Ônibus elétrico com energia solar já está em operação em Santa Catarina

Ônibus elétrico ainda em São Bernardo do Campo, cidade onde fica empresa de tecnologia limpa Eletra

Além de tecnologia limpa, veículo também traz novo conceito de transporte. Modelo urbano tem até mesa de reunião

ADAMO BAZANI

Começou a circular nesse último dia 20 de dezembro 2016, o primeiro ônibus 100% elétrico com tecnologia brasileira cujas baterias são alimentadas por energia solar.

O veículo começou a operar em Santa Catarina no trajeto de 25,3 quilômetros entre dois campus da UFSC, no Sapiens Parque, em Canasvieiras, no norte da ilha, e o Campus Central. Serão quatro viagens que somam pouco mais de 200 quilômetros por dia. A recarga das baterias será feita no laboratório da UFSC, no Sapiens Parque.

O ônibus é elétrico, porém a energia será obtida por meio de captação solar em uma estação da Universidade Federal de Santa Catarina.

O projeto foi desenvolvido Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da UFSC em parceria com a fabricante de São Bernardo do Campo, Eletra, responsável também pelo projeto de integração dos equipamentos. O ônibus tem carroceria Marcopolo Torino Low Entry, os motores elétricos são da WEG e o chassi é um Mercedes-Benz O-500U Elétrico.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação -MCTI financiou a iniciativa que custou cerca de R$ 1 milhão.

Segundo o professor da UFSC, Ricardo Rüther, coordenador das pesquisas, o objetivo é demonstrar como é viável e sustentável aliar a tecnologia limpa e proporcionar sensível ganho de tempo e eficiência quando se faz uso de transporte coletivo inteligente.

ECONOMIA:

A gerente comercial da Eletra, Iêda Maria de Oliveira, disse em nota que em medições realizadas em São Paulo, os ônibus elétricos mostraram-se até 26% mais econômicos que um convencional a diesel, apenas comparando o custo da energia elétrica com o custo do diesel. “Além de todos os ganhos para o meio ambiente e também para a sociedade, a frota com veículos elétricos ou elétricos híbridos é comprovadamente mais eficiente na operação do que o diesel convencional”, destaca.

 “Temos a dificuldade do investimento inicial e infraestrutura, mas o ganho ambiental imediato e a rentabilidade que se comprovará com a implementação de frotas de ônibus elétricos, afloram a necessidade de políticas públicas e a responsabilidade dos gestores para com o futuro das nossas cidades”, enfatiza Iêda de Oliveira. 

NOVO CONCEITO DE TRANSPORTE URBANO:

Pelo deslocamento produtivo, de maneira confortável e adequada, os passageiros já podem desenvolver suas atividades durante as viagens

Pelo deslocamento produtivo, de maneira confortável e adequada, os passageiros já podem desenvolver suas atividades durante as viagens

Ao mesmo tempo que será testada a viabilidade do uso de energia solar para geração de energia elétrica do ônibus, o projeto quer desenvolver um novo sistema de transporte pelo qual, de maneira qualificada, o passageiro já pode desenvolver suas atividades em pleno deslocamento. É o conceito de deslocamento produtivo.

“Com mesas de reunião, wi-fi, tomadas de energia e saídas USB, é possível, durante a viagem, trabalhar e, consequentemente, ser mais eficiente e produtivo. O nosso objetivo é tornar esta realidade mais clara e concreta para a população”, enfatiza o professor Ricardo Rüther na nota.

O ÔNIBUS:

O Marcopolo Torino Low Entry Eletra/Mercede-Benz O 500 U tem comprimento total de 12.710mm, transporta 38 passageiros sentados em poltronas estofadas, é equipado com rampa de acesso para portadores de necessidades especiais e sistema de ar-condicionado. A geração de energia elétrica é realizada por intermédio de módulos solares fotovoltaicos integrados.

O sistema de tração desenvolvido pela Eletra tem motor elétrico WEG Trifásico 250 L com 200/400 kW de potência com autonomia de até 200 quilômetros, com quatro recargas de seis minutos. O projeto de integração e tecnologia da Eletra possui baterias de tração tipo Ions de Lítio (Energia de 128kW/h com oito “Packs” e tempo de recarga de 2,5h com carregador lento e 0,5h com carregador rápido).

A recarga completa das baterias leva em média uma hora, mas graças à tecnologia de recuperação da energia nas frenagens, pode operar em trajetos de até 70 quilômetros sem nenhuma recarga.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Aqui em Sampa com a buraqueira que tem nas vias, essa mesinha e esse deslocamento produtivo e impraticavel.

    Alem de que suspensao a ar e buracos nao combinam, so em Sampa mesmo.

    Att,

    Paulo Gil

  2. MARCOS NASCIMENTO disse:

    Não sei não… Quanta energia foi gasta na produção dessas placas? Há enormes chances de terem sido gastas quantidades enormes de hidrocarbonetos na produção e no transporte dessas placas, e na manutenção da vida de quem as produziu.

    Ficaremos livres dos hidrocarbonetos se conseguirmos desenvolver tecnologia capaz de “domar” a fusão nuclear e se conseguirmos desenvolver de forma barata ligas metálicas capazes de suportar as altas temperaturas das camadas subterrâneas da terra.

    Energia solar é lobby

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