Empresas de ônibus são acusadas de não cumprir gratuidades

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Ônibus da Auto Viação Bangu. TST negou recurso da empresa e manteve condenação de multa de R$ 100 mil pela acusação de não cumprimento da gratuidade para idosos e estudantes e descontos nos salários dos motoristas por causa destes passageiros. Já a Catarinense e a Reunidas foram notificadas sob a suspeita de que não estariam concedendo desconto de 50% para estudantes em linhas intermunicipais, como determina lei estadual.

Empresas de ônibus são acusadas de não cumprir gratuidades
Viação Bangu, do Rio de Janeiro, foi multada em R$ 100 mil. Em Florianópolis, Reunidas e Catarinense podem ser penalizadas em até R$ 3 milhões
ADAMO BAZANI – CBN
Justiça, Ministérios Públicos e Procons têm feito uma cerco em algumas regiões a empresas de ônibus que não estariam cumprindo leis que determinam gratuidades e descontos nas tarifas para estudantes.
No Rio de Janeiro, a questão foi parar na Justiça do Trabalho. A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou recurso da Auto Viação Bangu Ltda e manteve condenação por dano moral de R$ 100 mil contra a empresa.
Segundo entendimento da Justiça, a Bangu não cumpria a legislação sobre a gratuidade para idosos e estudantes e ia além: descontava dos salários dos motoristas os valores relativos dessas pessoas que usavam os ônibus sem pagar a passagem como determina a lei.
O relator do recurso na Primeira Turma do Tribunal, Waldmir Oliveira Costa, chegou a escrever em sua decisão que a atitude da empresa fere princípios da dignidade humana:
“conduta antijurídica da empresa, cuja repercussão transcendeu o interesse da coletividade dos empregados, atingindo toda a sociedade, atenta contra os princípios constitucionais da dignidade humana e da valorização do trabalho (artigo 1º, incisos III e IV, da Constituição Federal), suficientes para autorizar a indenização por dano moral”.
A Auto Viação Bangu Ltda já tinha sido condenada em primeira e segunda instâncias depois de a Justiça ser favorável à ação civil movida pelo Ministério Público do Trabalho.
Faz parte do processo a declaração de um motorista para a imprensa que mostrou descontos de R$ 155 no holerite de um mês referentes à quantidade de idosos e estudantes transportados sem cobrança de tarifa.
O Ministério Público do Trabalho apurou que a Auto Viação Bangu possui uma sala de monitoramento onde funcionários analisam imagens das câmeras dos ônibus para flagrarem idosos e estudantes andando de graça, mesmo sendo este um direito por lei, e posteriormente realizarem os descontos nos salários.
Segundo o Tribunal Regional do Trabalho, a conduta da Bangu chega ser antissocial por afetar toda a coletividade, “na medida em que a lei que ampara a gratuidade é violada sistematicamente”, o fato torna-se mais grave por se tratar de uma concessão de serviço público.
A Bangu nega as acusações e diz que os descontos só foram relativos aos passageiros transportados gratuitamente sem direito.
CATARINENSE E REUNIDAS:
Já em Florianópolis, o Procon notificou as empresas Auto Viação Catarinense e a Reunidas S.A. depois de denúncia do Ministério Público de que as companhias não estariam concedendo desconto de 50% para estudantes como determina Lei Estadual.
O desconto é garantido a estudantes em linhas rodoviárias intermunicipais desde que os deslocamentos sejam para a instituição de ensino. O passageiro deve mostrar a carteirinha estudantil junto com atestado de matrícula.
O Procon pediu um relatório às empresas sobre as vendas de bilhetes para estudantes nos últimos seis meses. Segundo o órgão, se forem constatas as irregularidades, as multas às viações podem variar de R$ 600 a R$ 3 milhões dependendo do faturamento e das supostas vantagens financeiras obtidas pelo não cumprimento da meia tarifa.
As duas companhias não se pronunciaram oficialmente.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Marques Augusto Cezar disse:

    Maldade esta empresa hein! Parece até Mauá

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