Rodoviária de Ribeirão Pires é acessível, mas sofre com vandalismo

Ribeirão Pires

Terminal Rodoviário de Ribeirão Pires tem acessibilidade, informações, inclusive em braile, sobre as linhas, mas sofre com vandalismo. Arquitetura segue características de construções antigas, erguidas por imigrantes. Foto: Adamo Bazani.

Rodoviária de Ribeirão Pires é acessível, mas sofre com vandalismo
Local tem piso podotátil, rampas, informações de linhas em Braille, mas o entorno está sujo e nem as placas escaparam de pichações
ADAMO BAZANI – CBN
Inaugurado em 2009, o Terminal Rodoviário Turístico de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, é ainda um dos mais organizados do ABC Paulista.
A reportagem esteve nesta terça-feira, dia 12 de fevereiro de 2013, no local.
A demanda de passageiros e a quantidade de ônibus era menor por causa do feriado de Carnaval, mas o fluxo de usuários que vinham nos ônibus rodoviários da Viação Cometa, que servem o Litoral Sul de São Paulo e parte do interior Paulista, era mais intenso na parte da tarde.
Visualmente, as condições da rodoviária são boas, mas o vandalismo acaba prejudicando a população.

Ribeirão Pires

Cada posição de parada de ônibus é destaca com placas com informações sobre as linhas e principais vias percorridas pelos veículos de transporte coletivo. Foto: Adamo Bazani

Há piso podotátil para portadores de deficiência visual, boa sinalização, uma espécie de mapas com linhas e plataformas na entrada principal, placas identificando as linhas e as principais vias percorridas onde os respectivos ônibus param e também placas informando as linhas em braile. Algo que deveria ser normal em todo o sistema de transportes de grandes e médias cidades, mas que ainda se destaca quando existe. O passageiro conta também com bebedouros. Pelo menos dois não estavam funcionamento adequadamente, mas os equipamentos ficam relativamente próximos, o que traz comodidade para o passageiro.
Na altura das faixas de pedestres, a guia é rebaixada, o que facilita a circulação de pessoas com mobilidade reduzida.
No entanto, algumas destas placas estão pichadas, assim como lixeiras e partes de algumas paredes, principalmente perto do acesso principal dos passageiros.
Apesar da existência de lixeiras, não foi raro ver passageiros jogando papéis no chão. Nas proximidades das lanchonetes, o que cai no chão de comida dos passageiros atrai uma quantidade significativa de pombos. Uma destas aves tinha sido atropelada por um ônibus. O corpo do animal foi colocado junto a uma das plataformas. Mas não foi recolhido por equipes de limpeza.

Ribeirão Pires

Placas com informações das linhas são colocadas em locais de fácil visualização. Elas também trazem a descrição dos itinerários em braile, mas algumas sofrem com pichação. Foto: Adamo Bazani

Ribeirão Pires

Logo na entrada da rodoviária, o passageiro tem acesso facilitado às informações sobre as principais linhas. Além da descrição das plataformas, há relação de serviços disponíveis para o passageiro. Foto: Adamo Bazani.

Com seis mil metros quadrados, o terminal pode receber simultaneamente cerca de 60 ônibus que, entre municipais, metropolitanos e rodoviários, somam aproximadamente 40 linhas.
A fase principal de construção da rodoviária custou R$ 4,4 milhões, sendo que boa parte dos recursos, veio do Governo do Estado de São Paulo, pelo Dade – Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias, com R$ 3,1 milhões e tendo como contrapartida R$ 1,3 milhão da prefeitura, na época.
Ribeirão Pires é uma Estância Turística, com áreas que permitem contato do turista com a natureza.
Uma destas áreas é a região da Igreja da Nossa Senhora do Pilar. Num local alto de Ribeirão Pires, a igreja possui uma arquitetura rústica e muita história. Parte da região começou a se desenvolver depois de a capela ter sido erguida em 1714, pelo Capitão Mor Antônio Correa de Lemos. Ela é feita em taipa de pilão de cerca de 40 centímetros de espessura.
Apesar da beleza rústica que remonta ao desenvolvimento da região que só no século XX se tornaria ABC, as imediações mostram um certo abandono. A principal via de acesso, depois da Avenida Francisco Monteiro, é asfaltada, mas o pavimento é cheio de buracos.
Mesmo sendo um dos pontos turísticos da cidade, a igreja estava fechada bem no feriado, data que poderia atrair visitantes. Não havia guardas ou qualquer tipo de fiscalização.
A arquitetura também foi um dos aspectos levados em consideração na construção da rodoviária, que remete às características de ocupação da cidade por imigrantes.

Ribeirão Pires

Estância Turística, Ribeirão Pires tem algumas atrações que remetem à cultura e história do ABC Paulista, como a capela de Nossa Senhora do Pilar, erguida em 1714, feita em taipa de pilão e marco do crescimento da região. Mas acesso para o local, que não estava aberto para visitação em pleno feriado, precisa ser melhorado. Foto: Adamo Bazani.

A Guarda Civil de Ribeirão está instalada bem na entrada da rodoviária, que também dá acesso à estação de trens da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, da linha 10 Turquesa (Rio Grande da Serra – Brás).
As imediações da rodoviária estavam com sujeira e nas proximidades da entrada da estação de trem, o mal cheiro incomodava.
Mas a rodoviária, em linhas gerais, apresenta conforto e não é um local desagradável. Poderia ser melhor se a população colaborasse mais.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia.

    O Buzão atrasa, mas não falta, apesar de poder melhorar.

    Agora, EDUCAÇÃO BÁSICA (higiene em geral), esta, FALTA E MUITO ao povo em geral, principalmente numa metrópole como Sampa, a qual reúne povos de todas as crenças, raças, culturas, origens e etc…

    Com o tema EDUCAÇÃO BÁSICA é que os governos (Federal, Estadual e Municipal) devem
    gastar a verba publicitária, ensinando por meio de exemplos ao povo ter mais higiene e educação.

    Alguém já viu os gatos fazerem suas necessidades fisiológicas ?

    O que efe faz após ?

    Quem nunca viu, não saberá responder.

    Portanto, quem quiser saber procure o gato mais próximo e observe.

    Se todos seguirem o exemplo dos gatos, teremos uma melhor condição de EDUCAÇÃO
    (higiene em geral).

    FAÇA A SUA PARTE COMO OS GATOS FAZEM A DELES, com certeza teremos cidades e terminais mais limpos.

    Parafraseando um slogan que eu vi numa das Escolas do Senai (e fazendo a devida adaptação ao caso):

    “A CIDADE LIMPA, NÃO É AQUELA QUE MAIS SE LIMPA, E SIM A QUE MENOS SUJAMOS”!

    Fica ai a reflexão para todos.

    Att,

    Paulo Gil

  2. Gerson disse:

    Conforme está na própria foto das linhas municipais das plataformas A e B, Ribeirão Pires NÃO possui apenas 17 linhas. 17 Linhas eram as operadas pelo lote 1, que pertenciam à extinta Irmãos Corrêa. Ribeirão Pires possui 34 linhas de ônibus.

    1. Então, mais uma vez sugerimos o seu contato coa a Rigras para atualizar seu site.
      Grato.

      1. Gerson disse:

        O site da empresa está correto, basta confirmar com mais atenção. Segundo a própria página, há 30 linhas Municipais, conforme está aqui: http://www.rigras.com.br/linhas.asp

      2. Que bom que corrigiram.
        Mas nesta parte, sobre a empresa, ainda é mantida a informação de 17 linhas.

        http://www.rigras.com.br/sobre.asp

        Nossa Frota
        Possuímos hoje 220 funcionários, operando 8 linhas intermunicipais e 17 linhas municipais, com uma frota de 32 ônibus, 12 micro-ônibus e 17 micrões.

      3. Gerson disse:

        Se no site constam 17, somadas com mais 18 da Irmãos Corrêa, logo, são 35.

  3. Airton Massari disse:

    Como munícipe, vizinho do “empreendimento” e ocasionalmente transeunte, à pé ou dirigindo só vejo problemas na instalação da rodoviária nova ao lado de uma outra que ainda atendia a demanda sem tumultuar tanto a mobilidade que agora se vê afetada em todas as suas modalidades. O trânsito do entorno não foi replanejado para assimilar a nova rodoviária e pela manhã entre 6 e 8 horas o que mais se vê são multidões descendo antes do ponto final e terminando o percurso à pé.Isto sem levar em conta os dutos de gás que estão debaixo de seu piso e o futuro empreendimento na rodoviária velha que inviabilizará de vez o trânsito da região. Era melhor ter ficado como estava, ou ter seguido mais à risca as premissas de uma implantação sustentável.

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