Aumentodo diesel vai provocar reajuste de 10% nas passagens de ônibus

Aumnto de ônibus em São Paulo deve ser maior que o programado inicialmente

Aumnto de ônibus em São Paulo deve ser maior que o programado inicialmente

Com anúncio da nova alta no preço do óleo diesel nas refinarias, a estimativa é que as tarifas do transporte urbano no Brasil sofram um aumento de cerca de 10% nos próximos meses, quando ocorrem os ajustes anuais. Esse percentual, segundo o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho, leva em consideração a defasagem média no último ano, considerando os aumentos salariais, as perdas da inflação e o impacto do óleo diesel.

A alta de 5,4% no preço do combustível, em vigor desde a última semana, é a quarta alteração seguida anunciada pela Petrobras. Em 2012, foram duas – junho e julho – e este ano também: em janeiro e março. “A verdade é que esses aumentos uns sobre os outros vão dar em torno de 12%. Considerando que o combustível hoje representa entre 22 e 25% do custo do transporte urbano, nós estaremos aí com um aumento médio de 3% para repassar ao consumidor”, relata.

Otávio critica ainda a falta de preocupação do governo com a mobilidade urbana, uma vez que sobe o preço do diesel e mantém estagnada a gasolina. “Não existe sensibilidade do governo de que, ao fazer isso [aumento do diesel], ele está na contramão, estimulando o transporte individual em detrimento do transporte coletivo. E assusta mais ainda saber que esse aumento ainda não atende as contas da Petrobras, que estaria dizendo que o diesel está defasado em 19%. Então, nós podemos esperar ainda mais 7% de aumento, o que é absolutamente insustentável”, aponta.

Inflação
Como o preço das tarifas influencia na inflação oficial (IPCA), antes mesmo de alterar o valor do combustível, o governo federal pediu aos prefeitos de São Paulo e Rio de Janeiro que adiassem os reajustes das passagens. O temor era de que o índice chegasse a 1% em janeiro.

“O governo está impondo uma obrigação, mais um sacrifício à classe empresarial, por absoluta insensibilidade do que representa o transporte público para as pessoas e para a mobilidade urbana no país. Vemos isso com muita apreensão. O setor de transporte perdeu produtividade nos últimos 15 anos. Cada dia você tem custos mais elevados com produtividade mais baixa”, alerta.

Para que o congelamento fosse possível, as prefeituras estão repassando subsídios para as operadoras do serviço. O orçamento da prefeitura de São Paulo prevê R$ 660 milhões de subsídios em 2013, mas já há previsão de mais R$ 150 milhões além do valor orçado.

“O transporte público tem uma receita bruta anual de R$ 30 bilhões; o diesel pode chegar a 25% desse custo, então estamos falando em R$ 7,5 bilhões de gastos com combustível. Nisso, você soma o impacto de 3%. Imagina o que os municípios teriam que subsidiar apenas falando no combustível. Se a gente for acrescentar os reajustes de pessoal, a coisa vai ficar muito séria”, finaliza.

Como solução, o empresário defende que o transporte público não dependa apenas da tarifa aplicada ao serviço. “A sociedade, todos aqueles que usam o transporte, e aqueles que não usam, deveriam colaborar. No momento que isso acontecer, que você tirar a pressão do aumento da tarifa via subsídio, podemos pensar em ter um transporte público com mais qualidade, porque transporte bom custa caro. O Brasil é o único lugar do mundo em que apenas a tarifa cobre o custo do serviço”, defende.

Jacy Diello

Agência CNT de Notícias

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite

    Discordo totalmente.

    A sociedade já contribui e em excesso.

    Contabilmente e matematicamente não tem milagre, se a tarifa tiver de ser R$ 5,00, R$ 7,00 ou R$ 10,00 tem de ser e pronto acabou.

    Lembrem-se nunca ninguém irá comprar Filet Mignon pelo preço de músculo, ou se prefeririem
    nem Camarão pelo preço de Bagre.

    Subsídios é que deixam ocorrer este relaxo que ai esta no sistema do Buzão e além de tudo quem paga esse tal subsídios é a sociedade, por exemplo com o pagamento do absurdo IPTU , taxas, tarifas e e outros bichos.

    Toda empresa tem de dar lucro e empresa de Buzão também, por isso tem de deixar a
    lei do mercado regular esta atividade.

    Além de dar lucro tem de ocorrer também:

    – Tarifa real;
    – Fim de subsídio;
    – Profissionalização de gestão de transporte coletivo
    – Buzão Elético, Híbrido, Euro 20, a Hidrogênio e outros;
    – O passageiro precisa parar de se lamentar e exigir qualidade, afinal ele esquece que
    paga hoje (19.03.13) R$ 3,00 mais o subsídio indireto que ele nem sabe que paga e além de tudo tem o conforto idêntico das sardinhas enlatadas;
    – Ações sérias e com projetos tecnicamente viáveis e não faraônicos.
    – Terminar o Expresso Tiradentes ou converter em metro;
    – Ter eficiência e eficácia para realizar a licitação do lote 5 da EMTOSA no ABC
    e em todo o Brasil;
    – E tantas outras.

    Enquanto tivermos mentalidade atrasada, continuarmos brincando de ficção em transporte
    (Trem bala, Expresso Tiradentes), catraca dentro do Buzão, Buzão de degrau interno alto e tantas outras aberrações que excederiam o números de carcteres que o Blog nos permite comentar.

    Outra coisa importante é ter HUMILDADE.

    Humildade para pedir para Curitiba transferir o “know how que eles tem em operação do Buzão (não em gerenciamento) mediante pagamento de royalties é claro e aplicar em Sampa
    o que já está testado, comprovado e aprovado.

    Pronto acordem a roda já foi inventada há séculos; parem de querer reinventar a roda do transporte de Sampa, usem a de Curitiba que já está redonda, parem de usar essa roda quadrada de Sampa.

    Que algum ser deste planeta nos ajude e ajude o Buzão também, pelo qual eu tenho muito apreço e carinho,

    Att,

    Paulo Gil

    .

  2. alexandro disse:

    Uso a linha 218Ex1 e metrô para ir ao trabalho, logo pago 4,55+3=7,55 logo por dia 15,1 e por mês um pouco mais de R$ 300,00 (20 dias). Valor alto que compromete a renda, imagine quando aumentar a passagem, vou estar …

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