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Baltazar José de Souza foragido: Só MPF e Polícia não encontraram

Garagem da Princesinha, em Mauá, na Grande São Paulo, onde dividem o terreno os ônibus de Baltazar e a Viação Estrela de Mauá, companhia criada pelo empresário, hoje em nome de David Barioni Neto, ex executivo de Constantino Oliveira, na Gol Linha Aéreas e padrinho político dos empresários mineiros do ABC Paulista. A imprensa localiza Baltazar José de Sousa, menos a Polícia e o MPF. Foto: Adamo Bazani

Baltazar foragido. Só a Polícia e o MPF não encontram
Reportagem do Jornal Tribuna Acontece fala com empresário que é considerado um dos maiores devedores da União. Antes ele tinha falado com jornal ABCDMaior
ADAMO BAZANI – CBN
Falta de vontade ou dificuldade?
Não se sabe ao certo o motivo de as policiais Federal e Civil e também do Ministério Público Federal ainda não terem encontrado o empresário de ônibus Baltazar José de Sousa, que em 07 de maio teve habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça. O empresário mineiro é acusado de praticar crimes contra a ordem econômica.
Baltazar é, segundo o Ministério Público Federal, um dos maiores devedores individuais da União. Seus débitos, de acordo com o órgão, chegam a R$ 234 milhões.
São impostos não pagos e transações financeiras não esclarecidas pela Justiça.
Mas se é verdade que as polícias e o MPF procuram o empresário, a imprensa o acha.
O jornal Tribuna Acontece, veiculado em Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires e Mauá, conseguiu por telefone falar com o dono de empresas como Viação Cidade de Mauá, EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André, Viação Ribeirão Pires, Empresa Urbana Santo André, Viação São Camilo e criador de companhias como Viação Estrela de Mauá, que hoje, em nome de David Barioni, através de proposta de compra da empresa concorrente na cidade, no caso a Leblon Transporte, negocia sua circulação no lote 02 em Mauá, mesmo sendo impedida pela Justiça para isso. Se a negociação for confirmada, Mauá volta ao monopólio, mesmo que velado, dos transportes. A Estrela foi fundada por Baltazar José de Sousa, teria trocado de nome do proprietário para desconfigurar o monopólio e recebe toda a “torcida” do dono de empresas de ônibus e do jornal local Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto.
David Barioni foi executivo de Constantino de Oliveira, o Nenê Constantino, que é padrinho de negócios de Baltazar e Ronan Maria Pinto.
O respeito à Justiça, ao Ministério Público Federal, às prefeituras, às polícias e à lei não parece ser o forte de muitas empresas de ônibus.
Ao saber que o contato foi feito por um jornalista, Baltazar se mostrou desconfortável. Ele não revelou onde está, mas pelos prefixos telefônicos, se encontra longe do seu reduto Mauá e, provavelmente no Centro-Oeste.
Ele negou os crimes financeiros e disse que a situação problemática do seu grupo começou em 1996.
“Entre 1996 e 1997, quando a cidade de São Paulo abriu concorrência para as linhas de ônibus, todas as empresas fizeram um seguro com o Banco Kennedy porque era mais barato. Um volume muito alto, por oito anos. Quando o Banco do Estado do Paraná e o Banco do Estado de São Paulo ‘quebrou’ (sic) eles levantaram (a Justiça) e disse que nós também tínhamos mandado dinheiro para fora, mas eu nunca mandei. Todas as seis provamos (inocência) em primeira instância, certo? E foi arquivado o processo. Uma das empresas o promotor recorreu e o dr. Russo (o advogado Antônio Russo) depois de muitos anos ele não ligou, adoeceu e morreu e o processo correu a ‘revelia’, sem defesa nenhuma. Nas outras cinco empresas estava tudo certo e a única que o promotor recorreu, correu a ‘revelia’ , por falta de advogado.” – disse à reportagem.
Baltazar negou que suas 32 empresas de ônibus, entre as operantes e as que deixaram de prestar serviços, estejam em falência e disse que possui contrato de concessão, no caso de Mauá e das intermunicipais do ABC, que aparecem entre as piores prestadoras de serviços, de acordo com a gerenciadora EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, que encontrou até mesmo “ônibus pirata”, sem registro, operando.
O advogado de Baltazar José de Sousa, Eduardo Vilhena de Toledo, disse que recorreu, mas que dificilmente o STJ revê suas decisões a não ser quando reconhece falha no processo.
Ele negou que Baltazar esteja foragido e disse que “apenas seu cliente não se apresentou à Justiça”. Confira a matéria na íntegra do jornal Tribuna Acontece na capa e página 12 em:

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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