Governos Alckmin e Doria vão recorrer juntos contra decisão que suspendeu aumento de integrações

Recurso será da Secretaria de Transportes Metropolitanos, tendo a prefeitura como parte interessada, mas de maneira espontânea, informou o secretário estadual Clodoaldo Pelissioni em coletiva nesta manhã. 

ADAMO BAZANI

As gestões do governador Geraldo Alckmin e do prefeito, João Doria, vão recorrer juntas contra decisão do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Paulo Dimas Mascaretti, que manteve ontem determinação judicial da última sexta-feira, que suspendeu os reajustes das tarifas integradas entre os ônibus municipais da capital paulista (SPTrans) e o sistema de trilhos operados pela CPTM, pelo Metrô e pela ViaQuatro, na linha 4 Amarela.

Na manhã desta quarta-feira, 11 de janeiro de 2017, os secretários de transportes das duas gestões concederam entrevista coletiva juntos, Sérgio Avelleda pela gestão Doria, e, Clodoaldo Pelissioni, da gestão Alckmin.

Ambos demonstraram preocupação em relação às finanças dos sistemas por causa da decisão da Justiça.

De acordo com Clodoaldo Pelissioni, a arrecadação do Metrô e da CPTM pode ter uma queda de R$ 192 milhões e os impactos para os sistemas devem ser de R$ 220 milhões.

“Os reajustes são necessários. Tivemos uma inflação acumulada, de acordo com a Fipe, de 6,54%. Em março tem a data base dos trabalhadores da CPTM e, em maio, do Metrô. Sempre há reajuste salarial. Para mantermos a qualidade dos serviços, é necessário haver elevação nas tarifas” – disse Clodoaldo Pelissioni que, entretanto, não deixou claro se pode haver um reajuste linear para todas as tarifas caso haja numa nova derrota nos tribunais.

A decisão do governo do Estado, em conjunto com a Secretaria Municipal de Transportes, do final do ano, estabeleceu reajustes apenas nas tarifas integradas, inclusive nas modalidades temporais dos bilhetes únicos, com percentuais de 14,82% a 50%, e manteve as tarifas básicas de R$ 3,80 congeladas para Metrô e CPTM, acompanhando decisão do prefeito João Doria, que congelou a tarifas ônibus municipais do sistema SPTrans em R$ 3,80 também.

Sobre o despacho do presidente do TJ, que considerou as planilhas apresentadas no Diário Oficial do Estado, em 31 de dezembro de 2016, singelas e pouco explicativas, Clodoaldo Pelissioni, disse que serão fornecidos nos recursos mais dados para justificar os reajustes.

Na primeira decisão da sexta-feira passada, o juiz plantonista Paulo Henrique Filho acatou ação popular da bancada do PT na Assembleia Legislativa que sustentava que o reajuste das integrações penaliza quem mora mais longe, precisa utilizar mais meios de transportes e possui renda menor.

Pelissioni voltou a dizer hoje que o congelamento da tarifa básica beneficia dois terços dos usuários dos sistemas.

O secretário estadual também disse que os sistemas Metrô e CPTM dependem em torno de R$ 2 bilhões para complementações de gratuidade e outros custos, em forma de subsídios.

Já o sistema de ônibus na capital paulista deve receber R$ 1,75 bilhão em subsídios, no entanto, o valor foi calculado pela equipe técnica da gestão do ex prefeito Fernando Haddad no ano passado levando em consideração aumento de tarifa de ônibus e não o congelamento, podendo assim ser insuficiente em 2017.

Como a decisão abrange todas as planilhas publicadas no Diário Oficial de 31 de dezembro, também estarão suspensos os reajustes aplicados às tarifas dos ônibus intermunicipais da EMTU, na Área 5 da Grande São Paulo, que corresponde ao ABC Paulista, menos o Corredor de trólebus da Metra ABD, que tem outra concessão, e regiões metropolitanas de Sorocaba e “Vale do Paraíba e Litoral Norte”, no entanto, para adequação técnica, a suspensão começará a valer a partir de sexta-feira, 13 de janeiro.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. tiago disse:

    Tudo certo, tudo lindo. Concordo que sem o aumento o sistema não se mantém. Mas o prometido na campanha foi que não haveria aumento, então não pode ter aumento. Foi nisso que os eleitores acreditaram. Foi nisso que os eleitores votaram. O Alckmin tem que aumentar SIM a tarifa do sistema sobre trilhos para pelo menos 4 reais. Ele pode. Ele não prometeu nada. O sistema vai perder passageiros se ele fizer isso e talvez o reajuste não surta efeito. Mas o Dória não pode ficar dando de louco e aumentando a integração acima da inflação não,

  2. Para atender a um pedido político do PT, que visa apenas prejudicar o governador Geraldo Alckmin, o Tribunal de Justiça de SP pode provocar aumento das tarifas de transporte para toda a população. O congelamento das passagens unitárias decidida pelo governo de SP beneficiaria a maioria dos usuários. Em benefício de uma minoria, a Justiça desorganiza todo orçamento do Estado.

    1. tiago disse:

      A decisão, ao contrário do que vc diz, beneficia a parcela mais pobre da população.
      Segundo o seu raciocínio, ela vai contra o governador.
      E a favor do PT.
      Então quer dizer que o PT está do lado do povo mais pobre e o governador contra?
      É isso mesmo?

      Agora vc me surpreendeu

  3. Anderson disse:

    Se estão tão preocupados com as finanças, a solução é simples: só tomarem vergonha na cara e pararem de roubar o Metrô e a CPTM e devolver aquilo que ja foi roubado. Assim esses ladrões esquecem o assunto de subir tarifas.

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