Sindicalistas em Porto Alegre desrespeitam Passe Livre e mantém greve de ônibus em Porto Alegre

ônibus

Interior de ônibus parcialmente destruído depois de bomba caseira ser lançada contra o veículo durante a greve dos motoristas cobradores de ônibus de Porto Alegre. Movimento foi considerado ilegal pela Justiça: ao menos 45 ônibus foram depredados, frota mínima não foi respeitada e acordo foi descumprido. Foto: Click RBS.

Sétimo dia de greve de motoristas e cobradores em Porto Alegre desrespeita Passe Livre
Benefício é concedido à população pelo dia de Nossa Senhora dos Navegantes
ADAMO BAZANI – CBN
O argumento dos sindicalistas que dizem representar motoristas e cobradores de ônibus em Porto Alegre de que não voltaram ao trabalho após acordo na Justiça porque não foi liberada a cobrança dos passageiros caiu por terra neste domingo, sétimo dia de paralisação.
Em 02 de fevereiro, é comemorado o “Dia de Nossa Senhora dos Navegantes”, tradicional festa na cidade. Para facilitar o deslocamento dos religiosos, neste dia é garantido o passe livre em Porto Alegre.
Mas o sindicato ignorou mais esta necessidade de locomoção da população e mais uma vez incitou motoristas e cobradores a não irem para o trabalho.
Desde o primeiro dia de greve, segunda-feira passada, a cidade de Porto Alegre assiste a cenas como descumprimento da frota mínima exigida por lei, barricadas nas entradas das garagens de ônibus, pessoas chegando atrasadas ao médico, escola, trabalho ou a outros compromissos e ao menos 45 ônibus depredados, sendo um alvo de bomba caseira.
A greve foi considerada ilegal pela Justiça Trabalhista na quarta-feira.
Na quinta-feira, sindicato dos trabalhadores, empresas de ônibus e o TRT – Tribunal Regional do Trabalho fizeram um acordo para suspender a greve e continuarem as negociações.
No entanto, uma ala do sindicato incitou os trabalhadores a descumprir o acordo.
Por dia útil, ao menos um milhão de pessoas têm sido prejudicadas pelo movimento que foi considerado ilegal por descumprir acordos e o que determina a legislação em caso de greve.
Os rodoviários querem 14% de reajuste nos salários e as empresas oferecem 5,5% e redução na jornada de trabalho, entre outras reivindicações.
IRREGULARIDADES NAS EMPRESAS DE ÔNIBUS:
Enquanto o sindicato dos rodoviários mantém a greve, mesmo depois de determinação judicial para o fim ou flexibilização do movimento, as empresas de ônibus devem prestar satisfações ao TCE – Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul.
Relatório de 600 páginas do órgão, que deve ser votado no próximo dia 12 de fevereiro, aponta irregularidades cometidas pela EPTC – Empresa Pública de Transporte e Circulação e por empresas de ônibus.
Os auditores apontaram erros em cálculos dos custos do sistema que teriam aumentado o lucro das empresas de ônibus. Alguns custos eram majorados e várias receitas, como de publicidade, não eram contabilizadas.
A auditoria mostra também a necessidade de licitação no sistema, algo que não é cumprido como determina a Constituição Federal e a Lei de Licitações.
O documento será analisado pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, e depois os sete conselheiros do TCE votam o relatório.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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