mas uma coisa é certa, essa empresa sabia copiar.
Hoje nem copiar sabem mais.
Agora, me tira uma dívida, O INCABASA era autorizada da MBB ???
Eu sempre odiei aquela cópia INFIEL.
Rssssssssssssssssssssssssssss
Att,
Paulo Gil
Paulo Gil, boa noite,
Segue links que contam a história da Incabasa. Uma das curiosidades da empresa, era seu controle acionário uma verdadeira salada de frutas, constituída por empresa de segmentos variados como o Jornal A Tarde, Chocolates Chadler, Manoel Gonçalves Tecidos, dentre outros.
A outra curiosidade é que apesar da Mercedes-Benz ser acionista da Incabasa, os monoblocos Mercedes transformados pela empresa baiana fizeram tanto sucesso que deixou a Mercedes com bastante ciúme e muita raiva e passou a dificultar a vida da Incabasa.
http://www.lexicabrasil.com.br/incabasa/
https://onibusparabanos.com/2014/08/31/incabasa-o-355-ss-o-primeiro-misto-de-ldmd/
Os outros modelos realmente tinham semelhanças com os modelos da Caio mas o Piatã em nada lembrava o Torino. Os faróis redondos em número de quatro eram tendência na época.
De todo modo, parabéns pela matéria. A Aratu recebeu esse nome por conta de uma localidade na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana de SDalvador, chamada Aratu, onde originalmente a encarroçadora era localizada, assim como várias outras indústrias.
Como sempre uma bela história , parabéns!