OMS cita Curitiba e Porto Alegre como exemplos brasileiros de combate à poluição
Publicado em: 10 de novembro de 2015
Esforços para melhorar a eficiência dos transportes públicos sobre pneus receberam o reconhecimento do organismo internacional e deveriam ser usados como exemplos em outras cidades
ADAMO BAZANI
É consenso que o transporte ferroviário é fundamental para a melhoria na mobilidade urbana e para a redução dos níveis de poluição das cidades. Mas é certo também que diante da realidade brasileira, cujos transportes sobre pneus são predominantes, em vez de ficar rivalizando modais e respeitando as limitações financeiras de cada cidade ou estado, investir na eficiência dos ônibus é tido como uma das ações mais coerentes e de resultados rápidos para a melhoria da qualidade de vida nas áreas urbanas.
A OMS – Organização Mundial da Saúde reconhece a importância dos investimentos em transportes coletivos e, em documento oficial divulgado no último dia 22 de outubro de 2015, no qual relaciona ações para a redução das emissões de poluentes como o carbono negro, o ozônio, o metano e o dióxido de carbono, cita dois exemplos brasileiros de reorganização urbana que deveriam, segundo o órgão internacional, ser seguidos por outras cidades: Curitiba e Porto Alegre.
Em relação a Curitiba, o transporte coletivo por ônibus é destaque. Segundo o estudo de caso dos técnicos da ONU sobre o exemplo paranaense, a rede de transportes é usada por 72% da população. Nos últimos 50 anos, o número de habitantes foi elevado em cinco vezes. A malha de corredores de ônibus BRT, criada em 1974 pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner, acompanhou o crescimento da população até os anos de 1990. Agora, há necessidade de maior oferta de transportes e questões políticas entre o governo do estado e a prefeitura de Curitiba afetou as integrações entre os ônibus municipais da capital e os metropolitanos de 13 cidades ao entorno. Mesmo assim, a OMS cita o exemplo de transporte de Curitiba como um dos mais viáveis para a retomada o crescimento da infraestrutura. O plantio de 1,5 milhão de árvores e a reciclagem de 50% de vidro, papel e plásticos que são descartados também foram destacados pelo órgão internacional.
Já Porto Alegre tem indicadores ambientais, segundo a OMS, acima da média das cidades brasileiras e próximos dos números obtidos por áreas urbanas de países desenvolvidos.
O resultado se dá pelos investimentos em reciclagem de lixo e em expansão de áreas verdes.
A Trensurb, que é a companhia metroferroviária de Porto Alegre, foi uma das empresas a receber o Prêmio de Qualidade da ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos. Já a Leblon, empresa de ônibus que opera na região metropolitana de Curitiba, também foi premiada.
Para a OMS, as cidades devem adotar quatro ações básicas:
– Políticas de deslocamentos rápidos com investimentos em transporte público e redes de ciclovias.
– Reduzir as emissões de poluentes por combustíveis fósseis, que inclui investimentos em metrô, trem, trólebus, ônibus elétricos híbridos e ônibus elétricos a bateria.
– Consumo de alimentos plantados pela população local, inclusive por camadas de renda mais alta, para redução de consumo de comida de origem animal.
– Geração de energia por fontes mais limpas para aquecimento e preparação de alimentos.
O relatório da ONU está em inglês, mas pode ser conferido em:
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/189524/1/9789241565080_eng.pdf?ua=1
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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Curitiba pode ser exemplo de “combate a poluição” **nesse** quesito, mas no resto… Só pra começar, Curitiba tem seus limites com os Municípios vizinhos delimitados por água, e, TODOS os rios limítrofes ESTÃO POLUÍDOS.
Fora os pequenos rios e córregos que tem dentro da cidade, também poluídos.
Além de tudo, dizem que a qualidade do ar na CIC é a pior do país, mas que o Governo fica mascarando, por exemplo, desativando estações de medição da qualidade do ar, etc…
Além de tudo, área “verde” é o que menos tem hoje na cidade.
Interessante eleger essas duas cidades como as que melhor combatem a poluição do ar sendo ambas as que tem (entre aquelas que tem, obviamente), as piores redes de monitoramento da qualidade do ar. É como dizer que um médico com estetoscópio quebrado é exemplo de cardiologista. Para conhecer o diagnóstico das redes, consulte: http://www.energiaeambiente.org.br/wp-content/uploads/2015/08/1-diagnostico-da-rede-de-monitoramento-da-qualidade-do-ar-no-brasil.pdf