MOVIMENTO PASSE LIVRE DESCUMPRE ACORDO COM MINISTÉRIO PÚBLICO

ônibus

Ônibus danificado em suposto protesto contra aumento das tarifas de ônibus. Por trás das massas de manobra, muita politicagem e gente querendo aparecer, mas que não está disposta a discutir mobilidade.

MP vai propor redução nas tarifas de ônibus, trem e Metrô de São Paulo
Integrantes do “Movimento Passe Livre” se reuniram com promotores e propuseram uma comissão para analisar custos dos transportes
ADAMO BAZANI – CBN
Reunião entre promotores do Ministério Público Estadual de São Paulo e integrantes do “Movimento Passe Livre” nesta quarta-feira, dia 12 de junho, propos a suspensão do aumento das tarifas de ônibus municipais de São Paulo, trens da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e Metrô.
No dia 2 de junho, as passagens foram de R$ 3,00 para R$ 3,20, aumento abaixo da inflação e que já levou em conta a desoneração do PIS/Cofins que pesavam 3,65% sobre as receitas das empresas de ônibus.
A proposta é voltar aos R$ 3,00 por 45 dias. Neste prazo, os que se julgam responsáveis pelo “Movimento Passe Livre” e os partidos políticos e sindicalistas que pegaram carona na onda de protestos teriam de suspender as manifestações. As três que foram realizadas nos últimos dias em São Paulo foram tão malfeitas e marcadas por violência, depredações e pouco conhecimento sobre o assunto mobilidade que tiveram a “capacidade” de perder o foco da discussão que é o custo dos transportes.
Ainda neste prazo de 45 dias, uma comissão formada por Ministério Público, integrantes da sociedade civil e das administrações municipal e estadual fariam estudos sobre os custos dos sistemas.
Só que nem foi alinhavado o acordo com a Prefeitura e o Governo do Estado, os comandantes do manifesto já deram ordem às suas massas de manobra para fazerem manifestação nesta quinta-feira, dia 13 de junho, em frente ao Theatro Municipal de São Paulo. Ou seja, o Movimento Passe Livre seria o primeiro a descumprir o acordo.
Eles adiantaram que se a passagem fosse reduzida nesta quinta-feira, o encontro continuaria para uma “festa de confraternização”, que, claro, seria marcada por abraços, sorrisos, discussões sobre mobilidade, orações e mantras para o bem estar. Imaginem, ninguém ia fazer arruaça, beber, fumar maconha, danificar patrimônios públicos e privados e dar gritos exaltados.
A Polícia Federal vai investigar as imagens dos arruaceiros, informou nesta quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado disseram que podem conversar com o Ministério Público e entidades organizadas, mas já adiantaram que os custos dos sistemas de transportes são altos, havendo necessidades de subsídios inclusive.
O pessoal do Passe Livre sabe bater em policial, pichar, queimar e depredar ônibus, gritar palavras de ordem e impedir o ir e vir dos passageiros. Mas o que eles não discutem é a melhoria dos transportes e a priorização do transporte coletivo no espaço urbano que por si só já reduz gastos operacionais.
Claro, pedir corredor de ônibus não da mídia, mas fazer arruaça dá.
O Movimento poderia ser – “Passe Livre, Ônibus – o transporte coletivo precisa ter prioridade”.
Até o menos instruído possível sabe que nada é de graça. Se o passe fosse livre, seria pago pela sociedade de todo o jeito.
Os subsídios são interessantes para diminuir os custos que recaem sobre os passageiros pagantes apenas e são uma forma de toda a sociedade contribuir para os transportes públicos.
Mas a realidade do País não permite passagens de graça. Há o transporte para ser financiado, mas há a saúde, a educação, a segurança e em tese, o INSS, que deveria ser a “Seguradora do Trabalhador Brasileiro”, mas é a grande carnificina no atendimento a quem precisa. Vide a arrogância e o despreparo médico dos peritos.
Podem dizer que a imprensa está deixando de lado a principal reivindicação do grupo para noticiar a violência e o vandalismo.
Mas quem distorceu o foco foram os próprios organizadores. Afinal, se não tivesse ônibus depredado, policial ferido, estação de metrô e terminal de ônibus destruídos, a imprensa não noticiaria isso.
E pelo que se sabe, não foi visto nenhum jornalista quebrando ônibus e barbarizando.
Assim, aos organizadores do Passe Livre, culpar a imprensa é típico da cultura política brasileira.
Generalizar o movimento é um erro? Claro, mas eles são responsáveis, assumiram o risco da desordem. Vivemos num país de instituições ou da filosofia “Se deu certo, foi o movimento! Se deu errado, foi meia dúzia de vândalos”. Ora, tenham hombridade de assumir suas agitações políticas.
É que tais movimentos e classes ditas de política de esquerda e democrática adoram criticar até Deus, mas não conseguem receber críticas, não suportam, não têm preparo ou no fundo, sabem de seus erros e não têm argumentos. Aí, a imprensa é sempre ruim. “Malditos jornalistas que pertencem a máfia”!
Vejam o exemplo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva: políticas assistencialistas desastradas, mensalão, corrupção em outros níveis, um INSS que conspira contra o trabalhador, mas a culpada é a imprensa que critica isso.
Vejam o exemplo de Geraldo Alckmin: PCC colocando fogo em ônibus, metendo medo na polícia (isso, polícia com medo de bandido), trens da CPTM que não passam um dia se quer sem dar pane e uma política habitacional pífia. Mas é a imprensa que só sabe focar no lado ruim.
Se os partidos políticos, movimentos ditos sociais, a classe que se diz esquerda, a classe que se diz de direita, etc, etc, não suportam críticas, significa que não têm a menor condição de reivindicar nada e mais, abrigam em si um espírito tão ditador como os nefastos Geisel, Getúlio Vargas, Figueiredo e Maluf da vida. Ou são tão dissimulados como Sarney, Dirceu, Collor, etc.
Aliás, muitos antigos desafetos, como Sarney, Collor, Dirceu e Lula agora estão de mão dadas.
Dirceu e Genoíno na época dos bicos duros não clamavam Justiça? Pois é, agora reclamam dela.
Ah, antes de mais nada, se existem pessoas que têm liberdade para baterem em policiais e quebrarem ônibus, este jornalista pode ter liberdade para se expressar. Ou a ditadura dos seguidores da cumpanheirada vai querer reprimir?
A discussão saiu do foco do transporte? Ora, o Movimento Passe Livre não soube colocar esse foco.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Bruno disse:

    O que mais esperar desses baderneiros? A polícia tem mais é que descer a marreta mesmo!

    1. E a polícia não desceu marreta primeiro. Aliás, lincharam um policial que estava sozinho. Bando de Covardes.

      1. Bruno disse:

        Por isso mesmo, tem mais é que bater mesmo e sem dó. Eu era criança, mas me lembro até hoje, os caras-pintadas derrubaram um presidente sem baderna nem quebra quebra nem essa arruaça toda.

  2. Ricardo disse:

    Adamo, nada a ver o seu post, o Governo não aceita negociar e solicita a entrada do MP como forma de ganhar tempo e esfriar o movimento.
    Porque o MP está negociando ao invés da prefeitura, cade os representantes da prefeitura e do Governo do Estado?

    1. Bruno disse:

      Os governantes estão “passeando” pela europa…

  3. Max Bruno disse:

    Percebi que o Adamo é BEM CONTRA (parcialista) a manifestações e encontro de massas, da pra perceber nos comentários a cima. E acho que não foi só eu que percebi isso, enfim…

    1. Leia sobre as manifestações que cobri no ABC. Todas sem vandalismo e foram relatadas como foram, sem críticas. E mais, isso é um Blog, pode ter opinião, claro. Ahhhh, esqueci, que faz baderna não suporta críticas.

  4. Adamo, esse Trólebus pertence à Empresa que trabalho, a Ambiental. Particularmente, me sinto ofendido e insultado com isso. Bando de Vagabundos, inúteis, desoculpados, baderneiros e vândalos. Eu não vejo um Trabalhador, uma Trabalhadora fazer ISSO. Por que que eles não se manifestam à favor da maioridade penal por exemplo!? De gente que sofreu latrocínio!? Cambada de FDPs.

  5. Ricardo disse:

    Agora o MP entrou na negociação mas radical não é o movimento mas sim a posição da prefeitura e do governo do estado que não querem negociar suspendendo o aumento das tarifas por 45 dias.

    Acordem pessoal, é muito facil sair aumentando tarifa de onibus e metro ao invés de corrigir problemas de custos com ineficiências do setor.

  6. Bruno disse:

    Então fazer essa baderna toda esta certo? Quem, será que deveria acordar….Concordo com o que disseram acima, ao invés de fazer essa arruaça toda com isso, deveria é protestar pela redução da maioridade penal, por penas mais rígidas e longas para os criminosos…

  7. Roberto SP disse:

    Assim como muitas pessoas também venho refletindo muito sobre esse movimento “Passe Livre’ em conversas com muitas pessoas tenho ouvido opiniões pró e contra esse movimento, o mais engraçado é que os que são a favor não tem muita noção do que seja andar de ônibus diariamente ou mesmo saiba o que seja a realidade diária de quem utiliza o serviço,já os que são contra são exatamente as pessoas que diariamente penam dentro dos ônibus, metrô e trens lotados ( por sinal a CPTM está em greve hoje), e o mais engraçado é que esse movimento faz um discurso em favor de um tarifa mais baixa , o que seria justo é claro, mas ao mesmo tempo depredam exatamente o seu “objeto maior de luta” ou seja, quebrar, atear fogo em ônibus, estações de metrô e vias publicas acaba sendo um tiro no pé do próprio movimento. Se eles esperam ter uma adesão maior, não vão ter pois o Sr. José da Silva teve ônibus a menos para ir trabalhar no dia seguinte aos atos “revolucionários” do movimento. É muito fácil para alguns dizer que a imprensa é contra o movimento, mas a imprensa mostrou ao vivo e a cores o que fizeram e fazem e agora essa hsitória de que “enquanto não baixar a tarifa, não vamos parar”, isso chega ser um estupidez do ponto de vista e estratégico do movimento social, penso que essa rapaziada ainda tem muito aprender e perceber o que realmente acontece. Pois eles decidiram e se quer perguntaram ao Sr. José da Silva” o que ele achava disso, e com certeza se tivessem perguntado talvez ele poderia até mesmo sugerir estratégia melhor para o “movimento”, poderia por exemplo dizer que a simpatia, boa educação, bom sendo e sobretudo respeito ás pessoas e bem público ajudaria convencer e aderir mais pessoas ao movimento. Sem mais espero ter contribuido com a reflexão, forte abraço!

  8. Rolland T. Flackphayser disse:

    Pena que nosso governo não pratica a política de não negociar com terroristas (até por que um deles governa o país).

  9. Eliane pacheco disse:

    Afinal qual e realmente o objectivo desse movimento e copiar a baderna da Turquia nem pra protestar brasileiro e original.

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