Faixas de ônibus: Velocidade sobe, mas número de passageiros não

ônibus

Ônibus em São Paulo. Criação de faixas aumentou a velocidade, mas não a demanda pelos transportes públicos. Mudança de cultura da população e a criação de um sistema de fato de mobilidade são essenciais. Foto: Adamo Bazani.

Cultura: ônibus estão mais rápidos, mas demanda cresceu pouco
Na principal linha de maior demanda do Corredor Norte-Sul, aumento do número de passageiros foi de apenas 4%
ADAMO BAZANI – CBN
Quando os especialistas dizem que a melhoria na mobilidade urbana não passa apenas por obras, mas também passa por uma mudança de cultura da população, que ainda tem o individualismo e o culto ao carro muito fortes, eles parecem estar com razão.
Provas disso são os resultados do corredor norte-sul, que recebeu faixas exclusivas para ônibus.
Em alguns trechos, a viagem de ônibus se tornou 108% mais rápida, tornando o transporte coletivo mais ágil que o carro.
Mas o aumento de demanda foi muito pequeno. A principal linha do corredor, 175T-10 (Metrô Santana – Metrô Jabaquara), teve um acréscimo de 4% no número de passageiros em agosto, na comparação com maio.
A SPTrans divulgou a média de passageiros de sete das 141 linhas de ônibus que passam na região da Praça da Sé e vão até os bairros mais distantes da cidade. Apenas a linha 5630-21 (Cidade Dutra – Largo São Francisco) superou a meta de 10% de crescimento no número de passageiros esperado pela SPTrans com a criação das faixas de ônibus.
Três destas sete linhas tiveram redução na demanda e outras três linhas tiveram crescimento de aproximadamente 6%
A diretora de planejamento da SPTrans, Ana Odila de Paiva Souza, em entrevista coletiva, disse que são necessárias mudanças culturais e que a migração do carro para o transporte público é algo que vai levar tempo.
Odila admitiu que o cidadão ainda precisa ter confiabilidade no sistema de ônibus, o que virá com um melhor gerenciamento dos horários, algo que o GPS mais aprimorado vai contribuir, e com espaços prioritários de mais qualidade, como os corredores de ônibus, que oferecem exclusividade de fato ao transporte coletivo e são diferentes das faixas. A meta da gestão Haddad é de 150 quilômetros de corredores, uma parte do tipo BRT (Bus Rapid Transit), que possuem estações com o piso no mesmo nível do assoalho do ônibus, permitem o pagamento da passagem antes da entrada no veículo. Também os corredores do BRT possibilitam pontos de ultrapassam e a criação de linhas expressas, de terminal a terminal que são bem mais rápidas.
Outros pontos também que precisam ser melhorados é a acessibilidade e o conforto nos ônibus: o motorista de carro não está acostumado a esperar a condução, mesmo que por pouco tempo. Assim, pontos e estações mais acessíveis e com maior qualidade, que ofereçam realmente abrigo ao passageiro, são essenciais.
A lotação também assusta o usuário do carro, que não está acostumado a viajar em pé, muito menos apertado.
Os dados das faixas e seus resultados mostram algo que já é discutido há muito tempo: faixas e corredores são eficientes. Mas não basta implantá-los, é necessário criar um sistema de transporte organizado, confortável e acima de tudo confiável. Enquanto se trabalha nesse sentido, é importante também a conscientização das pessoas quanto à importância dos transportes públicos para todos.
Adamo Bazani, jornalista da Ràdio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Bruno Quintiliano disse:

    Sera que em parte isso não se explica pelo fato de a faixa ja estar no limite da capacidade? A faixa nao proporciona grandes ganhos de capacidade como o corredor. Muitas linhas nao dao conta nem de quem ja usava, como ela vai atrair mais passageiros se ela nao da conta nem dos que ja tem?
    E voce sabe dizer quais foram as linhas que perderam passageiros?

  2. Pedro disse:

    continuam intervalos enormes, onibus velhos, sem conforto, anda mais, mais tem menos onibus rodando, ninguem e idiota, tem que andar de carro mesmo.

  3. André Marianno disse:

    Acho que foram ingênuos em imaginar que a demanda ia crescer. Eu por exemplo, utilizo o carro no trajeto Aricanduva-Ragueb Chohfi e mesmo com a faixa, não deixo o conforto do meu carro para ficar amontoado em um ônibus para ganhar 5 ou 10min. Sem contar, na grande possibilidade de ficar no meio do caminho, pois, a faixa da Ragueb foi bastante útil para os veículos da Itaquera Brasil ficarem quebrados no trajeto…

  4. marcos disse:

    Eu uso o carro e ônibus , porem quando eu vou de carro são eu e mais quatro , quando vou de ônibus , viajo de pé sem cinto de segurança , tenho que ficar pedindo licença pra passar , ficar ouvindo som auto , e as vezes presenciar uma tremenda falta de educação de passageiro que pensa que dentro do ônibus é a sala da casa dele , tem que melhorar e muito a qualidade dos passageiros e cumprir a promessa de fazer corredor e não pintar faixa tirando o direito dos outros de ir e vir – ESTOU ABERTO AS CRITICAS QUE VIRÃO – não aprovo o que o desprefeito está fazendo.

  5. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    PREVISÍVELLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

    – BUZÃO DE SAMPA É DESCONFORTÁVEL

    – “n” LINHAS DE VILA EM CORREDOR DE BUZÃO FORMANDO CONGESTIONAMENTO.

    – DEGRAU ALTO INTERNO

    – GOTEIRA

    – IMUNDOS INTERNAMENTE

    – CATRACA INTERNA

    – BANQUIM DURIM E APERTADIM

    – CORREDORES INTERNOS COM LARGURA ÚTIL MÉDIA DE 58 CM (EU MESMO MEDI IN
    LOCO)

    – LEDS DOS LETREIROS QUEIMADOS

    – BUZÃO QUE VAI PARA UM BAIRRO CHAMADO PAESE, QUE NEM O GOOGLE MAPS CONSEGUE LOCALIZAR

    E ainda por cima administrado por uma fiscalizadora.

    Hoje utilizei um Apache Baleado (pra variar) cujo operador freava somente aos trancos e quase caí e olha que eu não dou bobeira não, mas operador ou era muiiiiiiiiito ruim ou não estava nos seus melhores dias.

    E como dizia um ex chefe, se você não está legal para trabalhar vá dormir no cinema, era exatamente isso que esse operador devia ter feito hoje.

    Mas…

    Sem contar as velocidades no corredor Rebouças que medi nesta semana pelos velocímetros digitais internos (instalados não sei pra que).

    Ahhhhhh sei $$$$im.

    Buzão 8 2254 97 Km/h

    Buzão 8 2984 7 Km/h

    Será que ninguém dá conta que andar de Buzão é horrível ?

    Desse jeito, sabe quando a demanda vai subir ?

    NUNCA !

    PREVISÍVELLLLLLLLLLL

    Att,

    Paulo Gil

  6. Danilo disse:

    A resposta está no próprio post:
    “175T-10 (Metrô Santana – Metrô Jabaquara)”, então porque diabos irei pegar um ônibus se eu posso pegar um metrô ?, o que falta é investimento em metrôs. O eficácia do corredor só é aproveitada por uma pequena parcela em que o tabalho/ casa é perto de um corredor.

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