Monotrilho da linha 17 Ouro tem promessa de entrega adiada pela terceira vez

Obras do Monotrilho da Linha 17-Ouro

Obra era prometida para 2014. Entrega, porém, foi adiada para 2017, depois 2018 e, agora, julho de 2019

ADAMO BAZANI

No final da década passada, quando o Governo do Estado de São Paulo começou a cogitar os monotrilhos para a capital e parte da região metropolitana, uma das promessas é que o modal seria de implantação rápida, entre dois e três anos cada linha, com capacidade média de atendimento e preço bem inferior ao do Metrô. Passados quase dez anos, não é isso que se vê na prática.

Aumentos constantes nos valores das obras, que aproximam com o custo do Metrô, revisões de contratos, paralisaçõese problemas financeiros por parte de empreiteiras, erros de planejamento, como a galeria pluvial não considerada na Luiz Inácio de Anhaia Mello para o monotrilho da linha 15, estão entre algumas das dificuldades para implantação do sistema de transportes que há pouco tempo era desconhecido da população.

O Governo de São Paulo prometeu entregar entre 2012 e 2015, um total de 59,7 quilômetros de monotrilhos em três linhas. Apenas 2,9 quilômetros entre as estações Oratório e Vila Prudente, da linha 15 Prata estão em operação comercial desde 10 de agosto de 2015.

Já o monotrilho da linha 17 Ouro, que deveria ser entregue até a Copa do Mundo em 2014, teve a previsão de conclusão das obras adiada mais uma vez.

Durante a assinatura do edital que vai conceder a iniciativa privada a operação do trecho prioritário, de 7,7 quilômetros, do Aeroporto de Congonhas ao Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, juntamente com a linha 5 Lilás do Metrô, o Secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, revelou nesta quinta-feira, 30 de março de 2017, uma nova data para o início da circulação dos trens sobre as vigas: julho de 2019. Com isso, já é o terceiro adiamento do começo das operações.

Como a obra não ficou pronta como prometido até a Copa de 2014, a data foi adiada para 2017, depois 2018 e agora, de acordo com o secretário, julho de 2019.

O edital de concessão lançado só diz respeito à operação.

As obras são de responsabilidade do Governo do Estado.

Houve problemas com um dos consórcios responsáveis pela construção das estações, formado por Andrade Gutierrez e CR Almeida que foi substituído, o que acabou atrasando ainda mais o cronograma. O rompimento ocorreu em janeiro de 2016 e as obras foram retomadas em junho daquele ano pelo consórcio TIDP, formado pelas empresas Tiisa-Infraestrutura e Investimentos S/A e DP Barros Pavimentação e construção LTDA,

A linha 17 Ouro do monotrilho deveria ter 17,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e região do Estádio do Morumbi ao custo de R$ 3,9 bilhões com previsão de entrega total em 2012. Em 2015, o orçamento ficou 41% mais caro somando R$ 5,5 bilhões e a previsão para a entrega de 8 estações até 2018. Em 2010, o custo do quilômetro era de R$ 177 milhões. Em 2015, o custo por quilômetro seria de R$ 310 milhões e no primeiro semestre de 2016 foi para R$ 325 milhões.  O monotrilho, se ficar pronto, não deve num primeiro momento servir as regiões mais periféricas.  Assim, os trechos entre Jabaquara e a Aeroporto de Congonhas e entre depois da Marginal do Rio Pinheiros até a região do Estádio São Paulo-Morumbi, passando por Paraisópolis, estão com as obras congeladas. Com este congelamento, não haverá as conexões prometidas com a linha 4 Amarela do Metrô na futura estação São Paulo – Morumbi, e nem com estação Jabaquara e da Linha 1 Azul do Metrô e Terminal Metropolitano de Ônibus e Trólebus Jabaquara, do Corredor ABD. Segundo o site do próprio Metrô, quando estiver totalmente pronto, este sistema de monotrilho atenderá 417 mil e 500 passageiros por dia.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia.

    Eu gostaria de saber da engenharia do Estado, quanto tem concreto e ferro por kilometro nesse Aerotrem, em comparacao com a a linha Azul do metro na Av Cruzeiro do Sul.

    O Aerotrem nao pode ser transformado em Metro ou BRT ??

    Espero que alguma instituicao com capacidade tecnica IPT, CREA, STMSP, IDEC, CFA, PROCON, respondessem estas questoes a todos os cidadaos.

    No aguardo.

    Att,

    Paulo Gil

  2. Luis Nunez disse:

    Alguem quer apostar comigo que esta nova data julho/2019 não será cumprida?

  3. Pedro disse:

    Ele é tanto que atrapalha o desenvolvimento do país

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading