Em comemoração aos 65 anos, Cometa restaura modelo símbolo da empresa

Cometa

ônibus

Para comemorar os 65 anos, a Cometa restaura um dos modelos que foram a marca histórica da empresa: O Flecha Azul sucessor do famoso Dinossauro. Fotos Divulgação

Cometa restaura modelo que ainda hoje é símbolo da empresa
Uma das mais tradicionais empresas de transportes do País comemora 65 anos com história que retrata o sonho do desenvolvimento
ADAMO BAZANI –CBN
Existem várias histórias que podem resumir o sonho do desenvolvimento do País.
Uma delas é da Viação Cometa.
A empresa que completa 65 anos teve como origem o crescimento da cidade de São Paulo.
Ela foi fundada pelo aviador italiano, major Tito Mascioli, cunhado do agrimensor Arthur Brandi, que loteou a região hoje correspondente a parte do bairro do Jabaquara, a partir de 1937.
São Paulo recebia cada vez mais moradores com o crescimento da indústria e das atividades comerciais.
As regiões próximas às fábricas e estações de trens ficavam mais caras para se morar, impossível para muitos trabalhadores. Assim, os loteamentos foram se expandindo para cada vez mais longe.
A região do Jabaquara não tinha uma ligação direta para o centro. Visionário, Tito Mascioli criou a Auto Viação Jabaquara, ligando o loteamento à Praça da Sé, negócio que deu mais retorno que os loteameos..
Mas em 1947, para organizar os transportes na cidade, entrava em operação a recém-criada CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, empresa pública, que encampou boa parte das linhas da Capital Paulista, inclusive da Auto Viação Jabaquara.
Mas o gosto pelos transportes já tinha dominado o major Tito.
Em 1947, ele comprou a Empresa de Ônibus Auto Viação São Paulo – Santos e no, dia 7 de maio de 1948, inspirado no desenho que a empresa tinha na lataria, mudou o nome da companhia para Viação Cometa.
A história da empresa é grande. Mas a companhia ganhou ainda mais destaque a partir de 1951, com a inauguração da Rodovia Presidente Dutra, quando começou a operar a lucrativa linha Rio – São Paulo, a mais importante ligação rodoviária do País ainda hoje, mesmo com o recente crescimento do setor aéreo.
Para tomar a liderança na linha, a Cometa fez um grande investimento e trouxe os lendários GM PD 4104,os GM Coach. Ônibus acima da média nacional no conforto, design e desempenho.
Mas com o passar do tempo, as políticas de incentivo à indústria instalada no Brasil, ações de importação como a Cometa fez eram quase proibitivas.
Os Coachs eram marcas da Cometa e estas marcas deveriam permanecer.
A empresa então tentou parcerias para criar modelos diferenciados. A Striulli nos anos de 1960 fazia carrocerias sob licença da GM muito parecidas com os Coach.
Nos anos de 1970, a parceria foi entre Ciferal, Scania e Cometa. Modelos como Turbo Jumbo se destacaram.
Mas a marca maior na lembrança de quem pegou as estradas brasileiras foi o modelo Dinossauro, com motor Scania lançado em 1971/1972.
Os modelos remetiam ao design do Coach, mas eram maiores, modernizados e já traziam motores mais potentes e elementos novos de conforto e segurança.
Em 1982, a Ciferal sofreu problemas financeiros e entrou na falência.
Para não descontinuar a produção dos modelos diferenciados, que eram admirados até por quem não viajava de ônibus, em 16 de março de 1983, a Cometa cria a CMA – Companhia Manufatureira Auxiliar, sua própria fábrica de carrocerias, que operou até 2002.
Um ano antes, a Viação Cometa fora adquirida pelo Grupo JCA, detentora de empresas como Macaense, Auto Viação Catarinense, Rápido Ribeirão Preto e Auto Viação 1001.
Com o fim da CMA e a aquisição pelo Grupo JCA, a Cometa não tinha mais modelos exclusivos, algo que segundo o grupo não era mais compensador.
Mas os Dinossauros e posteriormente os Flechas se eternizaram na memória da empresa, que para celebrar os seus 65 anos restaurou uma unidade.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. fabio maia ferreira disse:

    Viajei muito pra Campinas e Sorocaba de Cometa, nesses CLÁSSICOS CMA. Pra, a mais confortável e legítima carroceria de ônibus de todos os tempos. Hoje, é comum ver esses ônibus como ônibus de viagem CLANDESTINOS. Uma pena. Fica aí minha homenagem e minha saudade. Parabéns, COMETA.

  2. jair disse:

    Amigos,
    Embora não seja o maior símbolo da Cometa (em minha velha opinião), representará o modelo de maior volume usado pela empresa e que deixará muitas saudades.
    abs

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Aqui se encerra uma história.

    A Cometa dos Murubixabas, Jumbos, Flechas, Dinos, nunca mais.

    PARABÉNS !

    Mas o Memórias das Estradas que esteve na VVR de 2012, ma minha opinião, é
    mais bonito e mais charmoso.

    Paulo Gil
    “Buzão e Emoção essa é a nossa Paixão”

    1. Thiago 9025 disse:

      O 7500 (Memória das Estradas) na minha opinião ficou parecendo uma boate ambulante. Muito enfeitado!

      1. Johnny Cash disse:

        Cara, sensacional o seu comentário, de fato ficou parecendo uma boate de luxo, e manolizaram com aqueles cromos ridículos… Praticamente jogaram uma lenda das estradas no lixo, igual o 7501, outra boate sobre rodas, que nem rodam mais, só ficam em galpões armazenados, ridículo. O 7501 sim deveria ter ficado na Cometa, já pensou que perfeição aquele carro restaurado e fazendo linha, seria lindo.

  4. jackson disse:

    na verdade poderiam restauras todos que ainda restam inclusive os estrelões pois dão uma surra nesses novos G7

    1. Johnny Cash disse:

      Assino embaixo… Os Estrelões dão de 1000 a zero nesses Marcopolo G7 de papelão.

  5. alves de mello disse:

    Os Morubixabas eram de fabricação americana. Tinham na parte dianteira o emblema com a inscrição GM COACH, Os modelos Flecha de Prata usavam carroceria Ciferal e os de carrocercia CMA eram de chassis Scania.

  6. Luiz disse:

    Bem que o grupo JCA poderia reativar a CMA, e quem sabe desenvolver até um Double Decker. Garanto que deixaria a concorrencia (Marcopolo, Mascarello, Comil) de cabelo em pé.

  7. Aquiles disse:

    Muito boa esta reportagem, utilizei muitas vezes o dinossauro e o flecha azul para curitiba.

  8. Marciano Godoy disse:

    A história da vida de meu pai, Arlindo Franco de Godoy, se confunde com a da Cometa.Afinal, ele trabalhou nesta empresa por mais de 55 anos. Fui criado dentro da garagem em Contagem, MG.São tantas e saudosas recordações. Marciano Godoy

  9. Cresci acompanhando minha mãe em seu trabalho na capital, morava em Sorocaba, e todos os dias minha mãe pegava a Castelo em direção a SP, como eu via aqueles Flechas ultrapassarem nosso fiat 147 com a maior facilidade do mundo!! Quanta recordação!!

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading