Greve/paralisação ônibus em São Paulo: Motoristas devem voltar a trabalhar antes das 16h

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Reunião está em andamento, mas determinação deve ser passada aos trabalhadores

ADAMO BAZANI

A reunião entre empresas de ônibus e sindicato dos motoristas e cobradores continuava até agora há pouco mas, diante do avanço das conversas, o que não significa um acordo propriamente dito, a categoria será avisada para voltar a trabalhar antes das 16h, prazo anteriormente estipulado para o fim da paralisação.

Os trabalhadores pedem, entre outras reivindicações, reajuste real de 5% mais a reposição da inflação acumulada, vale-alimentação diário de R$ 25, PLR – Participação nos Lucros e Resultados de R$ 2000, plano de saúde gratuito estendido a mais dependentes e assistência funeral. As empresas de ônibus ofereceram reajuste real 2,31% nos salários e vale-refeição.

Os principais terminais estão fechados em São Paulo.

A paralisação começou por volta das 14h. O SPUrbanuss diz que há possibilidade de os motoristas voltarem ao trabalho antes das 16h, horário que foi determinado ontem pelo Sindmotoristas.

As vias no entorno dos terminais também são ocupadas por ônibus.

As negociações entre trabalhadores e empresas revelam a situação financeira atual dos transportes na Capital Paulista.

Com os cofres abalados por causa da crise econômica que diminuiu a arrecadação e também os repasses de verbas federais para o município, o prefeito Fernando Haddad descartou nesta quarta-feira que vai aumentar os subsídios totais ao sistema de transportes, mas admitiu que pode complementar o aumento de custos com as gratuidades.

De acordo com a prefeitura, estes custos têm aumentado mais do que o previsto quando foi estipulado o valor dos subsídios que neste ano devem somar R$ 1,8 bilhão. Até a última terça-feira, a prefeitura já havia empregado no sistema R$ 914 milhões.

Para se ter uma ideia do aumento dos custos com as gratuidades, no decorrer do ano, de acordo com Haddad, o número de estudantes que contam com o passe livre já alcançou em torno de 600 mil gratuidades. No ano passado este número era de 500 mil.

“A Prefeitura está pagando a passagem desses estudantes que adquiriram o direito. Todo mês cresce esse número” – disse Haddad.

Segundo a SPTrans, de janeiro a abril, os estudantes fizeram 61 milhões 226 mil 682 viagens. Os idosos com idade igual ou superior a 60 anos realizaram 93 milhões 603 mil e 021 viagens e as pessoas com deficiência que contam gratuidade fizeram 27 milhões 268 mil 381 gratuidades.

Os subsídios do poder público para o sistema têm aumentado todos os anos. Para se ter uma ideia, em relação ao período de janeiro a maio do último ano de gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, hoje os subsídios são 150% maiores.

Já com os valores corrigidos pela inflação, entre janeiro e maio de 2012, a gestão Kassab repassou ao sistema R$ 365 milhões. Em semelhante período, a gestão Haddad transferiu R$ 914, 2 milhões.

São vários os motivos que podem explicar este aumento.

O total de gratuidades se ampliou, principalmente após as manifestações de junho de 2013.

Idosos antes tinham direito à gratuidade com 65 anos ou mais. Hoje a exigência é de 60 anos ou mais. O congelamento depois das manifestações das tarifas em R$ 3,50 também aumentou a necessidade de complementações por parte da prefeitura.

Além disso, existe a chamada informalmente de “inflação transportes” que em diversos momentos ficou acima da inflação oficial, com pressão maior em gastos com os combustíveis, peças e veículos novos.

O número de passageiros também caiu na cidade de São Paulo. Quanto menos passageiros, maiores os custos individuais por usuário. Em torno de 78 mil viagens por dia deixaram de ser realizadas. O mesmo passageiro pode fazer mais de uma viagem.

Os aumentos do tempo de integração do Bilhete Único e o congelamento das tarifas das modalidades Bilhete Único Mensal, Bilhete Único Semanal e Bilhete Único Diário também pesaram nesta conta.

O principal fator, entretanto, apontado é a ineficiência do atual modelo que é caro para o passageiro, mas não garante sustentabilidade sem subsídios tão altos.

A licitação dos transportes públicos que está barrada no TCM poderia resolver parte desse quadro com o enxugamento de linhas sobrepostas, nova remuneração às empresas e criação de um novo modelo tronco-alimentado, mas o certame ainda segue indefinido.

O TCM ontem explicou a situação atual da análise dos técnicos em relação aos editais. Na segunda-feira, a prefeitura se manifestou sobre 20 questionamentos pendentes. Confira neste link:  https://diariodotransporte.com.br/2016/05/18/greve-paralisacao-dos-onibus-nesta-quinta-e-tcm-lista-os-pontos-da-licitacao-ainda-nao-esclarecidos/

Adamo Bazani, jornalista especializado em transporte

 

Comentários

Comentários

  1. eles nao pode par em sao paulo 14 ate as 16

  2. Rodrigues disse:

    E nós motoristas da Transwolff que não temos salario de transporte coletivo e nem sindicato atuante p/lutar por nossos direitos, nao temos o mesmo salario
    Ticket,assist.medica e trabalhamos em sistema de escravidao 12 à 14 horas por dia e o salario e o da categoria do transporte de onibus de Turismo, e so olhar o holerite de algum funcionario e vao comprovar o q estou dizendo, por favor se ha alguem q preza por honestidade vamos lutar p/q seja feito a coisa certa.

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