Marcopolo concede férias coletivas por falta de chassis no mercado

Montadoras não estavam preparadas para pedidos

ADAMO BAZANI

O caso não é tão comum: a Marcopolo decidiu conceder 10 dias de férias coletivas para 5,5 mil trabalhadores dos 6 mil empregados da unidade de Ana Rech, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul: não por falta de pedidos, mas porque não há chassis disponíveis no mercado.

A medida foi anunciada pelo CEO da encarroçadora em teleconferência com acionistas, Francisco Gomes Neto.

Ocorre que, segundo o comunicado, as montadoras estavam em ritmo menor de produção porque tinham concedido férias coletivas e estavam sendo afetadas pelos dias folgados de emenda do Carnaval.

Houve um ligeiro aumento de pedidos de alguns modelos e as fabricantes de chassis não estavam preparadas.

Produzem chassis de ônibus no Brasil: Mercedes-Benz, Volkswagen/MAN, Agrale, Volvo, Iveco e Scania.

As férias coletivas da Marcopolo começam no dia 13 de março e ainda há possibilidade de flexibilização de jornada de trabalho nos dias 23 e 24 para que as atividades voltem ao normal a partir do dia 27 de março.

A Marcopolo tem a pedidos que demandariam entre 30 e 45 dias de produção. Já a Volare, no Planalto, também em Caxias do Sul, continua com o ritmo normal de produção. A unidade faz minionibus.

De acordo com a Fabus – Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, que reúne as encarroçadoras, em janeiro foram produzidas 346 carrocerias, queda de 39% em comparação com o mesmo mês do ano passado. A Marcopolo montou 64 ônibus nas plantas de Caxias do Sul e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, esta última especializada em urbanos – queda de 65%.

Há pedidos, mas não há chassis.

A Caio manteve a produção de 84 chassis em janeiro deste ano na comparação com janeiro do ano passado.

A Comil, com 26 ônibus, registrou a maior queda:7 4%

A Irizar produziu 15 carrocerias e registrou queda de 35% na comparação entre os meses de janeiro. A Mascarello teve queda de 20% com 67 ônibus produzidos e a Neobus, que pertence à Marcopolo, produziu 91 ônibus –  queda de 5%

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. João Luis Garcia disse:

    Nunca ouvi falar de algo semelhante
    Acredito mais em falta de pedidos (vendas)
    E só vc conversar com os empresários e verá que não estão fazendo aquisições de ônibus novos
    Incertezas, alta taxas de juros, falta de tarifa (mesmo quando concedida em algumas praças a possibilidade da interferência do judiciário na revogação do aumento é preocupante)
    REFROTA até agora cheio de dúvidas
    Novos prefeitos que tomaram posse em Janeiro com receio de conceder reajustes para não manchar seu governo
    É simples qual empresário que não gostaria de trocar sua frota e ter somente veículos novos e semi-novos?

  2. Cláudio disse:

    Sou da mesma opinião do JLGarcia. Essa informação de que as montadoras não estavam preparadas é estranha já que normalmente o cliente fecha primeiro com o Chassis e depois a carroceria.

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Previsivellllllllllllll e provocado.

    Olha o agil ai gente.

    E para gerar corrida e forcar pedidos.

    O Brasil e a vida nao param, ha o consumo de vegetativo do dia a dia.

    O tempo nao para e tudo fica velho, acaba ou morre.

    Att,

    Paulo Gil

  4. Julio disse:

    A Comil anunciou ano passado que produziria cinco carrocerias por dia. Não chegou a uma por dia em janeiro.

    Em recuperação judicial e com uma dívida de centenas de milhões, suas finanças inspiram cuidados.

  5. Antonio Carlos disse:

    Também achei a matéria muito estranha. As empresas primeiro fecham o chassis e depois com a encarroçadora. Não me parece verdadeira a matéria.

    1. A matéria é verdadeira. Foi essa mesmo a declaração e aqui não temos tempo e nem é nosso propósito inventar nada. Agora, se a fonte retratou a realidade ou não, aí você tem de ver que o CEO da Marcopolo teve seu nome identificado. Gostaríamos que você entrasse em nossa página inicial (é fácil, é só no alto do seu monitor clicar em Home ou no símbolo do Diário do Transporte) para ver que o trabalho é sério. Você pode também pesquisar no Google Notícias sobre o assunto (também é super fácil) e ver que outros veículos de imprensa, como este, também reproduziram a mesma notícia. Grato

      1. Cláudio disse:

        Ops! O Sr.Antônio Carlos não disse que o blog inventou a matéria. Vocês publicaram exatamente o que a Marcopolo divulgou ao mercado. No stress! !!!!!

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