Virada Sustentável terá passeio de ônibus elétrico

BYD bus são paulo

Ônibus elétrico chinês poderá ser conferido pela população em Virada Sustentável. Passeios serão gratuitos.

Modelo chinês, da BYD, foi adaptado para atender às especificações das leis brasileiras de trânsito

ADAMO BAZANI

Como parte da Virada Sustentável, que ocorre na capital paulista, a prefeitura de São Paulo vai oferecer neste sábado e domingo passeios gratuitos num ônibus 100% elétrico que depende apenas de baterias para se movimentar.

O veículo, de fabricação da chinesa BYD, é testado pela Ambiental Transportes, a mesma empresa que opera os trólebus na área 4 da cidade, entre a zona Leste e o centro.

As voltas devem ter duração de 10 minutos, das 11h às 14h30, com saídas de 20 em 20 minutos, tanto no sábado como no domingo. Das 12h30 às 13h00 vai ser realizado um intervalo.

O embarque será feito na Rua Vergueiro em frente ao Centro Cultural. O trajeto é pela Rua Vergueiro, R. do Paraíso, Viaduto do Paraíso, Av. Bernardino de Campos, Av. Paulista, Acesso a, Rua Treze de Maio,  Pça. Amadeu Amaral, Rua João Julião, Viaduto Beneficência Portuguesa e Rua Vergueiro. O ônibus não vai parar no meio do caminho.

Mesmo sem a perspectiva de cumprir o que determina a Lei de Mudanças Climáticas, que estipula 100% da frota de ônibus que não dependam de combustíveis fósseis em 2018, e sem colocar nas minutas do edital de licitação de transportes um cronograma para aumentar a frota limpa, a cidade tem realizado testes com veículos não poluentes ou que poluam menos.

No mês de julho, por exemplo, a Scania circulou com um ônibus feito na Suécia movido a GNV – Gás Natural Veicular. A chinesa BYD também testa um ônibus a bateria articulado, mas sem os padrões internos brasileiros, não podendo portanto transitar com passageiros. Um ônibus articulado da fabricante está sendo produzido na planta da chinesa nos Estados Unidos já atendendo às especificações da SPTrans.

O modelo que vai realizar os passeios é o K9D12, fabricado na China.

A partir de setembro, a BYD deve começar a montar os ônibus na planta que vai inaugurar em Campinas, no interior paulista.

Com três conjuntos de baterias, o modelo de ônibus possui dois motores elétricos ligados às rodas. Estes motores são controlados por inversores de frequência para um funcionamento uniforme.

Os motores e os sistemas elétricos e pneumáticos são integrados por meio de uma rede no veículo.

O ônibus também conta com frenagem regenerativa, ou seja, a energia cinética gerada pelos freios é convertida em energia elétrica abastecendo as baterias.

No entanto, só a frenagem regenerativa não é suficiente para completar a carga necessária às baterias. O ônibus é recarregado em fonte externa de energia elétrica. O processo dura cinco horas e a autonomia com a carga completa é de aproximadamente 250 quilômetros.

Apesar dos testes, os incentivos ao transporte limpo por ônibus na cidade de São Paulo são considerados pequenos. Reflexo disso é a diminuição em 64% da chamada Ecofrota desde 2011, quando foi lançada.

A Ecofrota faz parte das determinações da Lei de Mudanças Climáticas e consiste em ônibus que dependam de fontes de energia que reduzem a poluição. Em 2011, eram 1 mil 561 veículos deste tipo. Em 2013, quando a quantidade foi a maior de toda a série até agora, estavam registrados no sistema da capital paulista, 1 mil 846 “ônibus limpos”.  Neste ano, no entanto, são apenas 656 veículos, sendo que 395 operam com 10% de diesel de cana de açúcar na mistura do combustível, 60 se movem com etanol e 201 são trólebus.

Falta de opções não pode ser apontada como motivo para a redução da frota limpa, de acordo com especialistas. Há 30 anos, a empresa nacional Eletra, em São Bernardo do Campo, desenvolve tecnologia para ônibus elétricos, como trólebus. Em 1999, foi a primeira empresa no mundo a colocar um ônibus elétrico híbrido articulado para operar no Corredor Metropolitano ABD, entre São Paulo e o ABC Paulista. A empresa também testa junto com a Mitsubishi um ônibus totalmente elétrico a bateria articulado, desenvolveu uma nova geração de elétrico-híbrido chamada de Híbrido-BR e, em setembro, deve apresentar um conceito de ônibus elétrico híbrido dual. Num mesmo veículo podem ser reunidas duas tecnologias. As opções são trólebus + conjunto de baterias ou elétrico híbrido + elétrico puro com baterias.

Outra fabricante, a Volvo produz desde 2012 em Curitiba, o Hibribus, um modelo de ônibus elétrico-híbrido, que está em circulação na capital paranaense e em parques turísticos, como de Itaipu.

A Scania desenvolveu tecnologia de ônibus a etanol e a Mercedes-Benz aposta no diesel feito de cana de açúcar (farneseno) em parceria com a Amyris Brasil.

Mesmo que ainda não seja possível contar com estas tecnologias para toda a frota de São Paulo, diante das ofertas de soluções os testes e iniciativas são considerados tímidos.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. Esse já foi cadastrado na SPtrans,tomara que de certo em SP,chega de monopólio.

    1. Andre disse:

      Sem monopólio aliado a modernidade. A Eletra devia aproveitar e dar as caras na capital também.

      1. Paulo Gil disse:

        Andre, boa noite.

        A questão é:

        Por que não há apoio a indústria Nacional.

        Lembra da Gurgel.

        E o mais triste, ninguém fala da eletra nem do e-bus.

        Abçs,

        Paulo Gil

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