Trabalhador deixa de produzir R$ 62, 5 bilhões por causa do trânsito

ônibus

Ônibus na faixa exclusiva na Avenida Paulista. Trabalhadores deixam de produzir R$ 62,5 bilhões por ano por causa do tempo perdido no trânsito e falta de prioridade ao transporte público. Foto: Adamo Bazani.

Trânsito e falta de transporte público fazem trabalhadores deixarem de produzir R$ 62,5 bilhões por ano
Em uma hora no congestionamento, 12,5% da jornada de trabalho são desperdiçados
ADAMO BAZANI –CBN
São Paulo perde por ano R$ 62,5 bilhões por ano pelo fato de trabalhadores e investidores perderem tempo nos congestionamentos e não contarem com uma rede ampla de transporte público, formada principalmente por corredores de ônibus integrados à malha de metrô pesado e trens.
O estudo é do professor André Franco Montoro Filho, da USP, ex secretário de Planejamento de São Paulo e ex presidente do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Em uma hora nos congestionamentos, além da “hora normal esperada para os deslocamentos na capital e na região metropolitana de São Paulo”, 12,5% do tempo correspondentes à jornada de trabalho são desperdiçados.
Quando se fala em pedágio urbano, a polêmica é quase inevitável. Mas André Franco Montoro Filho diz que este custo “embute” um pedágio de R$ 20,00 por dia, perdidos por trabalhadores.
Isso sem contar com a perda de qualidade de vida e até de acesso a mais oportunidades de crescimento profissional e à qualificação educacional.
Estas horas nos congestionamentos significam mais gastos públicos com saúde, na medida em que a poluição e os acidentes aumentam com o excesso de veículos, custos com infraestrutura, perda de produtividade e também impedem que as pessoas passem mais tempo com a família, com os amigos ou pelo menos, descansando um pouco mais para a próxima jornada.
De acordo com pesquisa sobre mobilidade urbana do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2012, o maior anseio da população em relação aos seus deslocamentos é a rapidez.
Como a política de construir mais vias para carros andarem mais rapidamente se mostrou já há anos uma solução paliativa, que se esgota em pouco tempo após a implantação, a solução para que este anseio seja atendido está no privilégio ao transporte público no espaço urbano.
Ônibus, trem e metrô pesado são meios que poupam espaço público e proporcionalmente por passageiro emitem muito pouca poluição.
Assim, fazer com que estes modais andem mais rapidamente é no mínimo uma questão de inteligência tanto para aumentar o bem estar das pessoas e diminuir os gastos e os desperdícios gerados pelo excesso de carros disputando milímetro a milímetro nas ruas.
Os ônibus são meios essenciais para o desenvolvimento e integração das áreas mais afastadas aos centros onde há geração de emprego, renda e serviços básicos como saúde, educação e lazer. E é possível aumentar a eficiência dos ônibus com corredores exclusivos. Num corredor, a velocidade média dos ônibus pode ser o dobro do que se ele tivesse circulando por uma via convencional.
O corredor deve ser de fato separado do trânsito, oferecer pontos de ultrapassagem para evitar longas filas de ônibus nas paradas e ser dotado de estações que ofereçam acessibilidade (como embarque no mesmo nível da plataforma), proteção do tempo, informações sobre linhas e horários e pré-embarque, o pagamento da passagem antes da chegada do ônibus.
Mesmo em locais que não ofereçam estrutura para corredores, como em vias estreitas ou bairros cujas desapropriações de imóveis para alargamento das vias seriam complicadas, as faixas exclusivas de ônibus não deixam de ser uma medida complementar eficiente.
Quanto aos meios ferroviários, eles devem ser de grande capacidade.
Investir em modais ferroviários que são mais caros para médias demandas nem sempre é vantajoso. Alguns modais de média capacidade chegam a custar de 4 vezes a 5 vezes mais que um corredor de ônibus, transportando apenas 1,3 vezes mais e com velocidade média no máximo duas vezes superior. A conta não fecha, não é vantajoso.
Ampliar rede de metrô pesado e modernizar linhas de trens, como da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, em São Paulo, e a Super Via, no Rio, podem não ser investimentos baixos, mas que valem a pena de verdade.
Uma CPTM e ou uma Super Via podem ter padrão de metrô, o que, apesar dos inegáveis investimentos, ainda não se conseguiu.
Só com mais transporte público, as pessoas não vão continuar perdendo dinheiro, produtividade, qualidade de vida e saúde.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Ana souza disse:

    Bom dia Adamo bazani eu esculto suas colunas direto na cbn e vejo seu blog td os dias e muito importante p ver se mudar o transporte deste pais e que nem vou escrever aqui ve se tds entendam exemplo q acontecem tds os dias a linha 354m 10 t sao miguel t s mateus eu pego este onibus tds os dias ele demora muito pq nao tem corredor o que acontece os onibus fica no meios dos caminhoes nao anda demora mais ai acontece os pontos fica mais cheio com demora esta linha era pra se boa mais nao e p causa do transito da jc pessego
    Alguem tem q rever isto esta linha ajuda muito p quem mora na z leste

    p onibus desenvolver uma velocidade ai q acontece com demora os pontos fica mais cheio e que va

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Beleza isso ai todo mundo já sabe.

    O que não sabemos é:

    QUAL A SOLUÇÃO PROPOSTA PELA SPTrans, PARA O BUZÃO DE SAMPA ??

    Será que eles tem uma ideia ??

    Pelo menos um chute, vá.

    É quase copa.

    Att,

    Paulo Gil

  3. Isso e assim por um motivo simples,desde o inicio Sao Paulo foi construido todo errado dando prioridade somente pro carro individual,so vieram investir em transporte publico depois de anos ai nao tem corredores o suficiente e espaço para construi-lo,ai que surge a famosa faixa esclusiva que de exclusiva nao tem nada,carros invadem,taxi tambem alem da multa ser baixa por invasao,isso e ridiculo,so um milagre pra salvar essa cidade.

  4. Daniel disse:

    Mas o trabalhador não deixa de produzir nem um centavo, já que tem que chegar para trabalhar no horário certinho. O tempo que se perde é o que ele usaria em lazer, descanso, etc., ou seja, o tempo perdido não é o de trabalho..

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